_ O que tá fazendo?
_ Esperando o tempo passar.
_ Mas, esperaê, de quanto em quanto tempo o tem passa?
_ Ah, o tempo passa a cada minuto, na verdade a cada
segundo.
_ Então quer dizer que o tempo já passou aqui, agora,
nestante?
_ Como que a gente faz para encontrar com o tempo, a
gente pode pegar nele?
_ O tempo é uma coisa que passa muito rápido, quando
pensa que não, ele já se foi. Ainda não consegui uma forma de segurar ele.
[...]
Neste
diálogo desta última quinta entre nós (eu, Bartolomeu Barbudo e Chiquita
Pequena Sombra) e uma senhora que guardava as portas do nobre aposento de seu
pai, me fez refletir o quanto nós como clowns interferimos neste tempo daquele
que está ali no ambiente hospitalar e também no nosso, enquanto acadêmicos. Aquele
tempo que uma ora aprisionou-se e parece não sair do lugar, ora correu e nós
nem sentimos, nem menos encontramos aquele que está ao nosso lado, no ônibus,
sala de aula, em casa.
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Portanto, peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo"
Caetano VelosoTempo, tempo, tempo, tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Portanto, peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo"
Não para de ser assim, poxa!!!
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