Que jornada
boa eu tive nesta noite! Acompanhado da agitada Rosinha das Alturas e do
conversador Hércules do Encanto tivemos uma noite de jogos incríveis! Jogos que
eram tão bons que frequentemente ultrapassavam os limites dos quartos e
envolviam as pessoas de outros também.
Eu me encontro
nas pessoas que estão comigo. Nas pessoas companheiras que se pintam, se doam e
sobem esse nariz vermelho tão cheio de significado. Estar com essas pessoas é se
jogar no mundo, é criar um mundo, é criar um pedacinho de chão que muda todo
tempo.
Entramos no
primeiro quarto convidados por uma risada, por uma senhora que só de nos ver já
começava a rir. Como vimos duas camas vazias no quarto, dissemos que íamos
deitar, mas aí fomos avisados que quem deitava nas camas ia para a terra dos
pés juntos, e para lá não queríamos ir não! Tentamos dividir a cama com elas,
dizíamos que éramos pequenos e não iríamos ocupar espaço, mas não teve jeito.
Noutro quarto,
um moço disse que Hércules e Bartolomeu eram muito bonitos, e pra Rosinha ele
deu uma bala, porque já que ela não era bonita pelo menos tinha um doce! E
aquela virou a bala da feiúra: quem tivesse com ela seria o feio da vez! E foi
uma troca engraçada entre tanta gente que largava a bala ou que não ligava de
ser chamado de feio só pra ficar com um doce.
Encontramos o
power ranger vermelho, o líder, e que estava recrutando! Rosinha já estava de
rosa e podia ser a power ranger rosa, o problema foi que Hércules e Bartolomeu
estavam de amarelo, aí tem só uma pequena complicação, porque a power ranger
amarela é mulher, e quem seria de nós dois? Fomos tentar descobrir com as
pacientes, quem tem mais cara, quem tem mais jeito, quem tinha mais chance de
ser.
Mas o jogo que
marcou a noite pra mim foi o da Arte da Paquera. Bartolomeu começou paquerando
Rosinha, mostrando como é que um homem romântico e conquistador tem que agir:
barriga pra dentro, peito pra fora, pose de musculoso, olhar penetrante, e a
voz grave e sexy de locutor de rádio… Baby.
Baby… Rosinha ficou vermelha, apaixonada com certeza! Quem resiste ao
Bartolomeu? E na mesma técnica, Bartolomeu tentou conquistar as pacientes, se
desse risada era porque tinha se apaixonado! E não é que deu certo? Hércules não
ia ficar pra trás não, e com a técnica conquistou todo mundo do quarto também! Teve
até competição pra ver quem era o mais romântico e conquistador de todos! A votação
foi disputada, acirrada, voto a voto, mas no final, a moça com o voto de
minerva disse que nós dois éramos muito românticos, era impossível decidir. E a
gente aceitou de boa, ela virou a Dona Flor e nós éramos os dois maridos!
Rosinha queria
paquerar também, claro que ela não ia ficar pra trás! Arrumou o cabelo,
preparou o olhar (ah nega, assim Bartô ‘paxona) e foi procurar alguém também!
E foi uma
noite incrível no hospital. Uma das melhores atuações que eu já tive, uma
daquelas que vou guardar com carinho comigo.
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