Querido Diário de Bordo,
Hoje eu atuei pela primeira vez com Elijeans Kibon. Foi maravilhoso! Percorremos o segundo andar e conhecemos pessoas incríveis.
O cheirinho de limpeza; o batom rosa de Dona L. que combinava com sua blusa; o sobrinho de Dona L. que não podia falar conosco, mas sorria; Marília, exausta com o comportamento do tio, doente mental; o moço que estava pagando os pecados no hospital; a Senhora Do Cabelo de Três Cores e seu filho, que iriam pra casa logo logo; mãe e filho com os olhos mais bonitos do hospital.
O último quarto foi, sem dúvidas, o de maior carga emocional para nós. Primeiro, falamos com duas mulheres que nos contaram sobre a sonda mal colocada de C. C, apesar de não poder falar, nos olhou de tal forma que sua imagem não irá sair jamais da minha mente. Ele se engasgou por causa da sonda errada e, pelo olhar, nos passou toda a agonia e o sofrimento que estava sentindo.
Logo depois, falamos com o filho de H., que estava acompanhando o pai. Ele nos contou a história do pai, de forma emocionada e triste. Pouco depois, o irmão mais novo de H. chegou, o senhor F. Eu e Elijeans permanecemos um pouco com eles, enquanto F. tentava conter as lágrimas por não ser reconhecido pelo irmão e por se lembrar de situação parecida que passou com o filho, também vítima do câncer.
A atuação foi intensa, linda, importante e nos ajudou e ensinou muito. Nunca me esquecerei dessde dia.
Até a próxima atuação,
Bibi Oteca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário