segunda-feira, 31 de março de 2014

Lupita Toin-oin-oin - Maternidade de Juazeiro - 26/03/2014

Nossa, como é bom atuar! Poder estar na companhia de pessoas maravilhosas que enchem mais e mais os nossos corações de amor.
Nossa primeira visita à Maternidade de Juazeiro, e já conhecemos o lindo trabalho das Doulas, que literalmente "dão" todo o seu afeto, cuidado, companheirismo. Elas são lindas! E depois de um bate-papo bem informal entre clowns e doulas, foi nos dada a oportunidade de adentrar o espaço infantil do hospital.

Interagimos com as mais variadas personalidades infantis: crianças medrosas (que tinha que passar de costas para não assustá-las, apesar da Toin-oin-oin ser linda - na humildade); crianças bem abertas aos jogos; crianças um tanto tímidas (que aos poucos iam se soltando); crianças que mandavam no pedaço (e essas abusavam de nós e com todo prazer deixávamos nos levar nessas brincadeiras); crianças que apenas pulavam incansavelmente (kkkk); crianças que curiosamente faziam brotar água dos olhos e do queixo; crianças bastante prestativas que se propuseram a ajudar a colocarmos o Zeca na cama apesar dele estar muito pesado por comer muito macarrão; crianças que apenas observavam; crianças sabidas que não se deixavam enganar por minhas contas malucas de matemática como 2 + 2 = 5 (?); crianças que cediam à magia de um rabo engraçado; crianças sorridentes; crianças emburradas; crianças choronas; crianças e gargalhadas; crianças e afetos; crianças e doçuras; crianças e dores; crianças e encantos.
Um mundo diferente em cada ser... e em cada olhar daquele eu via minhas energias renovadas; eu via a razão por estar ali; eu via a imensidão que há a nossa volta; eu via a esperança se ratificar; eu via histórias boas e outras nem tanto do meu passado; eu via um futuro que surgiu de uma escolha que faz encher de brilho os meus olhos: a escolha de ajudar e ter forças para buscar um conhecimento mais aprofundado para isso; eu via momentos de felicidades. Agora eu vejo a saudade, essa que sempre surge após esses encontros verdadeiros.

Juju Danoninho - Maternidade Juazeiro - 26/03/2014

Olá Diário!

Hoje tem novidade! Pela primeira vez fomos atuar na Maternidade municipal de Juazeiro, e foi incrível! Fomos super bem recebidos pelos funcionários e seguimos para o local onde nos arrumaríamos. Lá, eu, Karol, Lis, Artur, Tathy e Raquel começávamos a nos arrumar, nos conectar com nossos seres mais puros e disponíveis. E aos poucos fomos ganhando forma, subindo nossa energia, e então éramos Juju, Jusefina, Piniça, Zeca, Rosinha e Lupita, 6 clowns assustados, perdidos e curiosos, doidos pra conhecer aquele lugar novo e que nos reservava boas surpresas.
Inicialmente fomos todos conversar com as Doulas, foi difícil, estar naquele ambiente de reunião como clowns, mas acho que nos viramos bem.  Daí nos dividimos e eu fiquei com Jusefina e Pinika, ficamos no 1 andar e passamos a maior parte do tempo com as grávidas e puérperas. Foi uma experiência relativamente nova e deliciosa. Já no fim encontramos nossos companheiros na área infantil e nos divertimos um bocado também. E assim encerramos nossa 1 atuação, a primeira de muitas!



Um beijo!


domingo, 30 de março de 2014

Rosinha das Alturas - Atuação na Maternidade de Juazeiro

 Novidade, atuamos na Maternidade de Juazeiro!!! E foi uma experiência marcante pra mim, porque foi a minha primeira atuação com crianças. Eh, para alguns, nosso cuidado apenas abrange o público infantil, mas cuidamos de todos. E digo, Rosinha parece ter mais jeito com os adultos, não que as crianças não sejam encantadoras , mas são tão sinceras, que as vezes é um pouco complicado de conquistá-las e cativá-las. Embora houvesse, as vezes, essa dificuldade da conquista, do caminho, foi prazeroso junto com os melhores Zeca Aventureiro e Lupita Toin oin oin embarcar numa aventura na brinquedoteca que envolveu línguas sumidas, joias e pulseiras, M - o menino mais forte, uma caça ao leão, uma viagem a Palmares, a menina que tinha um filtro, o ensino da matemática (2 + 2 =5! :X)... Além desse universo tão rico e tão encantador, todos os clowns - Danoninho, Pinika, Lupita, Zeca, Jusefina e Rosinha- tiveram oportunidade de participar e entender um pouco das 'Dou-las' e da equipe da Maternidade, que assim como nós promovem o cuidado, assistindo as mães durante todo o parto.

 Nessa atuação também contamos com presença de nossos ilustres companheiros fotógrafos, Lorena e um novinho, Gled. E no final, foi lindo e animador escutar Gled, que ainda não atuou, demonstrar seu fascínio por observar a atuação dos mais antigos, ratificando ainda mais a ideia de que 'menos é mais' e pronto para compartilhar esse brilho.
A atuação na maternidade permitiu ampliar, ratificar e consolidar nossa visão de cuidado, afinal, Cuidar é mais que um Ato. É uma Atitude. (Leonardo Boff). Espero que possamos ir mais vezes e estabelecer contato e compartilhar com todos da maternidade essa atitude.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Pinik Dôrada - 1º Atuação na Maternidade de Juazeiro - 26/03/2014


Olá diário, 

Sei que há muito não te escrevo, mas achava que precisava de um tempo pra criar coragem. 
Hoje percebi que não, o que me faltava era inquietação. Não que as atuações anteriores não tenham me afetado, claro que não. Mas hoje algo me provocou tanto, que não consigo fazer mais nada a não ser pensar no que aconteceu nessa última atuação. 
O convite era conhecido: precisavam de nós para atuarmos na maternidade de Juazeiro! Lugar
desconhecido por nossos clowns, mas familiar no contexto. 
Lá fomos nós!! Eu, Júlia, Karol, Artur, Tathy e Raquel, com nossos narizes à postos, e Lorena e Gled com seus crachás da imprensa. Um tanto de energia tirada daqui e dalí, logo encontramos nossos parceiros pessoais e companheiros de atuação vibrando por mais olhares. 
Tudo caminhando muitíssimo bem! Juju, Josefina e Pinika, encontramos mães e acompanhantes completamente abertos ao encontro, permitindo e trocando com toda a espontaneidade que surgia. 

