Querido Diário,
Mais uma linda viagem com meus amigos de sempre, desta vez, mamãe não deixou todos saírem, então fomos eu, Guido e Oze embarcar nessa nova maré que surgiu. Senta aí que lá vem história... Antes de tudo, o lugarzinho que a gente se ajeita tava cheio de pessoinhas novas, algumas mulheres e um homem. Pediram uma foto pra gente e a gente ainda nem era a gente mesmo ainda, mas tiramos e conseguimos desdobrar a situação. Fomos ao banheiro subir a energia e colocamos "How do u sleep?" pra tocar... contamos até dez e saímos famintos por novas histórias, novos encontros e grandes sorrisos afetivos.
De cara, demos de cara com um homem que era de uma cidadezinha chamada "Enjoá", para chegar lá era muito fácil, você só precisava andar, andar, andar até enjoar, quando você enjoasse, pronto, chegou! Ele gostava muito de melancia, muito mesmo! A calça dele era de cor de melancia, embora Guido, que é daltônico, tenha visto a cor verde, eu e Oze tínhamos certeza da cor de melancia bem docinha que aquela calça tinha.
Fomos atrás de novas histórias e continuamos a navegar pela maré... Até que conhecemos novas mulheres e elas nos contaram sobre noivos e noivas, sobre superar relacionamento que não estão dando certo. Eu logo quis arranjar uma noiva e me casar logo, mas quem se deu bem mesmo foi Oze, que acabou arranjando uma noiva lá mesmo. Eu e Guido resolvemos, então, casar nosso amigo. Fizemos a cerimônia, Guido foi o Padre e eu fui a Daminha de Honra, entreguei as alianças. Taís, a noiva de Oze, ficou super envergonhada, mas aceitou o jogo. Ao entrar, eu comecei a me fazer de sinfonia e comecei a cantar a música que toca nas entradas de casamento; todos riam como crianças, Oze (o noivo) subverteu a ordem comum das coisas e que entrou foi ele, enquanto a noiva o esperava no altar, ao lado de sua linda vó que não queria homem "nem pintado de ouro", entretanto todos estavam felizes com àquele ato de amor. Eu, como daminha de honra, entreguei as alianças ao noivo e ele disse "taís, prometo estar com você na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza...". O padre ansiosamente vira-se para a noiva e pergunta-lhe: "aceita?" e a noiva decisivamente diz "SIM!"... e assim nós casamos o nosso primeiro amigo.
Depois disso, descobrimos que a cidade de Petrolina ficava dentro de um quadradinho cercado por uma linha vermelha no chão, lá picolé não se chamava picolé, se chamava "chupchup". Fora desse quadradinho que era Petrolina, tudo em volta já era juazeiro, onde, de fato, picolé se chamava picolé. Eu achei isso estranho, mas mesmo assim continuamos nossa caminhada.
Chegamos a um quarto que tinha um pescador, como não somos nem bestas nem nada, é óbvio que queríamos ouvir estórias de pescador, né? Foi ai que ele começou a falar no Nego d'água, ele disse já tinha visto ele várias vezes e que o nego d'água não tem nem um metro de altura e corre atrás das pessoas para puxá-las para o rio e comer elas. Sua sobrinha, que estava ao lado dele começou a falar sobre isso também, disse que para espantar o nego d'água precisa alguém que sabe fazer uma reza antiga e forte, começa a rezar e aos poucos ele vai se distanciando de você porque a reza é mais forte que ele. Mas ela nos contou também, outra estória mais interessante, algo que segundo ela contaram desde quanto ela tinha 7 anos: a estória da serpente da ilha do fogo... Isso nos prendeu tanto, que todos ficaram em silêncio para ouvi-la. Mas, para que vocês não fiquem chupando o dedo, eu vou contar essa estória...
🐍A Estória da Serpente do Rio São Francisco🐍
"Há muitos anos morava na cidade de Juazeiro uma família que tinha uma filha muito bonita, e ela nem percebia que era possuidora de tão grande beleza.
Mas certo dia, indo passear e ver o Rio São Francisco, ela chegou bem perto das águas que naquela hora estavam cristalinas, tal qual um espelho e que fez a jovem? Ficou a mirar-se nas águas e vendo o seu rosto, sentiu o quanto era bela e ficou e orgulhosa da sua beleza, a tal ponto que esqueceu da hora, dos pais, da sua casa, e ao badalar do sino, às, dezoito horas, hora da Ave Maria, ela começou a sentir estranhas e aos poucos foi se transformando em uma terrível serpente, que nadando atravessou o rio e foi se alojar debaixo do morro que há na Ilha do Fogo, que fica em frente a cidade de Juazeiro.
Há quem diga, que esta terrível serpente até hoje está sob o morro com olhos de fogo olhando para Juazeiro, e presa por três fios de cabelo de Nossa Senhora das Grotas, padroeira de nossa Juazeiro, e, se cometerem muitos pecados, muitas injustiças sociais, a serpente se revoltará, e o fio de cabelo poderá partir, se soltará, se transformará num a enorme baleia e Juazeiro se transformará numa câmara de baleia...
A serpente da ilha do fogo continua sob o morro olhando Juazeiro com seus olhos de fogo... Vigiando... Vigiando... E muito bem. Dizem que dois fios do cabelo já partiram. Resta apenas um..."
Assim, quase terminando a nossa onda, nos demos com uma blogueira famosa daquele lugar, ela disse que queria tirar foto com a gente, mas cada foto nós cobramos 50 reais, mesmo assim, ela quis fazer um book com a gente. Seguem imagens:
Nessa onda toda, eu, Guido Ghosten e Oze Metamorfose resolvemos virar blogueiros também, e já começamos essa vida de digital influencer, vê isso:
E assim chegou o fim dessa linda jornada de hoje e a única coisa que eu consigo lembrar é que as coisas podem ter um lindo sabor de açúcar docinho de melancia 🍉🍉🍉......
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