quarta-feira, 16 de abril de 2014

Rosinha das Alturas - Semana de Humanização 08/04/2014


Enfim, já estou sob advertência por postar meu diário atrasado, mas foram muitos os pensamentos e as reflexões acerca dessa semana, e ainda estou procurando palavras para descrevê-los, vamos lá.

Cuidar não é apenas Ato, é uma atitude”
Leonardo Boff

Essa frase resume bem o sentimento que tentamos transmitir esses dias da Semana de Humanização. Em plenas férias, nós da UPI em conjunto com a Prefeitura de Juazeiro realizamos alguns eventos, como uma Exposição Fotográfica, mostrando a todos na Praça da Misericordia um pouco mais sobre a UPI, que através da palhaçoterapia serve como um dispositivo essencial a humanização, principalmente, nos âmbitos acadêmico e hospitalar; Uma roda de conversa com Doulas, voluntárias do Parto, aprofundando o tema Humanização do Parto e um Jardim do Cuidar no Hospital Materno Infantil.



É engraçado e frustrante quando falamos de humanização, é o ser humano pensando em estratégias para se tornar e tornar o outro mais humano. Todavia, é imprescindível que essa temática se dissemine, que essa atitude se dissemine. Porque humanizar é entender a complexidade do outro, é cuidar. E essa semana permitiu que ampliássemos nosso conceito, enquanto estudantes e sujeitos, acerca desse cuidado, como atitude diária e para todos. Eu experimentei isso em todos os sentidos, enquanto Tathyane, integrante da UPI, explicando sobre o projeto, dando e recebendo atenção às/das pessoas que por ali passavam, e enquanto Rosinha tentando estabelecer encontros, cuidando não só pela graça, pelo abraço, mas pela atenção. Todavia, é importante que tenhamos em mente que nem sempre conseguiremos cuidar como queremos, de fato, do outro, nem sempre conseguiremos entender quão complexo ele é, como aconteceu em um caso no Hospital, em que diante de tentativas sem sucesso com pequenos gestos, o se afastar foi a melhor solução. É preciso deixá-lo aliviar a tensão e respeitar esse momento, é um cuidado diferente.

Quanto às atuações, pela primeira vez atuei como monitora, na verdade apenas uma companheira que dá uns toques e foi um pouco desesperador, mas também tranquilo, porque eu não estava sozinha. Estava no Hospital Materno Infantil com a companhia simples e encantadora de Esperança, mestre em aramaico e em cativar os outros e Mariqueta, especialista em ouvir as bananas de terra, tão carinhosa e tão cheia de vontade. Juntos, viajamos em busca de aventuras, em busca de encontros, de caminhos. Conhecemos a 'rainha', a quem fizemos reverências e fomos privilegiados em sair nas fotos; Fizemos uma denúncia em relação ao moço do alcool em gel, que estava viciado no celular e deixava a santinha tristinha; Como bons executivos, conversamos sobre transferências e depósitos de pacientes; Conquistamos um moço que estava todo cabreiro conosco, e que queria saber quantos 'graus' estávamos no colégio; Conversamos com algumas mães que comeram banana da terra, e entendemos que as bananas são importantes para o mundo crescer; Contamos com uma médica 'dos ouros e joias', para dar as receitas para as mulheres, ensinando como tirar a semente da banana e como se alimentar.

Mariqueta, Esperança e Rosinha
No abraço grátis na Praça da Misericordia, junto com meus melhores, Hércules, Magali, Lupita, Mariqueta, Zefinha, subimos o nariz na policlínica e saímos a procura da Praça da Misera, mas poucos sabiam nos orientar. Quando nos dividimos, tive o prazer de ter a grande companheira Magali ao meu lado. E fomos a busca de novos encontros. Conhecemos um pouco das histórias dos apanhadores de sonhos e dos pega ladrões; Entendemos através de um jovem como amortercer uma queda com a bicicleta; Andamos de 'moto', tentamos, mas Rosinha é um desastre, quase cai ela e Magali da bike; Vimos um moço sequestrar uma pessoa para levá-la para fabrica da felicidade; Conversamos com os 'bananas' e quase mostramos uns golpes de karate, boxe pra eles e com Dona Help tão gentil, a dona dos Psiiiicolé; Conhecemos as primas coloridas, como nós, que cuidavam uma da outra, e dentre elas tinha uma guardiã do arco iris, que também era modelo e fez uma pequena exibição pra todos; Conhecemos o cara da coca cola que, assim como Magali, toma num tapa, num murro, num chute 2litros de refrigerante; Outrora, Rosinha virou tripe, enquanto Magali mostrava seus dotes artisticos, afinal o clown é tudo, ele faz de tudo. A cartunista era tão boa, que o desenho chamou atenção de um cara que passava, que ele também quis levar um desenho pra casa; Parabéns, 'Magali Da Trinta'. E os holofotes eram tantos, que o dublador de Syd da Era do Gelo, logo se encantou e nos permitiu conversar com ele, ele até autografou o desenho de Magali. Finalizamos essa tarde atrás de nossos companheiros para irmos a uma viagem ao rodeio.

Magali e Rosinha verificando os PSIIcolés! :P
Parece bobo e duvidoso quando pensamos que ações como essas e gestos tão simplórios podem mudar alguma coisa. Engano! Podem! Nesse processo esquecemos que são os gestos mais simples ('menos é mais') e as atitudes de atenção com o outro, são o que, de fato, nos humanizam. Obrigada, meus melhores por estarem comigo, por dividirmos esses sentimentos. Temos muito a aprender, começamos a vivenciar um pouco mais do universo do cuidar, espero que nossos sentimentos, nossas atitudes se intensifiquem e cativem outros cada vez mais. Ansiosa para próxima vez! ;DD






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