domingo, 26 de fevereiro de 2017

Elijeans Kibon, HUT, 26/02/2017

            Hoje, chegamos no hospital sorrindo, mas por dentro sabíamos que não estávamos animadas e sim inseguras sobre a atuação, inseguras sobre nós mesmas e nossa energia para atuar. Mas enquanto nos trocávamos e nos maquiávamos, tentamos deixar tudo de lado e na hora que subir os narizes, nos entregamos realmente para deixar aquela energia boa que sempre nos anima e nos traz uma calma eletrizante subir.. E conseguimos!
            Ali, no quartinho ainda, quando nos olhamos e nos apresentamos “Eu sou Bibi Oteca” “Eeeu Elijeans Kibon, ali pude sentir que qualquer desanimo que me acompanhou antes e me preocupava não era mais importante, porque Elijeans Kibon estava ali fazendo tudo ficar mais calmo dentro de mim.
            Eu e Bibi saímos do quartinho e já sentimento um cheiro delicioso, “subiu pelos furinhos dos nossos narizes e limpou tudinho até o cérebro” foi o que falamos para a moça encarregada de passar aquele produto no chão. Nós queríamos aproveitar o chão com produto para escorregar, mas a moça disse que não podíamos e que aquele produto não servia para isso!
            Então, eu e a Bibi fomos andando para o outro lado do corredor (claro que antes salvamos um moço que não era muito de falar de ir passear no piso escorregadio), e encontramos aquela que seria quase uma terceira companheira no dia de hoje. Dona L. chamou nosso atenção com sua capacidade de combinar, o batom estava combinando com a blusa e os detalhes do cinto. Aprendi com ela que o meu batom laranja infelizmente não combina com o resto da minha roupa.
            Dona L. nos apresentou a sua amiga que precisava muito conversar com alguém, a super famosa celebridade universal da galáxia Marília Mendonça. Isso mesmo. Eu e Bibi encostamos no cantinho ao lado da cadeira em que ela estava sentada e deixamos ela falar.. Ali, ela se abriu sobre como estava cansada, que não sabia mais como lidar com seu tio e que se sentia mal pelos outros que viviam no quarto. Seu tio tem problemas mentais, por isso se exaltava muito e gritava com todos no quarto. E Marília tomava para si as dores de cada um do quarto pelo incomodo que ele pudesse causar. Então, eu e a Bibi falamos que ela não tinha culpa e nem o tio pela situação em que estavam e que ela não podia ficar se culpando daquela maneira. Foi nesse momento que a atuação começou a pegar força e nos tocar, quando ela nos olhou aliviada e concordando com que falamos. O nosso jogo com Marília foi conversar, elogiá-la e principalmente aliviar toda a culpa que ela estava carregando, e foi ótimo. Ótimo ver na reação dela do quanto ela precisava escutar aquilo!
            De Marília, Dona L. nos apresentou o sobrinho dela. Ele não podia falar muito com nós, mas ria com a gente e dessa maneira interagia no que podia.. Ele foi trocado de quarto, então passamos para a cama ao lado em que conhecemos a Senhora do Cabelo de Três Cores e seu filho. Conversamos muito com a Senhora que nos ensinou como fazer para nosso cabelo mudar de cor, só pedir para um moço chamado Jesus que tudo que a gente pedir vai acontecer. Ela nos disse que estava meio desanimada sobre se arrumar, porque com a idade dela não tinha mais para quem mostrar. Pois, eu e a Bibi falamos que tinha sim, a mulher que ela olhava no espelho todos os dias e que mesmo que fosse para ficar em casa ou ir na padaria, ela devia se arrumar para aquela mulher porque era o que realmente importava. Nesse quarto ainda, encontramos um moço bonito que estava tão nervoso com o Senhor Tio da Marília que disse que isso era ele pagando por todos os pecados que já tinha cometido.. Então, falamos para ele que isso era bom, porque quando saísse começaria uma vida nova limpa de pecados.
            Nos ainda revimos o menino com que passeamos no corredor, conhecemos sua mãe. Era bem claro que era a mãe dele, eles tinha os mesmo lindos olhos!! Ela nos explicou que ele não falava muito, porque era tímido e que ele já estava para receber alta. Por isso ele ficava mais rindo do que falando com a gente! No quarto dele, reencontramos Dona L. e o sobrinho que tinham mudado de quarto. Ela e sua amiga que também chama L., nos deram um novo nome, assim eu e a Bibi também teríamos o mesmo nome: Letícia Cecília.
            Então, por último, entramos num quarto onde conhecemos mãe e filha que acompanhavam o Moço. Ele não podia se comunicar, mas não foi preciso, por meio do olhar ele nos transmitia tudo o que estava sentindo. Letícia Cecília com certeza sentiu a dor que ele estava sentindo, e isso nos tocou de uma forma muito verdadeira, infelizmente nos não podíamos fazer muito, mas ficamos ali sustentando o olhar e esperando que da mesma maneira que ele nos passou o que sentia, nós estivéssemos passando nossa força para ele.
            Conhecemos ainda o Rei H. e seu filho. Mais uma vez fomos preenchidas pelos sentimentos daquele senhor e dos que o acompanhavam ou o visitavam. Sentimos a impotência do filho diante a realidade do pai e mais que isso, sentimos a dor do irmão mais novo de não ser reconhecido pelo mais velho. Não falamos muito ali, ficamos apenas paradas e falamos algumas palavras de consolo, esperando que só a nosso presença pudesse transmitir para eles suporte e compaixão.
            A atuação de hoje teve brincadeiras, conversas, olhares e muito, muito sentimento transmitido. Hoje mais do que ajudar, fomos ajudadas, nossos olhos mais uma vez foram apertos pela situação de cada um com quem conversamos. Eles para quem nós queríamos levar apoio e calmo, foram quem nos deram isso apoio, calma, ânimo.. Uma atuação repleta da sentimentos fortes! Só esperamos que a nossa presença tenha feito algum bem a eles da mesma maneira que nos fez tão bem. E claro, obrigada Bibi Oteca pela presença nessa atuação maravilhosa
  

Até logo!
Beijos e sorvetes,


Letícia Cecília ;)

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