domingo, 30 de novembro de 2014

Magali Malagueta – Atuação HUT, 26 de novembro de 2014



Mais uma noite de atuação se iniciou, trazendo aquela tão familiar expectativa sobre o que se mostraria nos próximos instantes, quem encontraríamos, o que aconteceria. Melhor optar pelo branco vazio.
Os jogos foram calmos, mais chegados à conversa. Aqueles momentos de estar com o outro, de ouvir suas histórias, de rir junto e calar junto. Como não se deliciar com historias como a do argentino, ex fuzileiro naval da marinha, que participou de uma guerra e levou três tiros, acabando por se apaixonar pela enfermeira brasileira que lhe cuidava todos os dias, tendo dois filhos com ela... E mais 9 com outros amores posteriores!
Foi interessante, até reconfortante, eu diria, reencontrar alguns pacientes com quem já havíamos conversado em outros encontros, apesar de desejar que eles não estivessem mais lá. Acho que o riso deles seria mais leve fora desse lugar que eles precisam estar. Apesar do vinculo que acaba por se criar, torço pra que eles já estejam livres quando voltarmos.
Tivemos também aquele “não” por parte de uma acompanhante, aquele “não” indiferente que desconcerta, mas acho que conseguimos lidar bem com isso.
Enfim... Foi a Magali sendo Malagueta, sapeca, sem parar quieta; a Inês sendo Tamborete, com seu riso doce e tamanho adequado (=D); a Teka sendo Aquarela, colorindo o ambiente com a sua mistura de cores. Melhores companheiras do mundo. 


sábado, 29 de novembro de 2014

Esperança Sambacanção - Maternidade de Juazeiro - 22.11.14

“ESCUTO HISTÓRIAS DE AMOR...”
Ainda me pergunto se levei uma plaquinha com a referente frase ““ESCUTO HISTÓRIAS DE AMOR...”, quando saí da sala pra atuar. Não sei ao certo, mas talvez eu tenha deixado a entender que estava ali pra isso, ouvir histórias.
Preciso ser sincero que a atuação me parecia muito sem emoção, até sem energia eu posso dizer, mas chegou um momento que a gente se bateu com gente que ama, gente que ama um ao outro; não era amor a profissão, ou amor aos pacientes, amor aos médicos, ou amor aos bebês como geralmente acontece em uma maternidade, era amor de dois mesmo, era amor carnal, de homem e mulher, de enfermeiro e enfermeira, ou de gestante e acompanhante, para melhor dizer.
Saí da sala dos enfermeiros achando que trabalhar amando é mais gostoso, ou que ver amor onde não tem, é uma forma mais bunita de levar o dia que geralmente é cheio de cansaço, incompreensão, e estresse. Não que a gente ande procurando fofoca no hospital, mas aqueles dois enfermeiros estavam muito animadinhos pra quem dobra plantão; era um chamego só. Não vou te dizer de certeza se todo aquele aprego e declarações descaradas eram de verdade, mas aqui pra nós, se não eram, tem grandes chances de ser a partir daquela sexta-feira, Jurema e eu colocamos esperança naquele affair, demos todo o apoio do mundo, e colocamos lenha na fogueira que sabe Deus se já queimava, nos intervalos entre um soro e outro trocado no decorrer do plantão. (“Tu viu? Cala a boca!”).
E como se não bastasse a enfermagem do amor, eu e Ju (Jurema) encontramos um casal tipo a gente, de palhaços, mas palhaços por natureza, gente que não precisa de panqueque, de pinta cara, nem muito menos de nariz. Eles nasceram um pro outro ambos palhaços na vida, gente que leva a coisas na brincadeira, gente que faz da vida um eterno picadeiro. Falo que eles nasceram um pro outro, mas calma, não pense que a história deles é uma história típica de contos de fada, na verdade não chega nem perto disso (exceto no final), a história deles é mais cercada de amantes, mulheres, filhos [4, (um com cada mulher)], homens, e mais amantes, 4 também, porque eles combinavam até na disfidelidade, também tinha cachaça, festas, amizade um filho (agora o 5º na conta dele e o 2º na conta dela, todos de pais e mães diferentes), e por fim amor, amor, mais amor e Deus, ai veio a Igreja, o convertimento, e o “Gloria a Deus”, pois aceitaram Jesus acredita? Porque pra segurar um casal assim, só o laço que Deus amarra e ninguém solta, “Eis que tudo se fez novo...” E só ficou o futuro, esperando por esses 2 loucos pela vida.
           Em ambos os casos senti vontade de baixar o nariz e pedir um café, ouvir a tarde toda, todas as histórias que eles viveram antes de se encontrar, tanto o primeiro, que ninguém sabe se sim ou se não, quanto pro segundo que gritou pro mundo o amor, e gritou tão alto que até Deus ouviu, queria era não precisar da máscara, queria era contar que eu achei bunito aquele amor, mas falar sério sabe, porque as vezes é bom ser palhaço pra falar o que bem entender, as vezes é ruim querer falar sério, e acharem que apenas mais uma piada que a gente conta. Eu queria era ser levado a sério igual eles levaram aquele amor. Será que fui? 


