terça-feira, 4 de setembro de 2012

Flavoca Paçoca 14.08.12

Petrolina, 14 de agosto de 2012.

Diário de Bordo – Atuação do dia 10 de agosto de 2012 no HUT (Sexta - Feira)

Posso dizer que essa foi a melhor atuação da minha vida (até hoje). Na verdade, na verdade, foi muito mais do que isso. Acho que essa atuação tornou o dia 10 de agosto de 2012 importante demais. Entrou para lista dos melhores DIAS da minha vida. Amei estar com AQUELES COMPANHEIROS, NAQUELE DIA, NAQUELA HORA E NAQUELE LUGAR. Acredito que Deus preparou tudinho com a mais “PERFEITA PERFEIÇÃO”!
Neste sai o setor por inteiro se moveu. Entramos em todos os quartos, brincamos com todas as pessoas: pacientes, acompanhantes, enfermeiros, técnicos, funcionários, médicos, fisioterapeutas... TODOS, absolutamente, TODOS. Mas o melhor não foi isso. O melhor foi que todos brincaram conosco. E brincamos uns com os outros.
Logo de primeira a Flavoca (ousam bem, não eu, acredito que a Flavoca mesmo) ficou impressionada com o Zé do Respeito. Ele “tirava onda”, abusava, perturbava, atentava todo mundo. O Tamborete era uma doçura e, ao mesmo tempo, um “trolão” (tirador de onda), um intermediário perfeito, e Flavoca um docinho.
Neste dia, conversamos muito com os pacientes, ouvimos tantas histórias. Tenho bem forte na minha memória a lembrança de um quarto onde tinha uma Irmazinha da Igreja Assembléia de Deus. Ela tinha sofrido um Derrame e falava meio “emboldado”, Zé, de primeira, “descobriu” que aquela fala era um idioma diferente, ela era estrangeira. A filha, acompanhante dessa senhora nos foi apresentada, chamava-se Dulcinéia. Nesse instante, uma senhora acompanhante de um paciente do outro quarto veio ao nosso encontro. Ela tinha um nome que, ao ser unido com o de Dulcionéia, transformou-as em cantoras de uma dupla sertaneja. Elas não quiseram cantar. Nesse momento, a irmãzinha (que tinha sofrido o derrame) começou a cantar uma música evangélica: “Entra na minha casa, entra minha vida (...)”. Foi lindo. As pessoas do outro quarto começaram a vim ver o que estava acontecendo. Pediram bis e, então, começamos a cantar: “Espírito, espírito, que desce como fogo (...)”. Foi perfeito demais. Mas, o melhor ainda estar por vir.
O destaque da noite foi o último quarto. Dessa vez, acho que o Clown foi o paciente. Senhor Paulo, um velhinho muito fofo (Eu amo velhinhooos!), sábio, inteligente e esperto. Conversamos os três com ele. De repente, ele ficou parado, com os olhos abertos, ficou como morto. Nós três entramos em desespero, começamos a chamá-lo e ele não respondia. Pensamos: “Ai meu Deus, Seu Paulo morreu. O que faremos?”. Quando então, seu Paulo responde: “Desliguei”! Entramos em crise de riso. Nós fomos totalmente enganados, “trolados” por seu Paulo. Fomos ridículos. E foi maravilhoso. Como foi maravilhoso.
Encerramos aquela noite interagindo com os Funcionários do Hospital. Uma em especial, que tornou-se namorada de Tamborete, nos convidou para fazer indecência no quarto e paquerou Zé do Respeito (Dizendo que ele tinha lábios bonitos). Foi um dia HILÁRIO, MÁGICO, SURREAL. Acredito que, como eu, os meninos sairão acreditando que o céu não é o limite, podemos ir além, e que voar é possível.

Cheirinhos e Beijinhos, bem fofinhos,
Flavoca.

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