Nossa, a experiência de atuar de novo, depois de tanto tempo, me foi assustadora. Isso porque eu estava sem atuar há mais tempo do que o resto do grupo, por ter me afastado um pouco do Projeto pra cuidar da minha saúde mental. Apesar de estar tão inseguro, voltar pra a fantasia foi tão gostoso como soa. Uma pequena mudança na maquiagem me fez me sentir empolgado mesmo antes de subir a energia: quebrar um pouco as regras, me apropriar do meu próprio processo só me fez sentir o Crispim mais real. Já sorrindo e de energia lá no alto, Crispim Pinguim e Vini Vinho saíram pelos corredores pra matar a saudade de ver gente, de conversar. Como sempre, foi incrível, muita risada, poucos nãos dos pacientes (que com o tempo e com o vai-e-vem dos palhaços, se desfazem em interesse, coragem e curiosidade pra interagir). Na atuação, ouvir foi a primeira palavra-chave. Humildemente absorvemos a sabedoria de Maria, que ria envergonhada com nossa atenção individida. Conhecer foi a segunda: pessoas que dividiam quarto há semanas e que nunca haviam conversado, passaram a conversar por conta de nosso intermédio bagunçado. Logo mais, sem precisar dele. Mas a terceira palavra-chave me foi a mais importante: controle. No último quarto, logo no último, Crispim e Vini Vinho já exaustos, se deparam com o pior tipo de não: o não que ataca, tenta ferir. Mas o sujeito vem tirar onda logo com palhaço? Controle. Controle. Confia no palhaço. Meu amooor, Crispim Pinguim é muito bem estudado em como lidar com engraçadinho. O que começou como uma tentativa covarde de constranger os pobres palhaços, terminou com risada no corredor. As acompanhantes do quarto ao lado rindo, o sujeito esbravejando no quarto, enquanto procurávamos o vestido de noiva do velhinho que ia casar com ele. Longa história.
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