segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Frederico dos Ombritos, 1º andar HUT, 07/02/2019

Estar na UPI é poder ser um agente transformador na vida das pessoas que estão ali no hospital. Pessoas que estão há dias, semanas ou meses, como já vi acontecer. Muitas vezes, nós estamos tão cheios da vida, estressados, feridos e ansiosos que esquecemos que tem alguém precisando de um "oi", um sorriso ou um olhar verdadeiro de "eu tô aqui. Tudo vai ficar bem". 
Estar na UPI é, às vezes, deixar todos os meus problemas de lado e saber que no momento da atuação eu sou responsável por cuidar do outro. Como diz uma professora minha, ser um "cuida-dor"e "transforma-dor". Transformar todo aquele medo, tristeza, pesar em esperança e alegria. E sim! Isso acontece! E é impressionante ouvir de pacientes e cuidadores de que o quarto estava desanimado, mas com a presença de um palhaço as coisas mudaram. E que mesmo em meio a dor, aquela pessoa conseguiu sorrir e esquecer um pouco da sua aflição. Ou ajudar as pessoas ali a sonharem com o futuro, com o que vão fazer ou o que vão comer quando saírem do hospital e, além disso, conhecer a história e a família daquela pessoa também. Às vezes até tiram foto da gente com o paciente, pra mostrarem aos outros familiares que estão em suas cidades esperando pelo retorno daquela pessoa amada que um grupo de palhaços foi visitar e animar aquela pessoa.
Estar na UPI é estar em uma via-de-mão-dupla, pois ao mesmo tempo em que cuido de outra pessoa eu estou sendo cuidado por ela e me cuidando também. Não poderei esquecer da energia gigantesca que a Dona Graça tinha, pois nos cativou de uma forma tão especial que a risada e alegria dela contagiou aquele monte de palhaços que estavam ali.
É energia...
É renúncia...
É dilatar-se a si mesmo...
É olhar...
É cuidado...
É amor...
Obrigado por essa oportunidade, UPI 💓



"Que das minhas feridas saia poder pra curar. 
Que cada hora perdida me lembre que não é pra eu parar" 🎧

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