Esse período foi muito doido, muito mesmo. Eu estava quase abandonando tudo porque nada espera você ficar melhor, você tem que dar seu jeito de acompanhar. Mas, eu não dei e fui atropelada. E foi uma sensação terrível de insuficiência e desencaixe.
Graças a Deus, agora eu tô melhor e pretendo me restabelecer, como tenho feito.
A UPI não saiu do bolinho de coisas que foram afetadas pelas situações adversas da vida, e agora, mais que nunca, sei da urgência de correr atrás do que eu não fiz.
Ir pra a atuação com a cabeça no lugar foi outra coisa, matar a saudade de estar com as meninas, de poder conversar com as pessoas no HU e ter momentos que só a UPI proporciona...
Nós conversamos, ouvimos e brincamos.
Mas, eu acho que o que mais me marcou foi a senhora que conversamos por último, ela tinha 92 anos, Bumbum Tijão segurou na mão dela durante toda a conversa, Lana Pijama viu nela sua vida e eu morri de amores. Ela conversou bastante com a gente, falou de seu filho adotivo, como ela gosta muito dele e deu sorte de ter tido pessoas tão boas, e eu torci tanto por ela e, no fundo imaginei como seria quando ela saísse e estivesse bem, porque ela me contou coisas que queria fazer, lugares que queria visitar e eu desejei do fundo do meu coração que ela conquistasse isso tudo.
Quando fomos nos trocar, Angel nos disse que ela tinha um câncer e provavelmente não ia se recuperar, eu fiquei muito triste, mas ela também disse que as coisas são assim mesmo e que ela ainda assim, foi agraciada com as coisas que teve até ali, me acalmei um pouco, é verdade, 92 anos. Eu espero que dê tudo certo, porém, sinto que no fundo, já deu.
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