Pra fechar essa rodada de atuações, Pablito Cabeção veio atuar com a gente e uma fotógrafa nos acompanhou.
Começamos pelo já conhecido corredor das crianças e E., que sempre atua com a gente, já nos reconheceu e mostrou sua língua gigante e lambuzada e deu uma Lambida no Lambido, sim, eu mesmo. Já cheguei babado. Muito trelosa, como sempre, E. pediu pra Dinho segurar ela pelas mãos e Carol segurar pelos pés, mas ela logo começou a chorar dizendo que a agulha dentro da mão dela tinha se perdido. Levamos ela então para o corredor das enfermeiras que colocaram uns líquidos pela mão dela, acharam a bendita agulha guardadinha no mesmo lugar e disseram que ela não tinha perdido nada. Ufa! Dinho com o maior cuidado do mundo conversando com E., foi lindo de ver 😍.
Rodamos o corredor todo, fomos eletrizados por A., J. e tantos outros que fizeram que eu morresse de cansaço e, então, chegamos no ápice da noite na sala gelada, ao lado, que já contei antes aqui.
Encontramos, novamente, Gabi com seu pai lá, sozinha, num quarto com 6 camas. Mandona que só ela, já foi definindo quem deveria sentar na cadeira ou deitar na cama e como deveriam fazer isso. Raimundo só foi encostar na cama e dormiu, roncou que só um trator. Quando acordei e perguntei que horas eram... Gabi disse logo: "Você já perdeu a hora do trabalho, do remédio e tudo mais". Lascooouu!! Corri, Carol, Pablito e Dinho fizeram café pra mim, tomei, me deram meu remédio e então fui no meu carro correndo pra o meu emprego. Chegando lá meu patrão deu um carão e disse que eu não poderia chegar nem 2 segundos atrasados. Voltei pra casa e Gabi já dizia que era hora de dormir novamente (com aquela cara de que estaria criando um novo mundo para o dia seguinte), avisei a ela pra me acordar de 9h se não eu ia perder meu emprego. Quando acordei: só faltavam 5 min pra o meu emprego e eu tinha que correr mais uma vez... Na hora do banho, dinho era chuveiro, Carol e Pablito eram o box. (Pablito logo notou que esqueci minha toalha). Gabi grita: Vem pegar logo, logo! Quando Pablito sai do banheiro e pega a toalha, Gabi grita: Menino, deixasse a porta do banheiro aberta...(Tapei minhas partes, porque ninguém é obrigado a me ver nu, não é mesmo?) Volta Pablito pra fechar a porta e entregar minha toalha...
E assim foram uns 30 minutos de atuação em que o invisível foi realmente essencial para os olhos. O hospital não era hospital, Raimundo não era Raimundo, a solidão não existia. O invisível nos transportou para um carro, para um banheiro com porta e tudo (Uma porta muito mais concreta que qualquer porta já feita antes) e para tantos outros lugares. Na hora da partida, um pedido a Carol Caracol: "Você vai ficar aqui comigo, né?" (e o rostinho começava a ficar reflexivo ao perceber que tínhamos que ir embora e que a ).
Gostaria de ter tempo pra passar horas e horas ali... impulsionando a criatividade e afastando um pouco essa realidade tão dura para uma criança de 7 aninhos. Saí dessa atuação sabendo que ao menos nos doamos de coração pelo tempo que pudemos e que Gabi é um exemplo a ser seguido por ter tanta alegria mesmo nos momentos mais complicados.
"As crianças acham tudo em nada, os homens não acham nada em tudo."
Raimundo Lambido :p
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