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

HU, 26.11.14. Inês Tamborete


Foi um dia bom. Bonito, simples, espontâneo. Comecei querendo não subir o nariz e terminei querendo não baixá-lo. Quando isso acontece, transborda. Parece que vivo de novo. Que consigo decolar e ver como o mundo é bonito lá de cima. 

[Coisas bonitas... quando as pessoas riem de uma pergunta simples e não pensada... já posso explodir por dentro e carregar o sorriso de dentes tortos comigo, ao menos por uns dias?
Quero levar tudo desta noite, inclusive a senhora cheia de graça, que evitou nossas gracinhas e, na saída, perguntou se a gente já tava indo. Principalmente o argentino de uma vida bem vivida (e que estava escutando Pink Floyd *----*). Obviamente o paciente que quebrou a clavícula (Véi. Na moral, zerou a noite. Não acredito até agora. Meu óculos). Sem dúvidas, o Seu João* e Dona Maria*, que me deram o presente de fazer do meu sobrenome, jogos. Virei um autêntico tamborete, para 
minhas companheiras sentarem (é entrar no jogo, então, né?)]

Núcleo do dia, da semana, do mês: "fazendo das tripas, coração". Agradeço à Palhaçoterapia, projeto que faz valer muito bem o seu nome; e ao Universo.  











*Os pacientes tiveram seus nomes alterados para preservar a sua identidade.



Diário de Bordo, cassandra paçoca 23/11

Diário,
Domingo... Atuar no domingo está difícil, domingo é uma sensação de nostalgia, de lentidão e parece que a energia necessária para fazer acontecer é reduzida. Chego um tantico atrasada e me deparo com Luma (feliponga queixo fino) e Dulce.Gostei de saber que seria algo diferente!
Já não sentia a sensação vagarosa do domingo e fui me situando, descobri que Dulce na verdade é Bolota azualada, nunca vi tanto azul numa pessoa só!
O jogo foi mudando Bolota foi direcionando, mas sempre caia na procura de um casamento para mim ou para uma das minhas companheiras, revi pacientes (uma em especial que me prometeu o neto e descobri que ele havia fugido de mim #Chateada), brincar com o silêncio e desvendar o que se deve fazer no jogo foi meio que desafiador. Espero que Dulce venha mais vezes acrescentar nas nossas atuações.
Por mim gostaria de realçar o quanto as técnicas do 1º andar são legais, talvez o brilho da atuação daquele dia atribuo a estas pessoas que fazem tanto pelos pacientes e trabalham tanto e ainda sim conseguem tirar de nós( os palhaços que devem segundo a sociedade a fazer rir) um riso.
Até breve ,
Mariana/ Cassandra

Atuação no HU- Teka Aquarela - 19/11

Atuar é sempre uma caixinha do surpresas. Não importa muito como seja, com maquiagem, sem maquiagem, com nariz, sem nariz...

Palhaço se vira com o que tem,não é? Pois então, atuar sem maquiagem completa ou sem nariz não foi nenhum incomodo. Eu sou Teka e Teka sou eu, então que diferença faz estar caracterizado ou não?

Em companhia de Magali, os jogos começaram rápido. Usamos o carrinho de soro carregando um pacote de soro- ou seria Magali?-, pegamos carona em uma maca e queriam nos prender dentro da caixa de ferro grande que desce para cima e para baixo- vulgo elevador. Conhecemos um agente do FBI de São Paulo (sabe-se lá como isto é possível), arremessador de caminhões, mulheres com 2, 4, 6 e 10 filhos- enquanto nós duas não tínhamos nem meio filho. Meu estado de sem nariz rendeu boa conversar, inclusive uma que me colocava como bêbada que tinha quebrado o nariz no caminho. 

Mas como nem tudo são flores, tivemos aceitação e tivemos rejeição. Não daquelas discretas e pequenas, mas uma bem grande, escrita em letras garrafais e bem dita no enfoque ao "saiam daqui". Sim, sem nenhuma outra palavras a dizer, saímos. Aquele era o momento que somente eles entenderiam da dor, e nosso presença, não faria com que ela passasse ou diminuísse. A sensação de querer ter tentado, fica,embora saiba que não fosse a hora de estar lá e tínhamos que respeitar isso. 