Até que chegamos ao quarto que motivou este diário tão apressado. 
Diferente dos anteriores, este quarto tinha mães desacompanhadas dos seus bebês. Ingenuamente, ou talvez "imaturamente", perguntamos onde estavam as crianças. Sabe aquele momento em que parece tudo ficar em câmera lenta, e você se vê cometendo um grande erro no exato momento da ação, querendo rebobinar a fita, mas sem superpoderes pra isso?? Pois é, já estava feito. A resposta mais óbvia veio nos esbofetear a cara: "o bebê dela (se referindo a uma mulher que estava dormindo) está na incubadora, o meu morreu!" 
O nó veio imediatamente parar na garganta e o silêncio tomou conta do espaço. Comentei sobre as faixas que envolviam os seios dela, na tentativa de fazer uma alusão sobre o coração que estava nesse momento muito ferido. Não acho que tenha entendido, pois todos ainda estávamos tomados pelo choque e minha voz pareceu não alcançá-la. Temi em continuar usando a fala, pelo risco enorme de feri-la ainda mais e com o olhar, pedi permissão para tocar seus pés. Acariciei-os e uma lágrima rolou no seu rosto. 
Imediatamente a acompanhante a repreendeu, pois tratando-se de uma recém cirurgiada, não poderia chorar. O nó da garganta cresceu mais um pouco, me despedi com os olhos e nos voltamos para a mãe ao lado que estava com o seu bebê. Falamos algumas bobagens, na tentativa de derreter aquele gelo, mas qualquer referência que fazíamos ao bebê, me rasgava a alma pela ausência do outro. 
Ao sairmos da sala, rapidamente pegamos fôlego e retomamos ao ritmo normal. Tudo já tinha ficado para trás... 
O dia foi indiscutivelmente belo. Deixei o hospital tomada pela energia vibrante que deixamos pelos corredores. 
Fui para casa, tirei um cochilo e aquela mãe veio comigo num sonho. Acordei com a cena do encontro que ainda não tinha sido digerida. E fiquei a me questionar, porque não fiz mais? Porque aquela mulher não podia chora? Os pontos iam se abrir? Mas quem cuidaria do coração? 
Pensei no que poderíamos ter feito, idealizando proporcionar-lhe um momento muito feliz ou uma despedida triunfal. Mas não, lembrei que nosso trabalho não se resume ao riso, que as lágrimas também são bem-vindas, e lembrei também dos nossos limites. 
Naquele momento, qualquer experiência que imaginávamos ter, foi pro saco, e ficamos só com os humanos de narizes vermelhos. Frágeis, impotentes e inertes, diante da morte, diante da dor do outro. 
Meu desejo nesse momento era de dar-lhe apenas o direito de chorar o seu luto, e de colocar calor, no lugar das faixas. Mas fico com o nosso encontro, com a presença das minhas companheiras naquele quarto, com a pergunta estúpida, com seus pés e uma ou duas lágrimas que conseguiram escapar. 

"Eu me despeço 

 Eu em pedaços 
 Como um silêncio ao contrário..."
 Adriana Calcanhotto

terça-feira, 25 de março de 2014

Semana Nacional de Humanização do SUS


Extra, extra! A Unidade de Palhaçada Intensiva (UPI) tem a honra de te convidar para uma semana especial! Para a Semana Nacional de Humanização do SUS, quando teremos a oportunidade de discutir a importância da Humanização nos serviços de saúde e de conhecer o SUS que dá certo.

Entre os dias 7 e 11 de abril teremos uma programação preparada pela UPI, em parceria com o Núcleo de Humanização e Educação Permanente da Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro-BA, com muito carinho.
Se interessou e quer participar? É muito fácil, dê uma olhadinha na programação detalhada logo abaixo e apareça nos locais do evento. Estamos a sua espera!


07 e 08/04/2014
Atividade: A Humanização em Fotografias
Local: Praça da Misericórdia, Juazeiro-BA
Horário: 08:00 h às 18:00 h

"A Unidade de Palhaçada Intensiva (UPI) é um projeto baseado no consagrado conceito internacional de Palhaçoterapia. O projeto tem por principal objetivo a busca da humanização na formação de novos profissionais de saúde, isto é, formar médicos, enfermeiros, psicólogos e farmacêuticos para o melhor exercício de suas profissões. O grupo atua em ambientes hospitalares, visando estabelecer uma aproximação com crianças, adultos hospitalizados e profissionais de saúde, levando alegria e minimizando o sofrimento, bem como com o saber em saúde e suas rotinas baseando-se em técnicas artísticas circenses e teatro clown.
O presente trabalho descreve a exposição fotográfica de cenas de atividades da Unidade de Palhaçada Intensiva (UPI) registradas no Hospital Universitário da UNIVASF, em praça pública da cidade de Juazeiro-BA. Durante a exposição, profissionais da área da saúde farão orientações à população, haverá um mural para que os participantes expressem suas opiniões, além de conversas com a temática humanização."

Link da Atividade: http://www.redehumanizasus.net/mapa-semana/a-humanizacao-em-fotografias

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09/04/14
Atividade: Jardim do Cuidar
Local: Hospital Materno Infantil, Juazeiro-BA
Horário: 08:00 h Às 17:00 h

"Os hospitais são locais sensíveis, onde se encontram pessoas debilitadas física e psicologicamente, o que demonstra a necessidade de criação de espaços de conveniência confortáveis e agradáveis nesses ambientes, visando o bem-estar de quem passa algum momento por ali. A partir de uma reflexão para repensar os espaços dos hospitais e suas funções, percebe-se que a implantação de jardins pode implicar em benefícios reais, visto que surgem como uma surpreendente alternativa à trajetória dos visitantes, dos pacientes e até dos funcionários, ao tornar o ambiente hospitalar mais agradável. 
Por isso, haverá a implantação de jardins no Hospital Materno Infantil, em Juazeiro-BA, que serão inaugurados durante a Semana Nacional de Humanização, como representação da luta pela humanização dos hospitais do Vale do São Francisco. Esta atividade será realizada mediante a parceria da Unidade de Palhaçada Intensiva (UPI) e a Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro através da Diretoria de Humanização. Propõe convidar profissionais e usuários a participarem do momento do plantio e montagem, bem como o cuidado constante do "Jardim do Cuidar"."

