Hoje foi dia de caçar boiolas. Nunca pensei que fosse tão divertido fazer isso. Calma, não é bem o que parece, vou explicar. Eu, Joca Paranoca e Juju Bubaloo já tínhamos passado fome, já tínhamos passado pelo quarto das Marias de José e de Jesus, já tínhamos chorado junto com uma senhora que morria de saudade do gatinho dela, já tínhamos feito de tudo, juro. Aí quando eu acho que não podia me surpreender mais nesse dia, conhecemos um cara de OUTRO PLANETA, que se comprometeu a nos ensinar o idioma dele. Conversa pra cá, mímica pra lá, percebemos que tinha um vizinho fofoqueiro só dando risada e chamando o estrangeiro e o Joca de boiola. Joca pleno nasceu, pleno estava, chegou logo na indaga: Boiola? O que é isso? Me explica aí! O vizinho, todo sem graça, só sabia repetir o mesmo nome. Boiola pra cá, boiola pra lá, risada pra cá, risada pra lá. Aí a gente se deu conta. Se ele tava rindo tanto, era porque boiola certamente era algo muito bom! Convidamos ele pra ser boiola com a gente, mas ele só fazia se esquivar do convite. A gente acha que ele tava com medo de ser quem ele é. Mas não tem problema, afinal esse é um problema dele. Sem medo de ser feliz, fomos juntos e orgulhosos do Joca, caçar mais boiolas por aí. Quem sabe assim o mundo não vira um lugar melhor.
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