Que outras atuações venham.

Feliponga Queixo-Fino / HUT / 23-11-14

Três palhacinhas em busca de frutas pelo hospital. Uma delas, visita ilustre, Bolota Azulada. Feliponga e Cassandra com certeza curtiram cada segundo da atuação com mais uma melhor companheira do mundo. Dia de atuação muito bom, muitas risadas e encontros!Ahhh... Bolota descobriu que Feliponga é Doutora em Abraçologia! Cassandra arranjou um casamento com um senhor que ama paçoca! Deu certinho! kkkk Em síntese, mais um dia memorável!! Só tenho a agradecer às minhas duas melhores companheiras do mundo! <3 p="">

Diário de Bordo - 22.11.14 - Hospital Dom Malan - Pedrinho Palito

Opa diário, dessa vez venho trazer palavras de um outro alguém que hoje faço palavras minhas, e que há uma relação bem forte com o dia dessa atuação e com as pessoas que encontrei ali, seja uma mulher no quarto de isolamento, um menino construtor e conversadeiro (o que ocupou mais da metade da atuação), encontro de caminhões, desenhistas, até aqueles mais fechados, e olha que isso vinha acontecendo desde o banheiro quando estavamos nos maquiando, até o momento de subir o nariz em uma cabine de banheiro hehehe,,,

“Que lindos olhos de azúl inocente os do pequenito do agiota!
 Santo Deus, que entroncamento esta vida!
 Tive sempre, feliz ou infelizmente, a sensibilidade humanizada.
 E toda a morte me doeu sempre pessoalmente,
 Sim, não só pelo mistério de ficar inexpressivo o orgânico,
 Mas de maneira directa, cá do coração.
 Como o sól doura as casas dos réprobros!
 Poderei odiá-los sem desfazer no sol?
 Afinal que coisa a pensar com o sentimento distraído
 Por causa dos olhos de criança de uma criança...”

Álvaro de Campos,A Sensibilidade Humanizada


terça-feira, 25 de novembro de 2014

Jurema das Pamonhas - Hospital Materno Infantil - 21/11/2014

Ah os encontros. Há os encontros...

Posso dizer que essa atuação foi uma das que eu mais me senti bem recebida.
Quanta recepção das pessoas!
Elas estavam tão abertas e com vontade de conversar, tão receptivas que até pedidos fizeram, muitos inclusive. 
Talvez fosse pela politização do meu melhor companheiro...

Ligação, sinal fraco, vasectomia, seis filhos...
Pessoas paradas no corredor, apenas observando. Talvez ponderando uma aproximação,uma possível conversa ou talvez apenas esperando algo acontecer...
Aprendizado, dicas e afins  vindas de casais inusitados.
"não deves se preocupar com nada, para que não envelheças" 

Convite para tomar água de coco numa fazenda com plantação de manga, que recentemente ganhou um novo velho trator...

Histórias, vidas, pessoas. Encontros.




segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Frufruta Doce - HUT - 21/11/2014

Primeira parte
Que delícia é atuar! É tão gostoso que toda a energia boa tava acumulada esperando pra ser escrita agora... E nem a "Segunda parte" viria a interferir no amor que tenho pela sinceridade e fluidez que um nariz vermelho me proporciona.
Paquerei, viu? E paquerei meessmo!
Por quê? Porque sim!
E me joguei no vazio... 
Me encontrei, ali, do lado de um Toquinho. Toquinho de Geres.
Nos permitíamos. 
A gente nem precisava explicar nada, dava pra entender tudo ali, entre um olhar e outro!
E demos colo, e conversamos, e passeamos, e caimos, bem do lado do nosso maior medo.
De tanto fugir, de tanto não-tentar-ser, fomos parar do lado de um palhaço yéhyeah. Não sabíamos alcançar as expectativas dele, mas estávamos ali. Perdidas e disponíveis.
Passeamos muito, nos infiltrando em cada brecha, em cada disponibilidade. Jogando com o que tínhamos, doando nossa melhor energia. Às vezes em forma de sorriso, ou em uma explicação, podia ser uma história, ou uma solução. Podia até ser um pedido, uma pergunta, ou mesmo um silêncio, só nossa permanência, nosso corpo vivo e uma vontade de fazer mais.
Lindo lindo.
Somos irmã de nariz.