Link da Atividade: http://www.redehumanizasus.net/mapa-semana/jardim-do-cuidar-0

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10/04/14
Atividade: Reencontros de Cuidado
Local: III Centro de Saúde (próximo ao nego d'água"), Juazeiro-BA
Horário: 08:00 h às 17:00 h

"No ano de 2013 foi realizado numa parceria entre Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro-BA e Universidade Federal do Vale do São Francisco, o "Curso de Humanização e Cuidado Integral". Desenvolvido de Abril a Novembro, este foi um espaço quinzenal de formação, auto cuidado e coletividade com 70 profissionais de saúde: ACS's, enfermeiros, dentistas, médicos, assistentes sociais, psicólogos, gestores.
Por meio da Psicologia Corporal (PC), notadamente a análise bioenergética de Reich e Lowen, desenvolveram-se várias atividades com os participantes do curso. A partir dos princípios da PC, vários aspectos do indivíduo eram abordados: o auto cuidado, a individuação, a relação deste com o mundo exterior, incluindo pessoas do seu convívio e relações profissionais. Estes aspectos foram trabalhados, sempre pela perspectiva do indivíduo, buscando acolher os diversos modos de vivenciar e narrar suas experiências.
O trabalho mostrou-se efetivo em produzir e compartilhar cuidado, afeto e pertencimento, fato aferido pelos relatos orais e escritos dos participantes, bem como a melhora nas relações íntimas, pessoais e profissionais.
Sendo assim, na Semana de Humanização propomos realizar a atividade: "Reencontros de Cuidado", com o objetivo principal de reunir os participantes do curso, reativar memórias afetivas do grupo, do corpo e memórias do aprendizado ocorrido ao longo do trabalho de 2013." 
Link da Atividade: http://www.redehumanizasus.net/mapa-semana/reencontros-de-cuidado
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11/04/14
Atividade: Roda de Conversa - "Doulas - Voluntárias do Parto"
Local: Hospital Materno Infantil, Juazeiro-BA
Horário: 08:00 h às 12:00 h

"A Maternidade Municipal de Juazeiro-BA vem trabalhando a humanização no parto desde sua inauguração em Julho de 2010. Em Novembro de 2013 foi inaugurado o Centro de Parto Normal, em concomitância a implantação do Projeto "Doulas - Voluntárias do Parto". Sendo assim, as gestantes usuárias deste serviço são acolhidas pelas DOULAS, preparadas para cuidar e ajudá-las no momento de dar a luz. A Doula acompanha a gestante durante todo o seu internamento, e tem como principal objetivo oferecer segurança emocional e possibilitar um ambiente acolhedor para que o parto e o nascimento ocorram da melhor forma possível.

No fechamento da semana de humanização, faremos uma roda de conversa onde abordaremos o trabalho das Doulas e humanização do parto no Hospital Materno Infantil. No evento será exposto um vídeo institucional de abertura produzido em parceria com a UNIVASF. Em seguida teremos uma roda de conversa com: Luciana Florintino, Diretora Médica do Hospital Materno Infantil Fabíola Dantas Ribeiro, uma doula, uma usuária e um acompanhante. O evento será aberto ao público."

Link da Atividade: http://www.redehumanizasus.net/mapa-semana/os-caminhos-da-humanizacao-na-maternidade-municipal-de-juazeiro-o-papel-da-doula-durante-a-assistencia-a-mulher-em-t








sexta-feira, 21 de março de 2014

Lilica Aranha Céu - Despedida da UPI - 13/03/2014





A UPI é um projeto fantástico. É tão fantástico que perde o status de projeto e ganha o caráter de família para seus integrantes. É incrível o seu poder de transformação sobre nossas vidas.

Fazer o simples não devia ser tão difícil, mas os caminhos que trilhamos na vida, as escolhas que fazemos nela nos distanciam da simplicidade. Em geral, sentimentos como medo, insegurança, solidão, covardia nos levam a construir, ao longo dos anos, "escudos de proteção" contra o sofrimento. Pra não sofrer, abrimos mão de tanta coisa na vida; criamos uma segura zona de conforto onde deixamos de ser cachorros e nos tornamos gatos, onde não precisamos arriscar tanto, nem nos mostrar tanto e, por isso mesmo, também não valorizamos tanto o outro. Na relação com esse outro, muitas vezes perdemos a dimensão do cuidado e nem percebemos. Magoamos, somos magoados e nos trancamos. Mas como cuidar do outro se não conseguimos cuidar bem de nós mesmos? Nesse sentido, são poucas as relações verdadeiras que realmente construímos. Nessas, nos doamos sem esperar nada em troca, aceitamos as imperfeições e os erros do outro e conseguimos perdoarporque compreendemos o humano que ele é e porque temos clareza do humano imperfeito que somos. No contexto das zonas de conforto e escudos de proteção, esse tipo de relação é muito difícil de ser estabelecida e, de uma forma ou de outra, sofremos.



Por isso, a UPI é tão significativa nas nossas vidas. Porque ela nos desafia a mergulhar em nós mesmos, a enfrentar nossos monstros e a desconstruir a zona de conforto e os escudos de proteção, nos mostrando a importância do outro e a necessidade de resignificar nossas relações e a vida, em última instância. Isso é lindo e emocionante.

Reconheço o valor que a UPI tem na minha vida e sou muito (muito, muito) grata por tudo que vivi e eaprendi. Desejo, com todo meu amor, que a UPI consiga crescer sem perder sua essencia. Que continue ensinando aos que por ela passam o verdadeiro valor do olhar e escutar; do eu, mas também do outro; da entrega e do encontro; do cuidado e acolhida; do aceitar o erro e saber perdoar; do respeito e amizade. Tudo isso em relação a si e em relação ao outro, incluindo aí os que já estão na UPI, os que estão chegando agora, os que estão deixando, os que já passaram e os que não vão passar pela UPI. Isso é um enorme desafio e uma grande responsabilidade.

E justamente por me sentir responsável é que pontuo a necessidade de se avaliar o processo de seleção e de iniciação dos novos clowns, considerando que ele é fruto de um processo novo e que o novo por vezezs gera medo, resistência e conflitos. Acredito que uma avaliação com amor, justiça e respeito é necessária e vai fazer o grupo crescer ainda mais.

Fiquei feliz por ter conseguido participar da seleção e de parte da oficina de iniciação dos novatos. Uma pena não ter acompanhado todo o processo. Eu fiz o que tava podendo fazer. Me emocionei muuuuuito no último dia de formação, especialmente no alerramp porque fui pra ele consciente de que seria meu último alerramp.

Questões relacionadas a tempo/compromisso/entrega já sinalizavam meu afastamento mais cedo ou mais tarde. Então, ao final da oficina, antes do alerramp, conclui que, pro meu coração, aquele seria o melhor momento pra fazer isso, porque eu guardaria as emoções e a beleza daquele dia, do nascimento dos novos clowns, de forma mais significativa na minha vida. A dor do parto é grande, mas eu resolvi comprar o risco e vou partir da UPI com o final desse semestre. Tô triste, mas também feliz por tudo que vivi e aprendi na UPI, pelas pessoas lindas que conheci, pela família que me acolheu, pelo carinho e amor que sei que não se perdem quando são verdadeiros. 

Obrigada UPI, por tudo.



Mira Tavares e Lilica Aranha Céu.

