Cansaço: s. m. que exprime deterioramento físico. No meu
caso, foi essa a palavra que me caracterizava antes do momento da volta das
minhas atuações pela UPI. Após a visita ao hospital, o cansaço incrivelmente
esvaiu-se e se transformou em uma aura de leveza e de vibrações positivas.
Fiquei um bom tempo sem atuar, algo como um mês e meio. E já
não via a hora de voltar à ativa. O curso de aprofundamento em clown que foi ministrado
a mim e a alguns dos meus outros companheiros meus acabou por instigar uma
vontade urgente de vestir a máscara vermelha uma vez mais.
Agora, minhas companheiras de atuação são a Carol Raquel e a
Bruna. Por problemas técnicos, apenas a Carol Raquel atuou comigo. Ela havia me
dito que não tinha tanta prática em atuar com não-crianças e ficou a apresentação
da minha conduta – também inexperiente - sobre como se portar com esse tipo de público
ficou como uma responsabilidade saudável a mim designada. Eu também tinha meus
receios: eu atuaria na sala verde do HUT, um local conhecido pelo grande número
de pessoas com olhares fixos nos clowns.
Apesar de eu também ficar um pouco
nervoso, posso dizer que nos saímos bem perante a insegurança mútua que em nós
residia. E uma coisa tenho a dizer: que melhor companheira do mundo é ela! Dona
de vários olhares e de uma meiguice deslumbrante, ela conseguiu cativar tudo e todos.
Espero ter conseguido acompanhá-la com seu carisma ofuscante.
Um pouco mais maduro, e colocando em prática aprendizados do aprofundamento em
clown, consigo agora perceber pelo olhar dos pacientes aqueles que melhor estão dispostos
e aqueles que não. E isso é ótimo.
E como foi bom voltar a ajudar quem precisa de um pouco de
descontração, de atenção e de carinho. Acredito que assim, e pouco a pouco,
fazemos deste mundo um lugar mais acolhedor.
Joaquim Marmiteiro
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