Olá Diário de Bordo,
Como eu estava com saudades de vivenciar as coisas lindas de uma atuação após esse longo recesso.
É certo que, a cada ida ao terceiro andar do HUT, um novo componente mágico é sentido. Contudo, existe algo que é sempre o mesmo: o nervosismo e o medo da aceitação.
Penso logo. Branco, vazio! Branco, vazio! Branco Vazio!
Era noite de já estar familiarizado com as incertezas e ser capaz de ser jogar no escuro que é uma atuação. Tendo em vista que a maior certeza é que aqueles que se dispõe ao inusitado ganham "tempestades de ideias" e fazem chover afeto naquele lugar.
Neblinou. Garoou. Chuviscou. Choveu. Ouviu-se trovões. Eram gotas de amor nos corações.
E foi assim que junto com as melhores companheiras do mundo, Bibi Oteca e Cacau Varapau, partilhei de um jogo que de tão intenso não pareceu durar quase três horas . Não preciso dizer que sem elas nada seria como foi. Fazer conexões com cada paciente que estava ali dependia e ainda depende do quanto estávamos entregues ao cuidado com o outro. Foi com essa visão que conhecemos, por exemplo, o 'guarda' do corredor o ilustre Fefel que quis pôr apelido em todo mundo, porque dizia ele que chamar por apelido sempre é melhor. Conhecemos, também, um quarto em que havia um rapaz que estava em isolamento de contato e não estava em estado consciente (a princípio fiquei espantado, confesso), mas Bibi percebeu que a sua acompanhante queria simplesmente conversar ~ um simples que tem significado muito grande em si, sentimos o quão gratificante foi aquela conversa ~, daí percebemos o quanto aquele moço já era um guerreiro e insistimos infinitamente que ele ia se recuperar bem logo!!
~um puxão de fôlego para continuar~ Saímos nos corredores ávidos por olhares novos e confiantes no processo da atuação. É preciso acreditar que a sua presença ali surte estrondosos efeitos e que a diversidade e responsividade que há entre você e os seus melhores companheiros gera a criatividade (aqui só se tem como finalidade a melhoria do paciente), em que o maior efeito colateral que possamos causar seja o sorriso. E como foi bom colecionar sorrisos naquela noite, desde o sorriso da Rainha da Cohab VI que já é uma senhora, mas continua com seu glamour com as unhas pintadas de rosa até as gargalhadas do quarto mais zuadento do hospital, que tinha palhaços circenses, malabarista, cantor de rock e afins.
Termino dizendo que a sua maneira de ser afeta o comportamento dos outros. Permita ser afetado por coisas boas, por boas pessoas, por bons sorrisos, por bons olhares, por boas conversas. Afete com o seu afeto, pois é verídico o que diz no capítulo 5 de Mateus : Vós sois o sal da terra e a luz do mundo.
Mais uma noite que virou estrela para as constelações de Txequinaudo,
Abraços!!
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