Oi, Diário de Bordo!!
Eu queria saber expressar o quão mágico foi esse dia do abraço grátis na feira, mas só consigo descrever que cada troca de olhar, de abraço, de história vivida, de riso solto, de experiência, de sorriso, foi algo inesquecível que deve ser eternizado dentro daqueles bauzinhos com os dias mais encantadores da vida. Depois de tanta ansiedade para nossa primeira atuação, acho que, agora, podemos encher a boca com os mais lindos adjetivos para enfatizar o tamanho orgulho e prazer de ser clown; sinceramente, todas as expectativas para esse dia foram ultrapassadas e não passaram de meros sinais de partida. Sim, sinais de partida. O que foi vivido não pode ser comparado com o que se esperançava viver. Até mesmo o intuito inicial, o de dar abraços, serviu como ponto de largada para adentrar em mundos que de tão particulares nos mostrava a universalidade do ser humano (o amor que, felizmente, ainda resolve habitar em todos corações; assim como, ainda, há flores que relutam em brotar nas frestas do asfalto).
Amei atuar com todos os palhacinhos, sejam novinhos, sejam velhinhos. Foi bom saber que, em cada grupo formado, eu podia contar com OS MELHORES COMPANHEIROS DO MUNDO. Vocês são demais!!
De todas as maravilhas vividas nesse dia, acho que vale compartilhar com vocês quando abordei, junto com alguns amiguinhos (que agora só lembro de Frida Tequila), três senhorinhas que estavam a vender suas verduras. Eu cheguei como quem não quer nada e fui dando sorrisos de canto de boca para todas elas, logo mais me vi perguntando como estavam e tentando cativar uma a uma. Conversa vai e conversa vem, uma das senhorinhas me indaga de onde eu era. "-ôoh, senhora, eu venho de um lugar muito longe e muito diferente daqui, o Planeta Marte". Ela ficou espantada e me perguntou o porquê de eu ser um alienígena e querer estar aqui na Terra. Respondi: "-Aaaaaah, mas minha senhora, vê se a senhora me entende, eu sou de um planeta bem evoluído, sabe? Só que lá não tem uma coisa que eu acho muito linda nas pessoas daqui da Terra. Sabe o que é? É abraço com amor, minha senhora, lá nós não temos isso não.". Ela, agora toda jeitosa e com um charme só, me oferta um abraço e diz:
"Abraço, meu filho, isso não tem preço não. E amor? Isso é uma coisa sem limites."
Nos abraçamos e nos sentimos completos e eternos.
Uma letra de uma música de Jota Quest relata com exatidão a forma como o abraço eterniza um momento:"Tudo que a gente sofre num abraço se dissolve. Tudo que a gente espera ou sonha num abraço a gente encontra [...] O melhor lugar no mundo, é aqui. É dentro de um abraço. Por aqui, não mais se ouve o tic tac dos relógios. O rosto contra o peito, dois corpos em um amasso, dois corações batendo juntos em descompasso."
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