sábado, 11 de fevereiro de 2017

João Negresco - HU 11/02/2017

Quatro serumaninhos chegam ao terceiro andar, um pequeno receio em meu core. A clínica ortopédica é predominantemente masculina, volta e meia piadinhas sem graça acontecem durante as atuações lá.
Trocamos de roupa, fizemos a make e subimos a energia. De um jeito muito lindo quatro clowns estavam com seus corações abertos para doar e receber positividade, encontramos então Anita (sério, encontramos Anita) que era muito simpática, um amor, e estava querendo ver nossa atuação. Anita acompanhava um grupo de técnicos de enfermagem, porém ela era Médica veterinária O.o cheguei a conclusão que ela queria me ver e cuidar de mim, pois eu sou um gatinho.
No primeiro quarto meio que tinha uma batalha naval, vi por lá duas catapultas (mas trocamos logo de assunto por que tinha um cara querendo saber onde comprava cataputa, pra sair catando umas por aí), um rapazinho tinha risco de queda, mas as grades de sua maca estavam baixas, tratamos de consertar logo isso. Ele também era alérgico a um remédio, mas não ficou claro se ele era alérgico ao remédio ou a enfermeira (depois ele disse que tinha alergia a homem, mas eu fiquei perto dele e nada aconteceu huuum...). Tinha outro homem sem camisa, pois usar camisa rosa era suspeito (?) logo ele não usava camisa nenhuma, aí eu falei de minha blusa quadriculada preta e cinza fashion, e descobri que além de ser rosa as roupas não podem ser quadriculadas, o lençol que ele usava era listrado, quando eu disse isso ele soltou mega rápido: É do hospital! - quanta insegurança senhor! 
O segundo quarto me cativou, lá estava Vitor! (gut-gut) que não queria tomar seu suco de tamarindo, então propomos um desafio: faríamos um jogo e se ele perdesse tomaria o suco, o desafio era Jokenpo! Jokenpo é pedra papel e tesoura O pior foi que ele ganhou hahahaha aí inventamos que se ele ganhasse tomaria metade e se perdesse tomaria todo, o menino tomou metade do suco, mas foi sofrido, era cada careta que Deus é mais. E aí como eu perdi tive que imitar um bicho, primeiro era um tigre, depois podia ser um lobo, só que eu não sei imitar um lobo, aí Vitor me ensinou: encostou em minha orelha como quem fosse contar um segredo e fez aaauuuuuuuuuuh! (que fofura Jesus, ai meu core) eu imitei o lobo que atacou Frida Tequila e Branca de Leg, que também viraram lobas, mas Vitor nos libertou pois é um rei benevolente.
O terceiro quarto tinha um mocinho com cara de interrogação Juro por Ganesha que a cara dele merecia um meme, o pior era que a fisionomia dele não mudava e acabou sendo muito engraçado. Muito engraçado mesmo, o rostinho de: O que são vocês? Ao lado dele um casal maravilhoso, o homem não tava assim tããão beeem, mas a esposa desabafou! Falou tanta coisa, eu entendo que é um estresse ficar meses no hospital, espero que ela tenha ficado melhor.
O 4º quarto acho que tinham os moradores mais antigos, ambos da mesma cidade. Nesse quarto conversamos mais entre nós mesmos, porém dava pra perceber que eles estavam gostando de nossa presença, algo sutil e sincero. Ali eu morri de falar de minha ranidofobia medo, pavor, horror a sapos/rãs/pererecas/cururus e qualquer coisa do gênero. aí descobri que a mãe de um dos rapazes tinha medo de cobra, e o filho dela ficava me fazendo medo dizendo que tava vendo sapo na tela do celular. 

Muito obrigado! Moema do bairro, Frida Tequila, Branca de Leg.

Sim, agora um aviso: Tchau UPI! Eu sei que já escrevi diários de despedida antes, porém sempre voltava por que o problema era o tempo, eu conseguia arrumar tempo para as atividades que amava. Mas agora vou colar grau, já terminei minha faculdade e enfim terei que encarar um novo ciclo, isso dá um frio na barriga, um pouco de medo, mas é a vida. 

E para terminar usarei as palavras o diário de Chiquita Furacão do dia 04/07/2015 pois ela disse exatamente o que eu sinto em meu coração agora:

"Só tenho a agradecer. Não sei muito o que falar ou escrever quando vou me despedir de algo ou alguém. E nem sei se consigo encarar como uma despedida. Acho que todo mundo que acaba indo embora sempre deixa muita coisa e por isso se faz presente de certa forma. Sinto falta dos olhos que se encontravam aos meus na minha formação, mas entendo que as pessoas vivem buscando novos caminhos, novos olhares. Entendo porque sempre soube que a minha hora também iria chegar. mas levo também os novos olhares. Não tem como não levar. No mais, deixo o meu muito obrigada! Está na hora de continuar o trajeto do rio por outros arredores." 

E o trigo que é dourado fará lembrar-me de ti, e eu amarei o barulho do vento no trigo


''Assim o principezinho cativou a raposa.Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:- Ah! Eu vou chorar.- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...- Quis, disse a raposa.- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.- Vou, disse a raposa.- Então, não sais lucrando nada!- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.


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