Segunda Parte
Oi, diário. Queria que essa parte não chegasse. Mas não sei se devo não querer. Como disse hoje na reunião toda situação tem um lado positivo pronto para ser aproveitado. Talvez o problema seja que eu ainda não tenha me adaptado a essa nova fase, tomara que seja só uma questão de tempo! 
Mudanças de fase, mesmo que graduais, tem uma hora que a novidade já se instalou e a diferença se torna perceptível. Cheguei a esse ponto. Não que a transição tenha ocorrido tooda hoje, mas hoje tudo se tornou claro.
Meu querido diário, hoje essa menina, mais clown do que séria, te escreve pra dizer que não é mais tão menina.
Percebo o quanto minha infância de nariz vermelho foi feliz! Tive uma ótima companheira além de duas monitoras que são exeplares e adoráveis. Com elas dei meus primeiros passos, aprendi o quanto era gostoso me aventurar em terras de tamanha liberdade, onde o outro, aquele no qual meu olhar se fixou, é ele que me conduzirá para o mais incrível jogo!
Mas também aprendi a respeitar e me doar pra esse projeto. E essa fidelidade, essa entrega é que faz do projeto um projeto. ( Não vou usar o termo burocracia! Me recuso! Burocracia é complicação sem necessidade... E, se como todo grupo, temos problemas, resolvê-los não é burocracia, é CUIDADO. E, se como todo projeto, temos tarefas a cumprir para tornar válido nosso projeto, não sendo burocracia, ée sim ENTREGA. Nada mais justo do que se doar para um projeto tão lindo! )  ( Outro acréscimo: tá vendo diário, que perdi a leveza dos meus primeiros passos desajeitados?! Que agora tenho que lidar com uma realidade... )
Depois de me nutrir e crescer numa infância incrível, veio meu primeiro aprofundamento. Daí comecei a ver o funcionamento de ser um clown. Percebi que por mais que eu me entregasse, precisaria entender como se dá um encontro. E assim poder fazer dos meu encontros mais harmônicos e fluidos.
Eu queria passar toda minha energia, sem desperdiçar nadinha! Mas eu, ainda toda desengonçada tropecei na minha imaturidade que tentava ser técnica. 
Sim, estou na adolescência! E como toda adolescência que se preze eu tinha que ter crises existenciais. De onde vim? Pra onde vou? Vou conseguir?
E em crises existencais se exacerba o desencaixe, e lá vai eu... Será que sou adotada? Sou tão diferente! 
Ainda, a crise existencial te coloca de frente pra realidade, mas não uma realidade qualquer. Ela te põe de frente pruma realidade de traços tortuosos ampliados. Daí se exerga todos os defeitos aumentados, nos fazendo ter medo de compartilhar tantos defeitos. E quando se enxerga aquela família, dantes perfeita e imaculada, agora numa visão tão realista e pessimista, cria-se uma rejeição a essa realidade. Eu vou fugir!!! Vocês são todos hipócritas! Vou viver sozinho com as minhas regras!
É tudo muito confuso. Por mais que eu tenha agora tentado enxergar a realidade como ela realmente é... Sei da nossa condição humana e falível, e vejo a beleza de se permitir e de se superar... Mas o descuidado do grupo com o próprio projeto tem me incomadado demais. Deixa eu explicar!
Reunião, pra mim, é CUIDADO. Diário de bordo, pra mim, é ENTERGA. Não existe essa de: Se ninguém está fazendo, também não vou fazer! Ah, não estou bem com o grupo!
Ora, se não está bem com o grupo, resolve com o grupo -> reunião. Ora, se não esta se sentindo bem, desabafa! -> diário.
Vejo tanta energia desperdiçada pra se criar desculpas, pra não se sentir tão bem, pra fugir do problema. Ainda acho mais fácil usar essa energia de forma construtiva! De se fazer presente, ao invés de ser um corpo numa sala. De dizer o que sente, invés de dizer que não sabe sobre o que escrever. De dar a cara a tapa e se jogar no vazio, ao invés de procrastinar e inverntar um milhão de desculpas. 
Acho esse projeto incrível, lindo e ainda nos recebeu de braços abertos. Acho que ele merece nosso cuidado! Nos fortalecendo como grupo, e não nos escondendo em nossas rotinas, se afundando no eu. E não escondendo a nossa identidade, e exibindo um outro eu.
O cuidado vem do eu, do jeito que o eu é, com toda a disposição de cuidar e fortalecer esse grupo-projeto!
Claro que também enxergo minha natureza humana e falível, e sei que estou sujeita a errar também! Mas quero assumir meus erros e suas responsabilidades...
E por isso que tenho ficado tão incomodada. Todo um semestre de desleixo e falta de cuidado generalizada foi ignorado. Algo aconteceu, ou melhor, muitas coisas deixaram de acontecer! E tudo foi esquecido como se não houvesse a possibilidade de retornar a acontecer... Como se não houvesse causado danos!
Não quero punição. Quero que possamos nos redimir com o grupo, e não 90% falhar e fingir que estamos quites.
Não, não estamos quites! Se 50, 30 ou 10% foi capaz de fazer algo pelo grupo, o grupo tem capacidade de dar retorno! ( quem não se sente capaz de cumprir o compromisso, não se disponibilize para tal! )
Estou me sentindo muito mal por ter saído da reunião de hoje antes desta acabar. Não tem desculpas para isso, afinal me comprometi a ir e já havia me planejado para tal. Independente do motivo deu ter saído não é justificativa! Mas não aguentei, ver quase todos da minha sala sair mais cedo por termos duas provas amanhã. E assim como a falta de cuidado de todo o semestre, essa reunião pela metade também passará desapercebida, afinal todos assinaram na lista (os que não faltaram, é claro). Eu poderia ter inventado mil desculpas, dor de barriga, de cabeça, sair de fininho. Mas tô aqui, dando a cara a tapa, só pra dizer que eu amo muito tudo isso! Pera, vou repetir...
Amo muito esse projeto, e dói vê-lo por tantas vezes desamparado.
Sei que muita gente, assim como eu também tem apreço por esse trabalho, e tudo que quero é expor como me sinto, por mais difícil que seja me expor tanto, só pra dizer que é possível fazer diário quando não está  se sentindo tão bem.
Queria dar o exemplo pra que pudéssemos pôr a casa em ordem, pra que pudéssemos nos doar mais.
Sei que a UPI que eu enxergava na minha infância era uma visão distorcida e inalcançável de perfeição, e não pretendo usá-la como expectativa, seria muito injusto.
Mas sei que podemos nos dedicar mais, e que podemos não desperdiçar nadica dessa energia tão boa que temos. E que essa energia tem um potencial enorme, que podemos nos superar, basta nos empenharmos mais e saber pelo que estamos lutando.
Por uma saúde humanizada, pelo cuidado com o outro, para nutrir o mundo de boa energia. 

