quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Bartolomeu Barbudo – Hospital Dom Malan – 29/07/2015



Uma atuação com uma nova companheira e companheiro: Tatá la Bokita e João Negresco. Fora da escala, apenas pelo prazer de atuar. No hospital no qual me sinto tão bem, no qual tive atuações tão marcantes.

Minha energia subiu muito na presença de clowns que gostei tanto de conhecer.

Cada palhaço tem uma relação curiosa com seu nariz. E a minha relação com ele está mudando com o tempo. Depois de duas atuações sem usá-lo, improvisando-o com a maquiagem, percebo o quanto ele é uma ferramenta. Ele é confortável, ele protege, dá segurança, mas tudo isso é dispensável na companhia da melhor companheira e companheiro do mundo. São as pessoas que estão comigo que são minha fortaleza, e que me dão o suporte que é preciso nas atuações. E assim percebo que o nariz é como as rodinhas da bicicleta, que nos dão suporte nos primeiros momentos, como um andajá que nos ajuda a criar força e segurança nos nossos primeiros passos. E cada passo que a gente dá é uma atuação. Hoje, depois de vários passos, estou começando a sentir que as rodinhas ajudam, mas que posso comprar riscos maiores. Posso dar um passo maior, na companhia dos melhores companheiros e companheiras.

O nariz vermelho é nossa ferramenta. E é bom quando nossa ferramenta é utilizada, nos permite encontrar outras pessoas. Tudo isto foi para dizer que nesta atuação teve um jogo que mexeu comigo, que me fez trouxe essa reflexão: uma criança, um menino de 3 ou 5 anos, estava um pouco reservado no seu canto, na sala de brinquedos do hospital. Me aproximei dele, e ele ficou curioso pelo nariz, queria tocá-lo. Meu primeiro instinto foi de recuar, mas eu quis arriscar, e quis vê-lo se arriscar também. E ele tocou o nariz, com o dedo esticado, meio receoso, meio curioso. Assim que ele tocou, eu disse “Tón”. Ele olhou, achou esquisito, e tocou de novo. “Tón”. E criamos nosso jogo. Tocou. Tón. Tocou-tocou-tocou. Tón-tón-tón. Aquela risada valeu tudo. Ver a criança que estava quieta gargalhando, a mãe no canto rindo, e eu rindo bastante também. Esquivando de brincadeira para desafiar o menino, e ele vindo, comprando o desafio. Até que outra criança um pouco mais velha veio brincar também. Para mim, foi a parte mais divertida da atuação.

Foi assim que eu aprendi mais uma vez que o que vale a pena é o encontro. Usando todos os elementos à nossa disposição: o figurino, o ambiente, e até o nariz. Principalmente o nariz.

Ser palhaço é aprender sempre. Ser palhaço é ser aprendiz do mundo.

5 comentários:

  1. ADOREI SEU ESTILO DE ATUAR, TUDO QUE VOCE FAZ E PURO PRAZER E AMOR AS PESSOAS.

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  2. Não sou estudante da Univasf mas apreciará muito poder ser voluntário nessa grande causa... Tem como??

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  3. Oi Henrique, ficamos muito felizes com o seu interesse no nosso trabalho, mas a UPI é um projeto de extensão da Univasf e por causa de normas da universidade, apenas estudantes podem integrar o projeto.

    Divulgamos nosso trabalho no facebook também. Um abraço!

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