terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Pipi Rueta, 2º andar HUT, 16/01/2019


Essa atuação me marcou muito. Tudo começou com um clima sereno, atuando com duas colegas que gosto muito e que me identifico bastante na atuação como clown. Mas, ao chegar em um certo quarto, Ângela nos esperava. Aquela moça de 15 anos que havia tentado suicídio não nos dizia nada, mas seus olhos tinham muito a dizer. No momento em que a vimos, o sentimento foi unânime: a energia caiu, e sabíamos que tínhamos que nos desfazer um pouco do papel de clown e nos vestirmos de "humanos" solidários que têm problemas e vivem também achando muitas vezes que não há saída. Ao seu lado, um pai que aparentemente sofria com aquilo, então não sabíamos a quem apoiar primeiramente. Pelo menos pra mim, aquela noite foi como um "renascer", pois muitas vezes acreditamos saber a magnitude de nossos problemas, mas sempre tem alguém sofrendo mais ainda com eles. E ali estava Ângela, com as duas pernas quebradas, um braço cheio de marcas de corte e um coração com certeza sequelado.
Falei o que me veio ao coração, e espero que ela tenha sentido a verdade de minhas palavras. Vamos pensar no próximo, e em como ele lida com a vida, às vezes contribuímos um pouquinho (para nós), mas muito (para eles). Beijo. 💓

Nenhum comentário:

Postar um comentário