Atuação HU - 14/11/2014 - Lindonildo Varão


Hoje começo o diário pedindo desculpas, peço desculpas, não por estar errado, ou coisa e tal, mas a gente sabe que quando a vida resolve dar uma girada, é logo de 360º graus, e eu tive que girar com ela, até que ela voltasse à sua orbita normal, aconteceram muitos imprevistos, tipo, muito mesmo, vida acadêmica puxada, saúde instável e o que mais inviabilizou essa demora foi um processo de mudança, que Victor Hugo teve de passar, acesso à internet precário e coisas do tipo. 

Mas isso não vem ao caso, o que vem ao caso foi a INEFÁVEL atuação que ocorreu no HU... Indubitavelmente Lindonildo Varão e Bartolomeu Barbudo formam um só olhar, na mesma sintonia. A atuação em si foi um remédio para a alma.


Ao subir o nariz tudo muda, os olhares de todos mudam... A equipe de saúde como sempre muito prestativa atenciosa e presente em cada jogo, mas nessa atuação teve algo diferente, uma técnica pediu, gentilmente, que fossemos em um paciente, atendemos com muito carinho o pedido da mesma e fomos ao senhor... Chegando lá ele estava debilitado, mas de alguma forma nossa presença o fez reagir mais, ele conversou, ele sorriu, a bela moça disse para o senhor que fomos a melhor coisa que ele escolheu para aquele senhor naquele dia... Aquilo foi lindo.

A atuação continuou, pois se mal havia começado e já estava linda imagina o que tinha por vir... Bem, uma coisa estranha estava acontecendo, Lindonildo estava diferente após o encontro com o senhor, percebeu que para trazer conforto e serenidade com uma pitada de alegria não precisou criar artimanhas engraçadas, falar coisas engraçadas, apenas ser quem ele era, uma criança crescida, inocente e atenciosa. Isso fez com que a atuação tomasse um rumo diferente do que Lindonildo estava acostumado, passou de uma atuação cheia de manobras engraçadas, para uma atuação mais centrada na atenção, no conforto, na transmissão de paz e de vibrações positivas... Acredito que meu melhor companheiro do mundo estava meio “cabreiro” comigo naquele dia, mas o que mais me deixou feliz foi que ele me disse que gostou do modo como o jogo foi conduzido, que foi lindo, o que deu mais certeza de que Lindonildo está crescendo cada vez mais, e isso só se deve ao crescimento pessoal e o aprendizado que levamos com cada olhar conquistado.

