Diário de bordo 19/11/2012
Como deixar de ser arrogante.
Um dia me disseram que eu era arrogante. Mas que coisa! Como assim?
Como uma pessoa, outrora tão alegre, sorridente, simpática, pode hoje
ser chamada de arrogante? Será que eu realmente mudei? Será que perdi
minha essência? E eu sou lá perfume pra ter essência?
Foi nessa busca de explicações que, por acaso, encontrei o clown. Nunca
pensei que uma coisa tão singela como um palhaço fosse responder todas
as minhas perguntas. Descobri que não havia perdido minha essência,
apenas havia criado ao meu redor uma armadura. Um escudo. Um escudo
forte de uma pseudo-arrogância e de uma enorme falsa auto-estima. Que me
protegia. E que continua me protegendo. Afinal de contas não vivemos
num mundo fácil. Não podemos demonstrar fraqueza. Não podemos titubear.
Um mundo onde, ao mero sinal de fraqueza, tem alguém para nos transpor
uma espada. Por isso, continuo dependendo do meu escudo e não pretendo
me livrar dele.
Entretanto, na palhaçoterapia, descobri um momento
onde posso me desarmar, onde me sinto leve, sem armadura, sem espada ou
escudo, sem mentira. Quando sou palhaço sou realmente eu, sou minha
verdadeira essência e isso me faz muito bem. Acabo sendo o mais
beneficiado dessa terapia. Me alimento dela. Sinto necessidade de atuar.
Infelizmente, não posso, nem devo transpor essa ausência de armas e
defesas para meu dia a dia por que a toda hora descubro que o mundo é
áspero, os mestres são frios e o café desce amargo.
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