Lilica Aranha Céu - Atuação HUT - 19/11/13

Tempo de arco-íris. Céu bem cinza. Tempestade de areia. Ensaio de chuva. Tempo de nova proposta de atuação: dupla. Mira e Aninha. Lilica Aranha Céu e Jamais Vista de Listras. Subida do nariz no banheiro, a la Bionce. Encontros marcantes. Foi lindo. Joelmar foi um presente:"ex-palhaço" de veias frouxas. Igor aprendeu a falar com a gente. Pedro tava com o coração partido e ficou aflito porque o radialista com calafrios precisava de calaquentes. Dona Maria Eulina, de 80 e tantos anos, só gostava da sua touca preta, de nada mais; foi difícil conquistar aquela mulher. Sr. José só tava disposto a negociar cigarros (ele nos dava 10 se fosse de marca ruim e 15 da boa). Sr. Leonel tira a perna pra dormir e tem uma cachorrinha branca que o acompanha no hospital. Seu sorriso é encantador. Já Leonardo, seu vizinho no quarto, arranjou uma costureira que não costurou muito bem sua barriga. A cachorrinha dele se chama Jéssica, mas podia ser costelinha já que ela tá presa nas costelas dele. Outras tantas histórias e brincadeiras envolveram, ao todo, cerca de 20 a 25 pessoas, entre pacientes, acompanhantes e cuidadores institucionais. Tá mequetreve, né? Reconheço. Perdoem, é o tempo.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Jusefina Pernas Fina - Abraço grátis - 15/03/2014

Querido Diário,

Quanto tempo.. estava muito relutante pra te escrever, a última vez foi antes dos novinhos chegarem, aconteceu tantas coisas de lá pra cá, mais acredito que muitas delas não merecem ser escritas aqui.. Acho que quero fazer uma recapitulação pra tentar expressar o tanto de coisa que ando sentindo.
Vou começar já pela formação dos novinhos que começa toda especial, com uma nova mestre, muito trabalho se seguiu, cansaço, provas, noites sem dormir, mais naaada disso diminuiria a beleza de ver tanta gente vivendo essa experiência de descoberta, foi lindo por demais, perdi as contas de quantas vezes me lembrava da minha formação e chorava.
Essa fase foi a mais difícil dentro  da UPI, pensei em desistir algumas vezes, mais ai lembrava que aqui era minha casa fora de casa, o único espaço onde eu realmente me sentia bem nessa terra de gente estranha e isso fazia com que eu esquecesse toda a tristeza e dificuldade, junto com seis anjinhos/negas que vinham de brinde com a UPI.
Turma formada, 24 clowns formados e bem formados viu? lindos e corajosos, restava então o teste drive, o grande dia, o abraço grátis. Dormi muito pouco na véspera e acho que por isso me atrasei, uma aventura bem a cara de Jusefina pra poder chegar na casa de Papucho, fiquei maravilhada com aquela delicadeza que ele preparou.. todo mundo já se arrumando, então Karol começou a dar lugar a Jusefina, que a muito tempo estava adormecida, tive medo que ela não acordasse muito bem mais a energia dos meus companheiros não deram espaço pra dúvidas. A contagem pra subir a máscara e mostrar Jusefina começou, senti minha caixinha que fica logo abaixo do umbigo abrir e liberar minhas três bolinhas super vibrantes, todo mundo bem acordado e aquela energia que nos unia e crescia cada vez mais fez com que fôssemos para nosso destino, aproveitando bem o caminho, e como foi lindo pode ver o trabalho de cada novinho crescendo, poder reencontrar meus antigos companheiros foi fantástico, quero lembrar de todos os olhares que encontrei, triste foi lembrar que um desses encontros vai ficar suspenso por algum tempo, Juju Danoninho vai deixar um falta danada visse?!!        

Abraço Grátis- 15 de Março de 2014. Inês Tamborete

Eita, Diário!

            Que loucura de dia! Chegou trazendo tudo o que tinha de trazer e mais um pouco. Até o mau humor de Dan dar lugar à Inquietude de Inês, levou tempo... não seria um dia fácil. Mas a presença dos melhores companheiros, aquela roupa, novamente vestida, a maquiagem e todo e qualquer detalhe da decoração da casa de Paputcho foram mais que suficiente para que Inês viesse “de com força”, e veio. Já lavando o rosto recém maquiado com as lágrimas que não tinham sido liberadas até aquele momento e que precisavam ficar para trás.  


     Saímos. Saímos com os nossos cartazes (o da Srta. Tamborete, um presente da ilustríssima artista Teka Aquarela), que ofereciam Abraços Grátis, para o Camelódromo. “E que caras estranhas olhando pra nós”, comentei com a Malagueta. Daí, ela me disse que não estavam acostumados a ver tantos clowns. Clowns? Que Clowns? Não estava enxergando coisa alguma e assim segui até o ponto de chegada.

         Seres particularmente estranhos são as pessoas. E isto, claro, me inclui. Que sensações estariam sendo despertadas naqueles comerciantes cheios de afazeres? Vi fagulhas em alguns olhos, juro que vi... E brilho, curiosidade e encanto em outros. Inês achava que o brilho maaaais brilhoso do dia seria de uma criança, por causa da imensa experiência que elas, as crianças, costumam ter nisso. Mas não. Foi de uma jovem de longos cabelos que estava sentada em um banquinho e sorrindo muito (em silencio, só com o rosto) e que não “precisou” de palavras, jogo de cintura, artimanha nenhuma para Inês se jogar nos braços dela- é, se jogar! E foi uma recepção tão linda!  Doeu o coração a vontade e disposição dela, ali tão atenta e tão viva, apesar daquele ambiente onde se sente ares de obrigações.
             Pinika Dôrada e Lulu Fiapinho foram a companhia de boa parte do tempo. Falaaantes como são, saíram puxando conversa a mil por aí. E restou a mim o máximo que sei fazer: contato entre olhos e risos, quando estes eram bem vindos, claro.  Abracei tanto com esse jeito Inês/ Dan que me incomodei pouco com o fato de não falar. Mas tive que me sair disso em alguns casos... Porque como as pessoas gostam de paquerar, um negócio incrível! E os “feirantes” não foram exceção. Este é mais um ponto de convergência entre Inês e a pessoinha por trás dela: não saber o que fazer quando está nessa situação... Porém, se sair é algo que se precisa aprender e este foi “o” dia!
           Poderia dizer aqui das pessoas que não compraram o jogo ou das que simplesmente passaram direto por mim e minhas companheiras, mas isso, por enquanto, não cabe em meu Diário. Prefiro contar como quase todos nós estávamos reunidos do lado de fora e duas menininhas nos colocaram no chinelo, dançando num carro; ou do encontro que tive com duas pessoas “familiares”, que fizeram o dia um pouco menos angustiante, mais doce. Ou da moça curiooosa pra saber onde nós estudávamos. Ou do tio do abraço mais apertado daquele lugar!! Ou de Teca Lua Cheia me ajudando com a falta de AR... na frente de um ventilador de uma das bancas!