A partir daí Lindonildo decidiu não excluir sua alegria, que o torna elétrico, e brincalhão, mas adicionaram-se ingredientes chamados de fé, esperança, amor e muita muita positividade. Um fato marcante para isso foi adentrar em um quarto, onde encontramos uma senhora, que estava com sua filha, a senhora encontrava-se triste, muito pesarosa com a situação de sua filha que até então estava cochilando, de certa forma conseguimos despertar a atenção da paciente, que logo logo conseguiu interagir conosco, e isso trouxe à tona tanto o sorriso maravilhoso da senhora, quanto da filha dela, nooooooossa, aquilo foi esplêndido, ela nos chamou de lindos, que nossos narizes eram lindos... Lindo mesmo era seu olhar de alegria, de satisfação, daí saíram palavras do coração, de desejo, que em breve tudo aquilo iria passar, ela iria voltar pra casa sã e salva, e faríamos uma festa, todos do quarto, todos do hospital, todos na Lindolândia, todos comemorando a dádiva da vida, e que devemos cuidar muito bem da mesma, pois o brilho de cada um deve permanecer acesso, sempre, independente da circunstância.

Outro fator marcante na atuação foi em um quarto onde encontramos uma senhora idosa, muito linda, com sua neta, a forma com a qual ela nos tratou foi espetacular, conversamos com a senhora como se fosse nossa vó, ela estava linda, toda vestida de frutinha, Lindonildo e Bartolomeu se encantaram, e mais uma vez de coração, saíram palavras de conforto, solidariedade, e de amor de Lindonildo, palavras que mostravam a certeza de que tudo no final ficará tudo bem.

Bem, não posso terminar esse diário sem falar da danada da acompanhante de uma paciente muito interativa, e que com simples palavras, arrancávamos seu sorriso... Essa acompanhante nos pediu nosso bem mais precioso... Nosso nariz. Foi avassalador, ficamos sem reação, tentamos mudar o foco e o pedido continuava... O pedido focava em levar um nariz vermelho para sua filha, a principio Lindonildo lembrou que havia uma coisa muito importante em sua bolsa, uma bolinha vermelha poderosa, guardada há um bom tempo, e que simbolizava muita coisa, foi seu primeiro nariz da UPI. Disse a senhora que em breve ela teria o que queria e continuamos a atuar, bem no fim da atuação a mesma nos encontra e insiste em um nariz vermelho, e como “prova” nos coloca no celular para falar com sua filha, confesso que aquela voz suave, de criança, inocente, e sem pretensões tocou, pelo simples fato de ser natural, decidi entrar no quarto e buscar meu nariz, meu primeiro nariz, que significou tanta para Lindonildo e que vai continuar a significar, tanto para mim, quanto para aquela menininha, que por mais que não tenha a visto, a senti. Bartolomeu já devia estar agoniado com a situação, sem saber o que Lindonildo aprontaria, até que voltei com o nariz vermelho na mão, e com a frase “Cuide bem do que sua mãe te entregará, não é grande coisa, mas tem um grande significado”, aquilo encheu minha jarra, a jarra de Lindonildo, e acredito que até a de Bartolomeu.


A atuação chegou ao fim, mas a satisfação daquela noite, eu sinto até hoje correndo pelas minhas veias... Então, essas e tantas outras histórias, vocês acompanham aqui, em breve.

Obs: No dia 21/11 não pude atuar, justamente por conta de tantos imprevistos, mas pretendo recompensar atuando outro dia com outro grupo.

