Hoje, chegamos no hospital sorrindo,
mas por dentro sabíamos que não estávamos animadas e sim inseguras sobre a
atuação, inseguras sobre nós mesmas e nossa energia para atuar. Mas enquanto
nos trocávamos e nos maquiávamos, tentamos deixar tudo de lado e na hora que
subir os narizes, nos entregamos realmente para deixar aquela energia boa que
sempre nos anima e nos traz uma calma eletrizante subir.. E conseguimos!
Ali, no quartinho ainda, quando nos
olhamos e nos apresentamos “Eu sou Bibi Oteca” “Eeeu Elijeans Kibon, ali pude
sentir que qualquer desanimo que me acompanhou antes e me preocupava não era
mais importante, porque Elijeans Kibon estava ali fazendo tudo ficar mais calmo
dentro de mim.
Eu e Bibi saímos do quartinho e já
sentimento um cheiro delicioso, “subiu pelos furinhos dos nossos narizes e
limpou tudinho até o cérebro” foi o que falamos para a moça encarregada de passar
aquele produto no chão. Nós queríamos aproveitar o chão com produto para
escorregar, mas a moça disse que não podíamos e que aquele produto não servia
para isso!
Então, eu e a Bibi fomos andando
para o outro lado do corredor (claro que antes salvamos um moço que não era
muito de falar de ir passear no piso escorregadio), e encontramos aquela que
seria quase uma terceira companheira no dia de hoje. Dona L. chamou nosso
atenção com sua capacidade de combinar, o batom estava combinando com a blusa e
os detalhes do cinto. Aprendi com ela que o meu batom laranja infelizmente não
combina com o resto da minha roupa.
Dona L. nos apresentou a sua amiga
que precisava muito conversar com alguém, a super famosa celebridade universal
da galáxia Marília Mendonça. Isso mesmo. Eu e Bibi encostamos no cantinho ao
lado da cadeira em que ela estava sentada e deixamos ela falar.. Ali, ela se
abriu sobre como estava cansada, que não sabia mais como lidar com seu tio e
que se sentia mal pelos outros que viviam no quarto. Seu tio tem problemas
mentais, por isso se exaltava muito e gritava com todos no quarto. E Marília
tomava para si as dores de cada um do quarto pelo incomodo que ele pudesse
causar. Então, eu e a Bibi falamos que ela não tinha culpa e nem o tio pela
situação em que estavam e que ela não podia ficar se culpando daquela maneira.
Foi nesse momento que a atuação começou a pegar força e nos tocar, quando ela
nos olhou aliviada e concordando com que falamos. O nosso jogo com Marília foi
conversar, elogiá-la e principalmente aliviar toda a culpa que ela estava
carregando, e foi ótimo. Ótimo ver na reação dela do quanto ela precisava
escutar aquilo!
De Marília, Dona L. nos apresentou o
sobrinho dela. Ele não podia falar muito com nós, mas ria com a gente e dessa
maneira interagia no que podia.. Ele foi trocado de quarto, então passamos para
a cama ao lado em que conhecemos a Senhora do Cabelo de Três Cores e seu filho.
Conversamos muito com a Senhora que nos ensinou como fazer para nosso cabelo
mudar de cor, só pedir para um moço chamado Jesus que tudo que a gente pedir
vai acontecer. Ela nos disse que estava meio desanimada sobre se arrumar, porque
com a idade dela não tinha mais para quem mostrar. Pois, eu e a Bibi falamos
que tinha sim, a mulher que ela olhava no espelho todos os dias e que mesmo que
fosse para ficar em casa ou ir na padaria, ela devia se arrumar para aquela
mulher porque era o que realmente importava. Nesse quarto ainda, encontramos um
moço bonito que estava tão nervoso com o Senhor Tio da Marília que disse que
isso era ele pagando por todos os pecados que já tinha cometido.. Então,
falamos para ele que isso era bom, porque quando saísse começaria uma vida nova
limpa de pecados.
Nos
ainda revimos o menino com que passeamos no corredor, conhecemos sua mãe. Era
bem claro que era a mãe dele, eles tinha os mesmo lindos olhos!! Ela nos
explicou que ele não falava muito, porque era tímido e que ele já estava para
receber alta. Por isso ele ficava mais rindo do que falando com a gente! No
quarto dele, reencontramos Dona L. e o sobrinho que tinham mudado de quarto.
Ela e sua amiga que também chama L., nos deram um novo nome, assim eu e a Bibi
também teríamos o mesmo nome: Letícia Cecília.
Então, por último, entramos num
quarto onde conhecemos mãe e filha que acompanhavam o Moço. Ele não podia se
comunicar, mas não foi preciso, por meio do olhar ele nos transmitia tudo o que
estava sentindo. Letícia Cecília com certeza sentiu a dor que ele estava
sentindo, e isso nos tocou de uma forma muito verdadeira, infelizmente nos não
podíamos fazer muito, mas ficamos ali sustentando o olhar e esperando que da
mesma maneira que ele nos passou o que sentia, nós estivéssemos passando nossa
força para ele.
Conhecemos ainda o Rei H. e seu
filho. Mais uma vez fomos preenchidas pelos sentimentos daquele senhor e dos
que o acompanhavam ou o visitavam. Sentimos a impotência do filho diante a
realidade do pai e mais que isso, sentimos a dor do irmão mais novo de não ser
reconhecido pelo mais velho. Não falamos muito ali, ficamos apenas paradas e
falamos algumas palavras de consolo, esperando que só a nosso presença pudesse
transmitir para eles suporte e compaixão.
A atuação de hoje teve brincadeiras,
conversas, olhares e muito, muito sentimento transmitido. Hoje mais do que
ajudar, fomos ajudadas, nossos olhos mais uma vez foram apertos pela situação
de cada um com quem conversamos. Eles para quem nós queríamos levar apoio e
calmo, foram quem nos deram isso apoio, calma, ânimo.. Uma atuação repleta da
sentimentos fortes! Só esperamos que a nossa presença tenha feito algum bem a
eles da mesma maneira que nos fez tão bem. E claro, obrigada Bibi Oteca pela
presença nessa atuação maravilhosa ♥
Até logo!
Beijos e sorvetes,
Letícia Cecília ;)