         Porém, como eu disse, este foi “o” dia. Nem tudo é doçura e Inês Tamborete, desarmada (para variar) encontrou um ser vivo qualquer que puxou o seu nariz. Não poderia ter feito nada além de reagir à minha maneira, gritei com ele o máximo que minha alma assustada pode- o que não foi muito. Posteriormente, ouvir do “aprendizado” que isto traz, desculpem-me, companheiras que conversaram comigo, não aliviou. Nem nada parecido. Não é coisa que se faça puxar o nariz de um clown, por “n” motivos e sim, isto estragou o dia. Aqui quem fala é Danúsia. A atuação estava por terminar, coincidindo com o fim da minha, que parara por ali. O espaço era meu e ninguém tem o direito de invadi-lo. Senti-me e sinto-me extremamente invadida. Minhas palavras sempre são mais altas que minha voz e aqui está o que eu gostaria de ter externado. Resta-me levar comigo os encontros- chegados e a distancia- do dia de hoje. Obrigada às pessoas lindas, melhores companheiros/as que estiveram ao meu redor, mesmo que só em presença, visto que a presença acalenta. Obrigada à Lis, justamente por este acalento. Admiro-a ainda mais pelo respeito que ela tem ao momento do outro.


P.S.: Este diário foi escrito à medida em que as emoções chegavam à/s suas autora/s. Contém ânsia, tristeza, cólera. Contem lágrimas de um dia inteiro, que não se desdobrou. Mas também abriga o essencial: fé e a êxtase de viver o que se quer.

P.P.S.: Gostaria de agradecer à uma pessoa em especial. Aproveitando que este é o meu primeiro diário pós nascimento, este que coincidiu, em ocasião, com a saída de D. Lisbela Duracell. Ou de Ana. Ou de ambas, já que às vezes me parecem ser apenas uma- mesmo pra mim, que só tive oportunidade de conhecer (ver em ação) a primeira delas há pouco mais de dois anos. Gratidão pela doçura e pelos atritos, porque sem eles a gente nao dá de cara com o que realmente tem de ser feito. Pela atenção nos momentos em que me deixei abater pela melancolia e desesperança. Pelos risos engraçados, pelo olhar distante que me mostra que pessoas não tem de ser como a gente quer. Pelas ligações. Pelo ânimo, incentivo e ajuda nos momentos de desespero de causas acadêmicas, desde o início do curso. Por ter olhado em meus olhos e acreditado em mim dentro deste projeto, não subestimando a minha tristeza quase constante. E ao Universo, quando coloca e retira distancias entre nós.

15 de Março de 2014



Abraço Grátis -15/03/2014 - Lulu Fiapinho

Eu estava achando que tinha sido só um sonho. A emoção e euforia de algumas semanas atrás, na formação, seguidas por uma pausa, como a que houve, no início foi angustiante. Nos colocaram no meio de um turbilhão e depois nos tiraram, que injustiça! Depois, aos poucos, parei muitas vezes para pensar se tinha sido tudo coisa da minha cabeça. Não foi! Comecei a lembrar de tudo já na reunião dois dias antes do Abraço. Tantas instruções, dicas, histórias... Meu Deus, cadê meu caderninho? Precisava anotar todas aquelas dicas! Precisava de uma cola de estratégias!
Na noite que precedeu o Abraço fiquei até tarde trabalhando no meu cartaz. Acabei tendo ajuda de uma pessoa muito especial para fazê-lo, tornando-o o 1º presente que eu ganharia com essa experiência. Fui dormir às 03h da manhã e acordei às 05h, separei tudo, arrumei numa bolsa e rumei para a Orla.
Estava com sono, mal-humorada, resmungona, mas ver aquele dia lindo nascendo e todo mundo ansioso, caminhando junto, fez as coisas (e o humor) melhorarem bastante! Chegamos ao ponto de encontro e preparação (todo carinhosamente decorado) e eu estava tranquila, a ficha ainda não tinha caído! Vesti minhas roupas, me maquiei (bem mequetrefemente) e fiquei por ali,conversando, parecia que não tinha noção do que aconteceria. Tudo pronto. Todo mundo se junta e, sem que eu pudesse me preparar, a contagem começa! AAAAHHH!
1, 2, 3... Meu Deus não estou pronta!
4,5... O que era pra fazer mesmo?
6,7... Esqueci das dicas, tô ferrada!
8,9... Energia! É isso! Eu já fiz isso antes!
Não sei se minha imaginação é muito fértil ou se realmente aconteceu, mas parecia um desenho animado! Finalmente senti a energia de quase 40(?) pessoas (num "apertamento") girando como num grande caldeirão, colorida, tão física que era quase visível para mim!
E foi essa que no 10 (DEEEZ!) me contagiou. Tirei minha primeira lição, precisamos mesmo do nosso companheiro, pro que quer que seja! Se não gerei energia suficiente eu roubei um pouquinho deles! E ali estávamos nós! O produto dessa complexa equação!

 Descemos todos para a rua e posso garantir que nunca me senti tão destemida, corajosa. Eu sabia de tudo no mundo! O trajeto foi ótimo! Até que chegamos ao Camelódromo (lugar onde se cria camelos, segundo Frida Seriguela) e aí aconteceu!
Senti e ouvi um chamado. Tinha um companheiro me convidando para entrar naquele mundo! Olhei e vi: era Pinika Dôrada! CARA CARAMBA CARA CARAÔ! Era isso mesmo? Eu não a conhecia "diretamente", mas já tinha ouvido maravilhas sobre ela. Olhei para os lados e Inês Tamburete veio também, ainda bem! Precisava de alguém para dividir essa responsabilidade! Dei meu 1º grande SIM para Pinika, e que coisa abençoada foi isso! Peço licença nesse momento a todos para agradecer e falar um pouco de o quão grandioso foi tê-la conosco nesse 1º dia. O jeito que seu jogo fluía me encantava de uma forma que por vezes me percebi embasbacada! A sua experiência não a tornava egoísta ou melhor do que nós, pelo contrário! Ela nos envolvia de uma forma que quando vi já estávamos no embalo há muito tempo! Pinika entendeu que meu jogo (muito falante) e o de Inês (com olhares bem mais fortes!) eram diferentes e nos harmonizou de uma forma que rapidamente nós 3 estávamos, cada uma a seu modo, fazendo de um tudo naqueles corredores! Achamos o Mister Camelódromo, conversamos com moças tão sérias que até pareciam manequins de loja, clamamos por chuva, e tantas outras coisas que me emociono só de lembrar.
Fiapinho estava ali, sem dicas, sem estratégias, sem jogos prontos. Nasceu e ali, em meio a tanta gente, tivemos nosso 1º encontro de verdade. Todos os encontros foram importantes, os receptivos, os nem tanto, os que terminaram em abraços, os que fugiram e até os mal-educados! Mas garanto que o mais importante de todos foi o meu comigo mesma! Vi que Fiapinho era Ana Lu e que Ana Lu era Fiapinho, e que podíamos nos encontrar sempre que quiséssemos! Dois jeitos de ver o mundo e encarar as coisas, ao mesmo tempo tão diferentes e tão iguais! Mas Fiapinho tinha uma vantagem: acabara de nascer. Estava novinha em folha, sem cicatrizes, com uma página em branco pela frente, e o melhor: livre de medos!
Fiapinho escreveu lindamente essa primeira página. Riu, dançou, pulou, se emocionou e aprendeu muito! E principalmente teve a certeza de que era ali que queria e devia estar.
Termino com uma frase que Lisbela Duracel usou em seu último diário: "A vida é tão curta e a gente fica se dando em pedaços. Eu só consigo estar inteiro, o tempo todo, com quem estiver comigo, estar inteiro é se dar inteiro."
Garanto que pela 1ª vez em muito tempo eu estava ali, inteira. Na verdade, duplamente inteira, pois contrariando as leis da física, 2 corpos e 2 almas ocuparam o mesmo espaço, Lulu Fiapinho e Ana Lu. E isso foi maravilhoso! Obrigada!