Vivi Manteiguinha -Dom Malan - 22/11/2014

Mais um sábado e mais uma atuação no Dom Malan, que está me saindo uma segunda casa de atuação muito boa, apesar de todos os pesares, e das situações ali presenciadas que sempre deixa uma dorzinha no coração. Depois de nos arrumarmos no banheiro e ter de subir o nariz dentro de um dos cubículos fomos pra mais um dia. Logo no inicio uma moça me chama e me pede para acompanha-la na área da oncologia pra nós irmos ver sua amiga e lá fomos nós, antes de entrar em seu quarto pela janela de um outro quarto vimos um garotinho e por meio do vidro começamos nosso jogo de esconde esconde. Ao adentrarmos no quarto ele se mostra falador e começa a construir um caminhão com seus blocos e nos promete um avião para irmos embora pra casa. Ao chegarmos enfim ao quarto de uma mulher, que antes de chegar eu achava que era uma criança, brincamos, conversamos e nos enchemos de energia, porque ela tinha uma energia contagiante apesar da situação em que se encontrava, o que só me dá mais vontade de continuar fazendo o que faço. Ao sair desse setor e ir pra área infantil encontramos um quarto com os nomes de seus ocupantes errados o que gerou um pedido de mudança e revolta; outro quarto do desenhista e dono do caminhão da coca, do cabeleireiro que iria pintar o cabelo de pedrinho palito e tinha sua própria cadeira, creme e até jogos para entreter quem estivesse esperando na fila. Ao sair dali nos encontramos com o garotinho da ala de oncologia que fez a mãe nos procurar e ficou nos seguindo toda a atuação esperando para irmos ver o avião que ele havia construído, mas esse avião não seria o que nos levaria embora, pois o preço era exorbitante, e ele não queria nos deixar ir; tivemos que bolar um plano de fuga para poder escapar. Que pena que nossa atuação uma hora tem que acabar, e as vezes o difícil de atuar com crianças, é ter que deixa-las quando elas querem que nos estejamos lá.


domingo, 23 de novembro de 2014

Bartolomeu Barbudo - Atuação HUT 21/11/2014



Tive o grande prazer de reencontrar Mariqueta Boabunda no nosso pedacinho de mundo que é o corredor do hospital. Foi a segunda vez que nos encontramos e já foi facinho de ver que Bartolomeu e Mariqueta se dão muito bem! É lindo ver como o carisma de Mariqueta encanta todo mundo naquele hospital, como ela consegue encontrar as pacientes e acompanhantes que via pelo setor.
A noite já começou com a energia alta, quando encontramos uma senhora sentada no corredor que era a dona do hospital. Jogamos com ela, ela jogou conosco, e nos encaminhou para quartos que dizia que tinha pessoas que gostariam de nos encontrar. Lindo foi quando saímos do primeiro quarto indicado e ela, num arroubo de generosidade, disse que não queria mais ser a dona do hospital, e nos deu de presente! Mariqueta não perdeu tempo, e que dona de hospital ela foi! Mal recebeu o poder e já estava distribuindo ordens! Ninguém podia ficar no quadrado dela! E, pouco a pouco, Mariqueta foi envolvendo no jogo as pessoas que passavam pelo corredor e olhavam o movimento, todo mundo tinha que seguir as regras! No quadrado de Mariqueta, só ela fica! Mas aí, Mariqueta encontrou alguém que não ia seguir a regra: a ex-dona do hospital. E Mariqueta, com delicadeza e perspicácia, transformou o não dela em parte do jogo, e foi este não que deu o gancho para envolver tanta gente: uma pessoa que passava virou o segurança do hospital, outra virou a advogada de Mariqueta, outra ainda virou oficial de justiça.
Encontramos várias outras pessoas no caminho, e foi muito gostoso ver como nossa sintonia estava funcionando e o quanto a gente dava certo. Encontramos muitas pessoas no caminho, e teve até um ninja-palhaço de mochila correndo pelo hospital, que tentou nos despistar, mas o clown é mestre de tudo, inclusive de perseguição! Encurralamos ele, que abriu um dos sorrisos mais lindos.
No final da noite, a minha sensação foi que quem eu mais encontrei foi Mariqueta. Sinto que muitas outras ótimas atuações vêm pela frente!

Hospital Dom Malan - 20/11/2014 - Rebeca Poca Janta

OMG!!!! Como essa quinta-feira aconteceu assim? Na minha cara. Já sabia que algo de muito bom estava reservado pra essa tarde já que Creuza Carnaval estaria lá, mas a maneira doce e explosiva que só ela sabe doar às coisas é algo lindo de se ver!

Já estava com saudades de subir o nariz com uma batida da-que-las, e foi assim com wiggle forroseado, que parti por aqueles corredores, ansiosa mas certa de que Creuza estava lá por mim assim como eu por ela. O Dom Malan como sempre, recebendo de braços, literalmente, abertos aqueles que lá entram de pernas trêmulas(ah a doçura daqueles há braços). O Alto Risco nos arrancou altos risos, quase fomos adotadas mas mainha não ia deixar, fomos celebridades em várias poses arrasantes, pegamos gripe de nariz e o interno de barriga, jogamos com bola de luva cheia de ar(e uns tiquinhos de cuspe) assim... a ansiedade virou brincadeira, o nervosismo jarra cheia e a amizade confiança.


P.S.: É tão bom quando abraçam a gente com um abraço quentinho, daqueles que esquenta o coração. Obrigada por mais um dia DM, obrigada por fazer parte de + esse tantão da minha vida Vih. 


