sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Ana Cigana, 1° andar HU, 26/11/22.

 Querido diário, hoje vou começar pelo final e finalizar pelo começo...

No último quarto, encontramos um rapaz, que estava dodói da cabeça e que estava muito solitário, então eu e minhas primas Agatcha Tcha, Tati Abacate e Jana Cana começamos a conversar com ele, conversa vai, conversa vem, e ele não estava acreditando que eu era da família dos ciganos, mas logo se convenceu quando viu minha roupa, e me disse que conhecia uns ciganos que provavelmente eram da minha família, e família rica, e eu em choque, perguntei mais sobre eles, afinal nunca que eu sabia que pertencia a uma família rica, e ele me contou que provavelmente meu avô é dono de fazenda de uva, tem uma SW4, tenho um primo que é vereador, que atualmente está preso pois está envolvido num esquema de dinheiro, e que parece que matou alguém, mas que ele me garantiu que meu primo é uma pessoa boa, então, eu acredito que ele seja mesmo, afinal, já me considero da família, então acredito na inocência do meu primo rico. 😌 Enfim, finalizamos a conversa e eu já estava me imaginando andando de SW4 comendo uva com minhas primas, aí aí diário, que futuro lindo que previ pra mim, vem aí,rsrsrs. Mas enquanto não chega o futuro, vou continuar te contando como foi o dia. Bom, antes desse rapaz, entramos em um quarto a procura de Clínica médica, que provavelmente é muito rica, pois a casa dela é enorme e várias pessoas moram lá, lá é bem chique, tem gente pra dar comida, tem gente pra limpar, tem gente até pra dar remédio, eu achei chique, porque na nossa casa, se eu não me levantar pra fazer minha comida, eu morro de fome. Aí estávamos procurando ela, pra pedir pra morar lá, até que a encontramos nesse quarto, ela era morena, alta, magra, e lá descobrimos que seu nome verdadeiro era Fuleira, e ela tinha um filho que se chamava Fuleiro Jr, e eles disseram que pra morar lá tinha que fazer um curso de fuleragem, e eu e as meninas nos inscrevemos, lógico, pra garantir nossa moradia lá, não íamos ficar de fora dessa, rsrsrs. Tiveram vários quartos que as pessoas riam da gente, e a gente se perguntava o que elas estavam achando tão engraçado ao olhar pra gente, mas enfim, seguimos. Na entrada do primeiro quarto, encontramos na porta um senhor, bem humorado, que nos contou que era palhaço, que era do Ceará, que adorava circo e adorava espalhar felicidade, e nos convidou pra entrar no quarto que morava, ao entrar, ficamos em choque, nos deparamos com seu filho, que com apenas 24 anos teve um AVC decorrente de uma meningite, ele nos contou que seu filho vinha reclamando de fortes dores de cabeça mas não imaginava que era algo tão grave, e naquele momento, eles nos deu um conselho, que deveríamos prestar atenção no que sentimos e ir procurar ajuda o quanto antes, que éramos jovens e que precisávamos nos cuidar. Querido diário, minha vontade era de chorar, e ao mesmo tempo de abraçar aquele senhor, que já vinha há mais de 30 trinta dias dando forças para seu filho continuar lutando contra as sequelas desse acontecimento. Nesse momento, eu e minhas primas só o escutamos atenciosamente e deixamos ele desabafar, afinal entendemos que aquele não era momento de rir ou fazer piada, mas sim de ouvir e mostrar solidariedade. E assim finalizo o diário de hoje pelo começo do dia para deixar nítido que esse foi um dia intenso, gratificante, doloroso, feliz e único e que eu viveria essa experiência todos os dias só pelo sentimento de saber que estou fazendo a coisa certa.❤️



Ana Cigana

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