segunda-feira, 28 de julho de 2014

Diário de Bordo - Testa das Frituras, 24/07/14



 
 _ O que tá fazendo?
_ Esperando o tempo passar.
_ Mas, esperaê, de quanto em quanto tempo o tem passa?
_ Ah, o tempo passa a cada minuto, na verdade a cada segundo.
_ Então quer dizer que o tempo já passou aqui, agora, nestante?
_ Como que a gente faz para encontrar com o tempo, a gente pode pegar nele?
_ O tempo é uma coisa que passa muito rápido, quando pensa que não, ele já se foi. Ainda não consegui uma forma de segurar ele.
[...]
Neste diálogo desta última quinta entre nós (eu, Bartolomeu Barbudo e Chiquita Pequena Sombra) e uma senhora que guardava as portas do nobre aposento de seu pai, me fez refletir o quanto nós como clowns interferimos neste tempo daquele que está ali no ambiente hospitalar e também no nosso, enquanto acadêmicos. Aquele tempo que uma ora aprisionou-se e parece não sair do lugar, ora correu e nós nem sentimos, nem menos encontramos aquele que está ao nosso lado, no ônibus, sala de aula, em casa.

"És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo


Ainda assim acredito Ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo

Portanto, peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo"
                                   Caetano Veloso

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