P.S.2:  S2 S2 S2 S2

Atuação no Dom Malan dia 20/11/2014

Oi delícia. 

Pois é, voltei! Dps de um longo tempo sem te dar ousadia, resolvi escrever, e o melhor de tudo, com uma enorme alegria. Essa semana houve um contratempo e não pude atuar com minha dupla de escala, dai, para realizar uma vontade antiga, atuei com a Rebeca Poca Janta na lindeza daquele Dom Malan. Eu tava extremamente nervosa, pois a Rebeca e eu já nos conhecíamos antes dessa atuação, fazemos parte da mesma prisão, digo, faculdade, e nela temos uma amizade e ligação linda! Cada um tem seu jeito de atuar, dai fiquei com medo da rebeca não sentir afinidade. Finalmente chegou o graaande dia! Há coisa melhor que subir energia com "wiggle, wiggle"? Naaao! Nunca subi tanto aquela energia. Subiu, virou, começou, partiu! Deliciiiiia! Primeiro o porteiro qria saber onde estavam nossas coisas, o chamei logo de ousado e entramos! Encontramos uma eleição e fizemos boca de urna para dona Lúcia ( calma, polícia). Entramos no quarto e encontramos uma moça que se achava bonita mais ou menos, passei meia hora tentando entender o que seria mais ou menos. Saímos daquele quarto, tiramos fotos e encontramos com uma recepcionista que ficou #chateada porque disse que nós éramos mentirosas porque nós dissemos que morávamos ali '-' ela até disse q tinha cortado relações mas não deixamos barato não, fomos atrás de um médico para pontuar aquele corte de relações. Ah, ela estava com o mesmo batom da rebeca, só que passado no lugar errado(valha). Ai começamos a passear pela a casa e encontramos dois meninos ousados que nos deram um ooooi gatxinhas! Nem txuiu, passamos direto! Encontramos um quarto que entramos e muitos riram. Perguntamos se havia alguma palhaça ali? Hahhaha saindo dali, fomos explicar o porque do nariz vermelho (gripadas) e a rebeca achou um médico/interno/estagiário ( não sei) estava gripado do peito :(( continuamos até eu pegar uma carona no carrinho de limpeza e rebeca na vassoura hahahahaha fomos pro jardim e encontramos umas mães que estavam sendo convidadas a uma palestra e estimulamos #sqn a elas irem. Achamos uma salinha mágica, onde nos chamávamos lá pra dentro mas ngm abria a porta (oxe). Voltamos! Pegamos o caminho de volta e descemos aquela energia deliciosa e espalhafatosa! Juuuro que nunca tinha me soltado tanto! Foi delícia, fantástico, eterno e com gostinho de quero muito bis! Você é lindaaa! Obrigada! Rebeca, obrigada pela quinta. Deborah, obg por todos os dias! Não preciso dizer do quanto te adoro, né?

sábado, 22 de novembro de 2014

21/11/2014 - Toquinho de Geres - HUT

A noite começou alto astral com três duplas se maquiando e subindo o nariz junto.  Depois, fomos para o terceiro andar e “simbora”. Minha companheira Jujully Doce mantem minha energia tão boa, embarca nos meus jogos tão fácil e, depois de atuar algumas vezes com ela, posso dizer que damos muito certo. Desde as brincadeiras mais simples, como arranjar um namorado-enfermeiro-gatinho pra Alice e pentear um belo bigode até as situações mais delicadas. Dona Maria estava esperando pela cirurgia e achou que já estaria em casa naquela noite. Infelizmente, ainda estava naquele quarto quente e respondia bem melancólica aos nossos jogos. O jeito foi respeitar o espaço dela e, sabendo que o sistema está longe do ideal, pensamos que “talvez estejam caprichando na sua cirurgia e por isso está demorando, Dona Maria”. Às vezes as pessoas precisam mais de otimismo que de realismo. Outra dificuldade é quando chegamos naquele quarto de sempre. Como jogar com um palhaço que perdeu a sua graça? Ainda não descobrimos. Depois encontramos com Pietra e Carminha e foi muito divertido ali, naquele quarto, e no outro depois, e o papo com o enfermeiro, também. Esta semana um amigo me perguntou se gosto de atuar. Sinceramente, respondi que, pra mim, atuar é como tomar sorvete. Isso porque a vontade de tomar sorvete muitas vezes não vem, sinto que quero comer outra coisa, algo de mais fácil acesso. E, então, eu tomo sorvete. E ai penso “armaria, como sorvete é booom, amo isso aqui hmmmm!”.



Tentando lembrar que adoro sorvete.