Ps: Mesmo escrevendo primeiro à mão ficou enormemente longo, tenham paciência de ler!
Ps2: Quando cheguei em casa, após o Abraço, minha mãe havia colocado um novo tapete no meu quarto, em forma de palhaço, o qual ela mesma batizou de Gentilezinha, como não amar?
Ps3: Frida Seriguela, não esqueci de te agradecer, até porque se não fosse por você, nada disso seria possível, obrigada!

Diário de bordo do Abraço Grátis - 15/03/14 - Joaquim Marmiteiro



O primeiro contato. Sim, apesar de eu já ser um clown há algum tempo, eu nunca havia experienciado um evento de abraços grátis. E hei de contar aqui todas as minhas observações.
1 - A primeira: dificuldade. Não sei se foi devido a um longo tempo sem atuação, não sei se foi pelo fato de eu estar em um ambiente exótico ou por estar na companhia de tantos novos companheiros... Só sei que senti sim um friozinho na barriga. Apesar de tudo, a minha pequena carga de experiências clównicas já me mostrou que friozinhos ma barriga são vantagens para o palhaço, já que nos coloca em uma situação de risco (se você não sabe, astuto leitor, estar em risco é bom pra caramba). Então, com esse nervosismo decorrente de algo inédito, pus-me a aventurar nos mares do bodódromo e senti...
2 - felicidade. Aquela que a gente sente quando faz uma pessoa se sentir bem. Aquela que a gente sente quando é pego se surpresa e percebe que a pessoa da qual tentávamos fazer com ela viesse a se sentir bem acaba por nos fazer nos sentirmos melhor ainda. E vi outras coisas, como...
3 - crianças. Meu Deus, quanta criança há num camelódromo. Graças a Ele, também, parecia-me que não eram casos de trabalho infantil compulsório, mas sim um consumismo proposital. E sabe, as minhas não experiencias dom'malanianas fizeram com que eu realmente não soubesse como me portar diante dos sagazes pequeninos. E, por mais inesperado que fosse, foi. Foi espontâneo, e arrisco a dizer que as melhores companhias que encontrei naquele dia foram as crianças. Umas puras, outras nem tanto assim (lembranças do episódio de dançarinas na carroceria de uma certa caminhonete) - as crianças estão cada vez mais precoces -, mas todas com sorrisos com dentes faltando. O que difere a criança do adulto é que elas não possuem filtros para a fantasia, talvez seja por isso que elas se mostram muito mais disponíveis.
* por falar em disponibilidade, vi que as pessoas são mais solícitas a um cuidado no ambiente intra-hospitalar. (Pode ser que seja por causa disso que as nossas atuações regulares ocorram nestes ambientes, e não naqueles...)
Ando muito devagar e vagueador hoje. Vou resumir todas as experiências em umas poucas frases: foi muito bom, adorei conhecer os meus novos companheiros clowns em ação, a novidade de um abraço grátis enriqueceu muito um tal de Joaquim e as dificuldades, mais uma vez, fizeram com que esse sujeito crescesse um tanto bom mais. 

Joaquim Marmiteiro

terça-feira, 18 de março de 2014

Pedrinho Palito - Abraço Grátis – 15.03.2014

OIOI pessoas, que honra  vir escrever  aqui; agora realmente estou me sentindo da UPI, depois do abraço e dessa postagem me vi não mais como um recém nascido, que foi como sai da formação (parido), agora sou uma criança que começou a caminhar e como bem é comum à principio elas mal falam; e foi assim que fiquei na minha primeira atuação, bem calado, mas não por não ter o que falar (até porque eu falaria bastante) e sim pelo fato do Pedrinho nunca ter saído na rua e nunca ter visto nada daquilo e creio que como todos, estava achando tudo novo.
Essa experiência foi super valiosa, apesar de achar que deveria ocorrer mais Abraços Grátis no decorrer do ano (mas deixemos isso para uma outra hora, revisitei, me encontrei e diverti-me com o Pedrinho e cada vez conhecer mais e mais ele me deixa feliz). Seu P.Palito, teamo,
Logo na saída me percebi calado, achava eu que era por estar meio doente, porém no decorrer daquela manhã era o Palito que tinha voltado e ele não é muito de falar. O caminho para o camelódromo foi muito lindo, apesar de ter curtido pouco, creio que não conseguiria conhecer tudo em mim e interagir com todos os clowns ao meu redor, preferi estar em menores grupos.
Já na chegada me senti em outro lugar, outra energia, sei la, algo inexplicável, ops, quer dizer I-N-E-F-Á-V-E-L  ;D ver todas aquelas pessoas e conquista-las para ai sim começar o jogo e resultar em um abraço era de uma responsabilidade bem grandona. Mas quero destacar dois ilustres: o do menino e o do senhor.
Ao chegar na entrada do camelódromo demos de cara com um senhor que parecei estar aberto para o jogo, conversou, conversou mas o abraço não rolou, alegando que as costas estavam doendo e acabava jogando a bola para outro. Pois é, quando estávamos de volta para casa, no ônibus, o senhor estava la em pé, eu ainda soltei uma do tipo: E ai senhor agora ta melhor ? E o abraço?; num é que ele veio e me abraçou.
A historia do menino foi o seguinte: Pedrinho estava lá, de boa, observando os manequins  viu que estavam sem cabeça e colocou a cabeça la, o menino quando viu se assustou e ficou meio travado para ai então darmos um abraço. Sai logo daquele manequim e vi que não gerava e fui ficar frente a frente com o garotinho, conversa vai e conversa vem, acabamos nos abraçando e no decorrer do dia eu encontrava com ele nos corredores e ele sempre vinha com um amigo novo atrás para mim abraçar, dizendo: ei tu ainda não abraçou esse aqui. Nesses encontros os meninos começaram a brincar e subir nas coisas, o.O fiquei super preocupado, contornei a situação e quando me vi la estávamos nós brincando de cavalinho, eu levando ele , e depois ele me levando ;DDD

Lindonildo Varão - Dia do Abraço Grátis - 15/03/2014

Oi diário,

Diferentemente de alguns, hoje eu acordei às 07h20min da manhã, sim, boatos de que o horário certo seria pra ser as 06h00min da manhã na casa do nosso querido Paputcho, mas o que são 1 hora e 20 minutos de atraso? Roubei um pouco de energia de Lindonildo Varão e lá fui, e lá cheguei, e lá encontrei meus melhores companheiros do mundo, todos lindos, todos os clowns, logo as energias se misturaram e eis que Lindonildo Varão tomou forma, e que forma, mais ou menos na verdade. 

