quinta-feira, 19 de abril de 2018

Gigi Abacaxi, 12/04/18, HU

(Quem tá lendo não desista de mim que eu escrevi umas coisas no final kkkkkkk) 

A realidade transfigurada: 


Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada. O que te direi? te direi os instantes. Exorbito-me e só então é que existo e de um modo febril. Que febre: conseguirei um dia parar de viver? ai de mim, que tanto morro. Sigo o tortuoso caminho das raízes rebentando a terra, tenho por dom a paixão, na queimada de tronco seco contorço-me às labaredas. A duração de minha existência dou uma significação oculta que me ultrapassa. Sou um ser concomitante: reúno em mim o tempo passado, o presente e o futuro, o tempo que lateja no tique-taque dos relógios.
Para me interpretar e formular-me preciso de novos sinais e articulações novas em formas que se localizem aquém e além de minha história humana. Transfiguro a realidade e então outra realidade, sonhadora e sonâmbula, me cria. E eu inteira rolo e à medida que rolo no chão vou me acrescentando em folhas, eu, obra anônima de uma realidade anônima só justificável enquanto dura a minha vida. E depois? depois tudo o que vivi será de um pobre supérfluo.
Mas por enquanto estou no meio do que grita e pulula. E é sutil como a realidade mais intangível. Por enquanto o tempo é quanto dura um pensamento.


Queria dizer que eu quem escrevi, mas foi Clarice Lispector mesmo! 
Roubei as palavras dela para mim porque eu não sabia o que escrever e tudo que ela diz em cada frase carrega um pouco sobre o que é tá e ser UPI ( se não fosse uma questão cronológica até diria que foi inspirado).  
Eu pensei bastante no dia da última atuação e nos últimos dias como o tempo passa rápido, em como eu me inscrevi meio descompromissada, e em como na primeira dose eu já me apaixonei, em como antes de sair o resultado da primeira fase  eu ficava pensando eu quero tanto, tanto, tanto entrar; uma vontade que nem eu sabia que tinha. 
Vejam só como o tempo passa rápido, eu mesmo ainda lembro dos sentimentos da formação, do abraço grátis e da primeira atuação no HU ( Alô minhas velhinhas Carlinha e Amanda, e o meu companheiro novinho Alex), depois veio o segundo semestre ( com Laís e Adriano, Hello) e agora vem uma nova etapa. Dá para acreditar que eu vou ser velhinha de alguém? Eu não acredito. A verdade é que eu tô muito ansiosa, pelos que vão chegar, a formação e tudo aquilo que não vai ser igual à primeira vez, mas vai ser tão incrível quanto. 
Por agora eu agradeço pelo 30/07,08/08, 15/08, 22/08... ( e todos os outros dias em que Gigi deu o ar da graça no meu dia, me perdoem, mas me deu preguiça de escrever todos eles) e claro ao 12/04/18 que me trouxe todos esses pensamentos.




Depois de tudo isso eu ainda preciso homenagear as linguarudas do 3º andar

Q? a gnt falando da vida alheia? Jamais!!!

Para que me aguentou até aqui, obrigada pela paciência. Eu só ia colocar o texto da Clarice e uma foto, mas a UPI desperta umas coisas na gente que quando eu percebo tô escrevendo o novo goodman (bem mais interessante, é claro!).
Sem mais arrudeios um beijo. 

Pera que eu acabei de notar que foi a única vez que eu fiz essa maquiagem parecida com a da formação kkkkkkk.

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