Hoje eu fui passear com meu Mano Drawn pelos corredores do Hospital, possivelmente na minha última encenação do semestre, e algumas coisas interessantes aconteceram:
Hoje aprendi a manter a energia, mesmo quando levo um "não" para o jogo;
Encontrei gente que se lembrou de mim, que ficou muito feliz em me rever, bateu selfie, contou histórias, mostrou saudades e agradecimentos pela minha presença.
Hoje encontrei gente que me viu e perguntou "cadê as meninas?" Só que esse alguém tinha poucos anos e já reproduzia um discurso que nesse sentido foi um pouco desagradável, foi mais uma oportunidade para aprender: "Respeita as minhas irmãs, rapazinho, eu e meu Mano aqui somos faroeste": quem ensina uma criança a reproduzir esse discurso?
As pessoas dormiam, o sono reparador, algumas esperavam pela cirurgia: mais uma? mais quantas? mas a mensagem que eu tentava deixar: vai melhorar agora.
Até que as modelos vieram, 5 +1, todas lindas, elas é que me ensinaram: elas acolheram um choro que eu não saberia guiar, elas me ensinaram que eu ainda não aprendi nada, e que mesmo que passe o resto da vida dormindo no 9º andar, não verei tudo que é possível de se ver num hospital.
Hoje eu agradeci à Deus, novamente, por ter chegado até aqui, por ter tido tantas portas abertas, hoje eu me preocupei com o futuro da faculdade pública, com a Univasf, com a UPI, com os pacientes.
Desde que cheguei nessa terra carente de chuva, mas repleta de gente disposta a vencer, que ouço o mantra "Vai dar certo". As vezes eu até me irrito com esse bordão, pois a vida pode ser implacável. Num dia você está viajando, da Colombia para o Brasil, no outro passa meses no hospital. Num dia você está andando de moto, no outro teve um pé amputado. Num dia você está fazendo cerca, no outro está com uma faixa ao redor da cabeça. Num dia você é avô, brincando com seus netos, no outro você passa 23h do dia esperando algum palhacinho da UPI te visitar. E se eles nao vêm? Então você repete o mantra do "vai dar certo".
Eu quero que dê certo. Eu preciso que dê certo, para que minha vida continue tendo um sentido lindo que ela tomou, desde que aqui cheguei.
Eu quero ver a UPI crescendo e se multiplicando, quero ve-la brilhando.
Hoje alguém veio dizer que me acha incrível por ter visto a foto do Joca no insta. Hoje eu brinquei que ia usar o chapeu do Joca emprestado. Hoje fiquei na dúvida se o Joca de fato é um personagem ou se é parte de quem eu sou. O Joca entra de férias? de Greve? o Joca se aposenta? E as pessoas que gostam dele? E eu? Eu que amo Macabéa, como nao amo Joca? Como deixar ir quem eu amo?
"Vai dar certo".
Hoje aprendi a manter a energia, mesmo quando levo um "não" para o jogo;
Encontrei gente que se lembrou de mim, que ficou muito feliz em me rever, bateu selfie, contou histórias, mostrou saudades e agradecimentos pela minha presença.
Hoje encontrei gente que me viu e perguntou "cadê as meninas?" Só que esse alguém tinha poucos anos e já reproduzia um discurso que nesse sentido foi um pouco desagradável, foi mais uma oportunidade para aprender: "Respeita as minhas irmãs, rapazinho, eu e meu Mano aqui somos faroeste": quem ensina uma criança a reproduzir esse discurso?
As pessoas dormiam, o sono reparador, algumas esperavam pela cirurgia: mais uma? mais quantas? mas a mensagem que eu tentava deixar: vai melhorar agora.
Até que as modelos vieram, 5 +1, todas lindas, elas é que me ensinaram: elas acolheram um choro que eu não saberia guiar, elas me ensinaram que eu ainda não aprendi nada, e que mesmo que passe o resto da vida dormindo no 9º andar, não verei tudo que é possível de se ver num hospital.
Hoje eu agradeci à Deus, novamente, por ter chegado até aqui, por ter tido tantas portas abertas, hoje eu me preocupei com o futuro da faculdade pública, com a Univasf, com a UPI, com os pacientes.
Desde que cheguei nessa terra carente de chuva, mas repleta de gente disposta a vencer, que ouço o mantra "Vai dar certo". As vezes eu até me irrito com esse bordão, pois a vida pode ser implacável. Num dia você está viajando, da Colombia para o Brasil, no outro passa meses no hospital. Num dia você está andando de moto, no outro teve um pé amputado. Num dia você está fazendo cerca, no outro está com uma faixa ao redor da cabeça. Num dia você é avô, brincando com seus netos, no outro você passa 23h do dia esperando algum palhacinho da UPI te visitar. E se eles nao vêm? Então você repete o mantra do "vai dar certo".
Eu quero que dê certo. Eu preciso que dê certo, para que minha vida continue tendo um sentido lindo que ela tomou, desde que aqui cheguei.
Eu quero ver a UPI crescendo e se multiplicando, quero ve-la brilhando.
Hoje alguém veio dizer que me acha incrível por ter visto a foto do Joca no insta. Hoje eu brinquei que ia usar o chapeu do Joca emprestado. Hoje fiquei na dúvida se o Joca de fato é um personagem ou se é parte de quem eu sou. O Joca entra de férias? de Greve? o Joca se aposenta? E as pessoas que gostam dele? E eu? Eu que amo Macabéa, como nao amo Joca? Como deixar ir quem eu amo?
"Vai dar certo".
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