O fato é que lá fomos nós, correr pro abraço, e qual a melhor forma de correr pro abraço? Sendo palhaço, e foi isso que nossa tropa fez palhaçada, muita palhaçada, nossa caminhada foi maravilhosa, cada sorriso, cada cantiga e cada parada no farol vermelho, pois somos devidamente motorizados, é claro. E lá chegamos ao Camelódromo, pessoas olhando, sorrisos retribuídos, olhos brilhantes, que coisa linda, Lindonildo não poderia ter ido a um lugar melhor para mostrar sua plaquinha de abraço e arrecadá-los, muitos e muitos. Devo salientar que Lindonildo deverá voltar ao Camelódromo logo mais, pois em troca de um abraço ele ganhou uma sessão com a manicure, minha coligada, e seguiu-se a jornada maravilhosa. E o que falar dos amiguinhos que lá fiz? Jogamos futebol, corremos muito, foi tudo massa, e os abraços? Fortes, reconfortantes, maravilhosos, cada sorriso no rosto era uma vitória, só não sei "espricar puqer a luinga do liudoniudiu tlavaou tantuu", vai ver era a emoção.

Devo expor minha indignação de ser enganado juntamente com Rosinha das Alturas que num bate papo com o vendedor do xix boxis descobrimos que ele não era vendedor do xix boxis e a muié não ia pagar o xix boxis pra nós, foi realmente triste. Nada que não foi resolvido com um abraço. Tem também duas amiguinhas minhas que ensinaram Lindonildo a dançar dando cambalhota no chão, foi mágico, e elas juntaram os melhores companheiros do mundo pra dançar, a UPI lepou lepou demais.


A primeira atuação a gente nunca esquece, realmente estar com os melhores companheiros do mundo nos deixa maravilhosamente bem. Ovo ovo ovo eu quero atuar de novo, oca oca oca eu quero mais pipoca, aço alo aço eu quero mais abraço, eira eira eira eu amo a UPI inteira.

Ilari lari ê, ô ô Ô Ilari lari ê, ô ô Ô

É a turma da UPI que vai dando seu amor !


XANA, SAUDADES ETERNA 

Diário de Bordo- abraços grátis Creusa Carnaval

Querido diario de bordo,que sábado foi esse ? depois de quase uma noite mal dormida de tanta ansiedade,creuza carnaval entra em ação.Era o dia do abraço grátis,primeira atuação,inicio de tudo. Levantar antes do raiar do sol,e você sabe que é amor quando você levanta antes das cinco da manhã e não reclama de nada ! Levantar,encontrar e ir. Cheguei em Juazeiro. Cada encontro naquele camelodromo,cada abraço,cada brincadeira,cada jogo comprado. É tanto sentimento e felicidade,que as palavras não definem. Cada dia nesse projeto,Creuza cresce mais e se torna uma pessoa melhor.Aprende com os erros e nota que se jogar no vazio é mais divertido.Que melhor que a chegada é o caminho e esse tem que ser aproveitado,pois é ele que te constrói !O abraço grátis foi o inicio de tudo e de todos. De toda uma história,um crescimento pessoal,do quanto tudo valeu a pena e do friozinho na barriga de tudo que está por vir. Obrigada upi,obrigada sábado.

Pietra Fofolete- Abraço Grátis -15\03\2014

Já estava tudo certo e eu já tinha me conformado da idéia de não poder participar do abraço grátis- a estréia dos novinhos. Segundo meus planos minhas aulas iriam acabar na sexta de manhã e ao meio dia eu já estaria indo pra Salvador. Mas como disse eram MEUS planos, o plano do meu querido professor de prática médica era desmarcar a última prova com menos de 24 horas de antecedência. Então vamos lá menos dias de férias, mas pelo visto há males que vem pra o bem, aqui estou eu escrevendo sobre um dia que eu não iria poder participar se não fosse a tal remarcação.
De inicio nos reunimos na casa de paputcho, a ornamentação feita por ele e sua esposa ficaram impecáveis, instruções inusitadas em cada canto da casa e uma discoteca improvisada em um dos quartos. Começamos a montar a maquiagem e a roupa e as poucos os clowns iam começando a aparecer bem devagarinho.
1,2, 3, 4, 8, 10, energia, nariz, olhar, melhores companheiros do mundo! E lá se vão um bando de gente estranha pintada com roupas engraçadas camelódromo abaixo a espera de muitos encontros e abraços.
Devo confessar que achei essa turma nova muito boa, todos com muita energia, abertos ao jogo e o mais importante: não estavam só distribuindo abraços, mas fazendo encontros.
Pude ter o prazer de jogar com alguns: o besouro, OPS não é esse inseto, esperança samba canção, Santiago Suado, Pedrinho Palito, Catarina Polenta, Lindonildo Varão e tantos outros que passaram por meu caminho.

Foi simplesmente maravilhoso, puder ver o crescimento da Pietra, como ela está mais desinibida, comprando mais jogos, se importando menos com a chegada e aproveitando muito mais o caminho. 

Lupita Toin-oin-oin - Abraço Grátis - 15/03/2014

E depois de 8 meses (quando participamos do nosso primeiro abraço grátis - 14/07/2013), um novo ciclo se inicia, com uma família mais numerosa, com filhos lindos. Poder estar mais uma vez nesse momento e reviver tantas trocas de afetos e gestos traz à tona, novamente, um turbilhão de sensações boas. E foi tudo lindo. Já estava com saudades de ver tantos lindões juntos. E desde o momento da preparação e do caminho, rolaram fortes emoções. A cena do semáforo foi inesquecível, onde esperamos o "SIM" (sinal verde) para seguirmos adiante. Recebemos apoio de vários colaboradores que nos ajudaram no tráfego, com muito respeito, paciência e interação por meio de buzinas; e aqui vai o meu "MUITO OBRIGADA!" a essa galera. Antes mesmo de chegar ao nosso destino final (o camelódromo de Juazeiro), no terminal de ônibus começamos a distribuir simpatias e abraços com aqueles que se mostravam disponíveis e aguardavam o nosso encontro; e rolou até dancinhas...foi uma farra muito boa!

Ao chegar no camelódromo, os afetos continuaram. Com a pureza e encanto das crianças, a Toin-oin-oin se derretia toda, e até se deixou levar pela coreografia ensinadas por elas do "Lepo Lepo". E a festa clownesca estava montada; diversão e sorrisos não faltaram.


