sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

João Canelão, 27.11.2012

Essa atuação aconteceu no Hospital Dom Malan com as minhas melhores companheiras do mundo Valesca Recheada e Franchesca Mil por hora.

Antes mesmo de começar a atuação nos deparamos com um problema. Cadê a chave do local onde nos maquiamos? Esperamos mais de uma hora até aparecer o cara com a bendita chave. Isso pode parecer irrelevante, mas ficar esse tempo todo esperando pra atuar é um pouco desgastante.

Mais uma vez, afirmo que atuar no hospital Dom Malan é muito mais difícil que atuar no HUT. Atuar com crianças é muito mais complicado e todo essa complicação está em, cada vez mais, pôr verdade no que se está fazendo. Percebo que lidar com crianças é muito mais complicado pela dose de verdade que se está colocando em jogo. As crianças não aceitam mentiram, as crianças rejeitam com avidez qualquer brincadeira forçada.

Acho que o segredo de lidar com essas crianças é se divertir também, se divertir de verdade. Mas as vezes isso pode ser muito difícil de se obter.

Durante a atuação percebi que não estava rolando uma química muito boa entre os clowns. Parecia que cada um estava jogando com uma pessoa diferente e isso pode ter atrapalhado muito a atuação. Temos que lembrar que estamos no hospital para jogarmos com nossos companheiros e não para atuarmos sozinhos.

Senti também que estava faltando um pouco mais de verdade nas minhas companheiras. Confesso que em alguns momentos também não fui a pessoa mais verdadeira do mundo, mas quando eu percebi que a palavra fundamental era verdade, a minha atuação tomou outro rumo e melhorou significativamente.

Além de todas essas reflexões que também falar um pouco de certos fatos que ocorreram comigo. Mais ou menos no meio da atuação, no corredor, chegou um menino e começou a me dar pequenos golpes na barriga. Na mesma hora, lembrei de um caso parecido que foi relatado na época da minha formação como clown. Sem titubear comecei a travar uma luta imaginária com o menino. Nessa luta eu não recebia mais golpes no corpo; e sim, golpes imaginários, quando dei por mim estava em uma luta épica entre eu e duas crianças. Foi assim que consegui me livrar dos golpes do garoto e ainda me divertir.

Outra coisa que aconteceu foi uma rápida brincadeira que inventei. Lembrando da minha dificuldade de assimilar nomes de pessoas e da importância de promover encontros no hospital, inventei a brincadeira dos nomes. A brincadeira consiste em falar bem rápido o nome das pessoas do quarto de forma aleatória e ainda apontando para cada pessoa. Confesso que quem mais se divertiu fui eu.

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