De volta! /o/
Escrita, escrita, escrita. E logo
depois de atuar, pra não esquecer detalhes (as experiencias do
semestre passado ensinaram-me isso). Hoje foi a primeira ida ao HU
depois das férias e do remanejamento de clowns para atuaçoes e,
levando em conta previsoes catastroficas minhas, deu até muito certo. Explico:
estar no setor sem monitor@s e depois
de tanto tempo parada e meio perdida em minhas
reflexoes sobre o ‘ser clown’ parecia assustador.
Principalmente porque faltei muuuito ao aprofundamento. Mas as coisas
correram mais leves do que eu imaginava.
A melhor dupla, desta vez, seria só e
apenasmente Dalila. E fomos ao HU, na nossa primeira vez
juntas. Roupa, gente no quarto, maquiagem, calor, mais gente no
quarto e... subir o nariz no banheiro, rs.
Nao imaginava que o jogo da minha
companheira fosse tao espoleta. Fiquei com uma vontade enorme de:
“ei, coisinha, vai devagar, viu? Devagaaar” no meio dos jogos.
Mas era o jeito dela e, apesar do início ter sido uma etapa de
“pegar costume”, fluímos. Nós nos demos bem com o moço que se
comunicava somente piscando os olhos (“mas como ele diz que quer ir
ao banheiro??”) e sua acompanhante; mais ainda com a menina brava
que queria arrancar nosso nariz (gostei demais dela! Bicha retada,
uma cirurgia da complexidade que a que ela fez e a criaturinha
continuava lá, firme e tirando várias com nossa cara, de personalidade forte); além da criança crescidona (“trinta
anos??”) do outro leito. A senhorinha que estava quase sozinha em um
dos quartos foi a nossa deixa para sairmos e nos escondermos de uma moça malvada que chegou para examiná-la e queria nos furar,
veja só! :@
O quarto-desafio da noite- porque quase
sempre tem um. Chegamos em duas senhoras, uma delas bem simpática e
tranquila, elogiou nossas roupas e ficamos “nos achando”; ela
queria até um short que nem o da Magali! A outra, um tanto agressiva
e baixa-jogo, rs. Mas ela não iria cortar meu jogo, de jeito nenhum.
Primeiro, porque pessoas grossas tem por todos os lugares; segundo,
porque ela tinha uma linha de pensamento sisuda, engessada e
intransigente, queria nos forçar a engolir a crença dela e a
acreditar naquilo que ela estava dizendo... e isso entra pelo meu
ouvido e sai pelo outro; terceiro, porque ela, infelizmente, não
entende de brincadeiras. Tive muita vontade de contestá-la e fiz uma
tentativa branda: “entao, Jesus não gosta de pessoas que brincam?”
e minha companheira também, porém daquele mato não sairia
coelho... e tive ímpeto também de ficar sinalizando sim a tudo que ela
dizia, mas, daí, não seria eu, então, simplesmente levantei, nao quis insistir e deixei-a lá, inclusive chamando a Dalila de mentirosa. Aquele momento em que tem é preciso se segurar para nao quebrar a clavícula reagir do mesmo jeito. Fiquei receosa por Malagueta. Foi triste ver esta postura ofensiva e intolerante, que
sei que não representa tod@s de sua religiao, mas ainda é um grande
exemplo de como as pessoas deturpam e cospem a sua “verdade”, sem
o mínimo de respeito.
Entao, saindo deste quarto, dialogamos
com uma jovem bonita, que estava vendo o tempo passar através da
janela de vidro; um doce! E que soube jogar muito bem conosco, com a
menina brava e as técnicas de Enfermagem (que estavam doidas pra nos
agulhar), todo mundo se encontrando no fim do corredor! *Pausa para
fotos, haha*. Foto, foto, foto e
o carinho daquela
guria que só queria era aprontar com a gente, mesmo. Uma linda.
Crianças, no fundo, são adoráveis.
A
esta altura, minha coluna já doía e o estomago vazio reclamava. Mas
ainda teríamos mais! O último quarto era o mais cheio até então-
situaçao que me desconforta no
setor hospitalar.
Várias pessoas acamadas,
frágeis,
esperando atençao me angustiam e estabelecer diálogos entre elas é
algo que ainda tenho que aprender, parece uma boa maneira de
interagir. Mas, neste quarto, encontrei o moço mais incrível da
noite, o S. Foi uma troca muito mais rica pra mim e arrependi-me de
não te-lo agradecido por isso. Solto, educado, sincero, zoeiro...
finalmente encontrei alguém que batia completamnte
comigo, com meu jogo. Apesar de que falei algo que não impactou bem
nele, devido ao seu estado de saúde (“eu errei, viu?”); mas o
cara levou na boa, felizmente. Ele
me entendeu. Nao cobrou nada de mim (exceto meu nome “verdadeiro”...
oxe), não quis que eu “me soltasse”, que eu o fizesse sorrir por
sorrir e tinha olhos bem sinceros. Minha jarra já estava cheia.
…
e era hora de ir! Nao foi fácil me
despedir desta noite super grata e viva. Os sorrisos das maes
acompanhantes só de nos ver e d@s
pacientes, as encaradas com a minha companheira de atuaçao não tem
preço. Começo a me achar muito mais nisso que faço. A aproveitar
cada pedaço que acontece para melhorar a mim. A saber que não
preciso ser aquilo que não sou, mas otimizar capacidades. Nada
difícil saber porque a UPI me faz tao bem.
Despeço-me
com bastante sono.
Ah!
Saudadinha de meu velho trio, Sancho pança-fofa e Marieta Nariguda.
Até!
:)
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