Enfim, já estou sob advertência por postar meu diário atrasado,
mas foram muitos os pensamentos e as reflexões acerca dessa semana,
e ainda estou procurando palavras para descrevê-los, vamos lá.
“Cuidar
não é apenas Ato, é uma atitude”.
Leonardo Boff
Essa
frase resume bem o sentimento que tentamos transmitir esses dias da
Semana de Humanização. Em plenas férias, nós da UPI em conjunto
com a Prefeitura de Juazeiro realizamos alguns eventos, como uma
Exposição Fotográfica, mostrando a todos na Praça da Misericordia
um pouco mais sobre a UPI, que através da palhaçoterapia serve como
um dispositivo essencial a humanização, principalmente, nos âmbitos
acadêmico e hospitalar; Uma roda de conversa com Doulas, voluntárias
do Parto, aprofundando o tema Humanização do Parto e um Jardim do
Cuidar no Hospital Materno Infantil.
É
engraçado e frustrante quando falamos de humanização, é o ser
humano pensando em estratégias para se tornar e tornar o outro mais
humano. Todavia, é imprescindível que essa temática se dissemine,
que essa atitude se dissemine. Porque humanizar é entender a
complexidade do outro, é cuidar. E essa semana permitiu que
ampliássemos nosso conceito, enquanto estudantes e sujeitos, acerca
desse cuidado, como atitude diária e para todos. Eu experimentei
isso em todos os sentidos, enquanto Tathyane, integrante da UPI,
explicando sobre o projeto, dando e recebendo atenção às/das
pessoas que por ali passavam, e enquanto Rosinha tentando estabelecer
encontros, cuidando não só pela graça, pelo abraço, mas pela
atenção. Todavia, é importante que tenhamos em mente que nem
sempre conseguiremos cuidar como queremos, de fato, do outro, nem
sempre conseguiremos entender quão complexo ele é, como aconteceu
em um caso no Hospital, em que diante de tentativas sem sucesso com
pequenos gestos, o se afastar foi a melhor solução. É preciso
deixá-lo aliviar a tensão e respeitar esse momento, é um cuidado
diferente.
Quanto
às atuações, pela primeira vez atuei como monitora, na verdade
apenas uma companheira que dá uns toques e foi um pouco
desesperador, mas também tranquilo, porque eu não estava sozinha.
Estava no Hospital Materno Infantil com a companhia simples e
encantadora de Esperança, mestre em aramaico e em cativar os outros
e Mariqueta, especialista em ouvir as bananas de terra, tão
carinhosa e tão cheia de vontade. Juntos, viajamos em busca de
aventuras, em busca de encontros, de caminhos. Conhecemos a
'rainha', a quem fizemos reverências e fomos privilegiados em sair
nas fotos; Fizemos uma denúncia em relação ao moço do alcool em
gel, que estava viciado no celular e deixava a santinha tristinha;
Como bons executivos, conversamos sobre transferências e depósitos
de pacientes; Conquistamos um moço que estava todo cabreiro conosco,
e que queria saber quantos 'graus' estávamos no colégio;
Conversamos com algumas mães que comeram banana da terra, e
entendemos que as bananas são importantes para o mundo crescer;
Contamos com uma médica 'dos ouros e joias', para dar as receitas
para as mulheres, ensinando como tirar a semente da banana e como se
alimentar.
Mariqueta, Esperança e Rosinha |
No
abraço grátis na Praça da Misericordia, junto com meus melhores,
Hércules, Magali, Lupita, Mariqueta, Zefinha, subimos o nariz na
policlínica e saímos a procura da Praça da Misera, mas poucos
sabiam nos orientar. Quando nos dividimos, tive o prazer de ter a
grande companheira Magali ao meu lado. E fomos a busca de novos
encontros. Conhecemos um pouco das histórias dos apanhadores de
sonhos e dos pega ladrões; Entendemos através de um jovem como
amortercer uma queda com a bicicleta; Andamos de 'moto', tentamos,
mas Rosinha é um desastre, quase cai ela e Magali da bike; Vimos um
moço sequestrar uma pessoa para levá-la para fabrica da felicidade;
Conversamos com os 'bananas' e quase mostramos uns golpes de karate,
boxe pra eles e com Dona Help tão gentil, a dona dos Psiiiicolé;
Conhecemos as primas coloridas, como nós, que cuidavam uma da outra,
e dentre elas tinha uma guardiã do arco iris, que também era modelo
e fez uma pequena exibição pra todos; Conhecemos o cara da coca
cola que, assim como Magali, toma num tapa, num murro, num chute
2litros de refrigerante; Outrora, Rosinha virou tripe, enquanto
Magali mostrava seus dotes artisticos, afinal o clown é tudo,
ele faz de tudo. A cartunista era tão boa, que o desenho chamou
atenção de um cara que passava, que ele também quis levar um
desenho pra casa; Parabéns, 'Magali Da Trinta'.
E os holofotes eram tantos, que o dublador de Syd da Era do Gelo,
logo se encantou e nos permitiu conversar com ele, ele até
autografou o desenho de Magali. Finalizamos essa tarde atrás
de nossos companheiros para irmos a uma viagem ao rodeio.
Parece
bobo e duvidoso quando pensamos que ações como essas e gestos tão
simplórios podem mudar alguma coisa. Engano! Podem! Nesse
processo esquecemos que são
os gestos mais simples ('menos é mais') e
as atitudes de atenção
com o outro, são o que, de fato, nos humanizam. Obrigada,
meus melhores por estarem comigo, por dividirmos esses sentimentos.
Temos muito a aprender,
começamos
a vivenciar um pouco mais do universo do cuidar, espero que nossos
sentimentos, nossas
atitudes se intensifiquem e cativem outros cada vez mais. Ansiosa
para próxima vez! ;DD
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