Esse foi o meu primeiro contato com os clowns fresquinhos (que acabaram de sair do forno)...dizem que a primeira impressão é a que fica, pois confesso que me apaixonei por vocês. Foi tanta energia boa, tanta troca, tantos jogos, tantas alegrias, tantos abraços maravilhosos, tanta sintonia, tanto tudo de bom. Contando as horas para podermos atuar juntinhos, SEUS LINDÕES!
Obrigada a todos por uma manhã de sábado tão linda, tão UPI (mais que especial)!

Juju Danoninho - Abraço Grátis - 15/03/2014

Oi diário,

Confesso que estou relutante em te escrever hoje, ms o prazo tá batendo na minha porta. Não sei, mas acho que é um pouquinho de medo de encarar os sentimentos que estão aqui dentro. Mas vamos ver o que é que sai.

O dia começou preguiçoso, depois de 2h30 de sono. Faltava energia pra levantar, mas como usual, procurei nos meus companheiros a energia que me faltava. Pensei nos olhos ansiosos dos novinhos, na vontade e brilho que eles têm tao vivo, pensei nos meus antigos companheiros, na delícia que é encontrá-los. E levantei, acordei pro mundo, me encaminhei pra barquinha, pra Juazeiro.

Minha energia subiu um pouco quando cheguei lá e vi todo o carinho com o qual Papucho tinha preparado aquele espaço pra gente. Mas confesso que mesmo encontrando todo mundo lá eu ainda continuava fechada em mim mesma, quietinha. E encontrei mais gente assim, encontrei Ray, Ray tava distante, preocupada com as coisas acadêmicas, e por isso na hora de subir a energia, guiadas por Lis, eu a procurei, a procurei pra poder passar minha energia pra ela. E essa vontade de subir a energia dela me fez encher minha caixinha de amor e cuidado. Mas não foi o suficiente, e quando todos explodimos nosso olhar eu ansiei pelo de Ray, mas não encontrei. Todos os animados clowns partiram, e eu fiquei ali, desci minha máscara e abracei minha companheira. Não digo isso pra envergonhar ela nem nada.. Mas é que nós não somos felizes 100% e nem estamos sempre 100% energizados sabe? Assim como os pacientes as vezes precisamos mais de um afago do que de um riso. Eu e Lis ficamos ali e cuidamos de Ray, e ela cuidou da gente, e quando vimos ríamos tanto que nem sabíamos o porque, mas de alguma forma nossas almas se alimentaram uma da outra e em instantes nós já éramos Pinik Dourada, Teca Lua Cheia e Juju Danoninho.

Fomos caminhando pro Camelódromo por ruas desconhecidas para um lugar desconhecido. E já no caminho encontrei vários presentes, ver meus novos companheiros vibrantes, foi demais! O caminho foi uma delícia, como deve ser.
O dia me reservava encontros incríveis, como o Seu Praxedes, um senhor, e seu tesouro em forma de fotografias, ou as tantas crianças e vendedores, transeuntes, as 'gentes' que eu encontrei por lá. Até um terrorista americano prestes a achar uma bomba eu encontrei! Precise me esconder com medo da explosão!! 
 E os olhos brilhantes, os olhos dos meus queridos companheiros. Fiquei um pouco triste por ter passado pouco tempo com os novinhos, acabei ficando mais com Pedrita Bombom, pois muitos acabaram ficando em grandes grupos, devido ao espaço pequeno do lugar, o que me incomoda demais, todo aquele caos e energia desfocalizada, mas procurei encontrá-los em alguns momentos e tive encontros maravilhosos, e me enchi de orgulho em vê-los tão belos. 

Pedrita! 

Amélia, Bartolomeu e Mariqueta BoaBunda!


E assim eu me despeço de uma atuação incrível, e talvez minha última com todos, por um bom tempo, já que em breve parto para a UPI Internacional, e só volto em 2015. Perceber isso doeu pra caramba, como vou sentir saudades! :(
Obrigada por tudo!
UM BEEEEEEEEEEEEEIJO! Jú!




Capitulina Lingua Frouxa – Abraço Grátis Juazeiro/BA

Querido diário de bordo,
Acredito que é a segunda vez que te inicio assim, nunca fui muito fã disso, dessas nomeações, desses padrões. Mas hoje eu preciso dizer o quão é querido, o quão é lindo, o quão é delicioso te escrever. Neste ultimo sábado dia 15/03 foi o abraço grátis da turma 4 da UPI, o primeiro e o ultimo pra alguns. Foi lindo depois de um tempo poder reencontrar com Juju Danoninho, com Juzefina Perna Fina, com Amélia Ventosa, com Pinika Dôrada, com Valentina Bicudinha, com Teca Lua Cheia, e tantos outros clowns lindos dos quais eu estava com tanta saudades.



Mas foi tão lindo quanto ver a primeira aparição oficial de clowns tão novinhos, mas tão novinhos, que nunca haviam saído da barriga da mãe e descobrir que o trabalho deles é lindo e delicado como o de Lulu Fiapinho, Inês tamborete, Lola Goiaba, Pedrinho Palito e tantos outros que fizeram meu dia tão feliz, tão completo. Ter encontros e presentes como os que tive neste sábado talvez seja muito difícil daqui pra frente! Ter um presente lindo como o encontro com seu Praxedes que foi o senhor mais lindo que eu já vi na vida.




 Ter encontros como os que eu tive com algumas crianças ali, ter reencontros com clowns que logo logo eu passarei um ano inteiro sem poder ver nos olhos, sem poder ter verdadeiros encontros, sem poder ver as cores, sem poder sentir o cheiro. É, a UPI está cada dia mais se tornando INTERNACIONAL foi nesse dia que pude sentir, ainda mais, falta de Ramon del Tamborete e de Chiquita Furacão, que são 2 dos clowns lindos que já estão por aí por esse mundo à fora. Foi neste lindo sábado de sol, que a ficha de Capitulina começou a cair e ela percebeu que essa talvez tenha sido sua ultima atuação com Juju Danoninho tão amada, tão querida e com Teca Lua cheia tão linda, tão cheia de vida. Que estão pra pegar aquele velho voo e ir ser clowns lindas na Europa junto com Ramom e Chiquita. Ah céus, quanta saudades vou sentir, quanta falta vocês vão fazer pra Capitulina nesse tempo que estarão fora. Obrigada pelo encontro desse sábado, obrigada pelos encontros da vida. E aos novinhos obrigada pela oportunidade e conhecer cada um de vocês. Obrigada por colorir um dia que começou tão cheio de preguiça, tão cinzento e terminou tão lindo, tão cheio de vida e de certeza que vou continuar aqui, que é isso que eu quero para mim, para minha vida. Obrigada UPI <3 nbsp="">