Meu querido diário de bordo! Hoje, quero externar a
satisfação da atuação no Hospital de Traumas realizada por Tichelle e eu.
Cheguei cedo, meia hora antes, ansiosa pela chegada dela e de Fernanda. Subi ao
primeiro andar, esperei, comuniquei as colegas da Enfermagem da atuação que
ocorreria naquele dia, mas nada das meninas. Desci. Jéssica Richelle está lá,
linda, com seus olhos verdes, a esperar na cantina. Chegaram os residentes de
urgência e como Fernanda não chegava, resolvemos subir. Bem, nós fomos para a
concentração, nos arrumamos e maquiamos e logo que internalizamos nossas
energias mais profundas subimos o nariz e nossos olhares disponíveis brilhavam
com cada encontro dali em diante. Encontramos de cara uma enfermaria com uma
senhora muito charmosa, Dona Zita e em meio às brincadeiras, a Tichelle a
provocou: “desfila pra gente ver, a senhora é tão bonita!”. Logo ela se rendeu
e passarela nela! Seguimos seus passos eu e Thelle e já percebi nos residentes
o ‘ribuliço’ com minha desengonçada performance. Tichelle, não, foi toda linda
desfilando normalmente. Eu tava com vergonha de expor meus dotes modelísticos.
Depois fomos indo nos leitos a conversar e conhecer as pessoas atentas e
desejosas por contato - na maioria dos casos- mas o esposo, Sr. Nelson não quis
papo, não! Só olhava... Todos haviam recebido um papel que falava sobre Deus e
aí Tichelle perguntou se alguém podia ler para nós. Saímos do quarto e fomos ao
star médico e aí empinamos nossos olhos curiosos nos papéis e perguntamos ao
médico e a estudante, que é isso? O médico sorrindo levemente, respondeu: são
os prontuários dos pacientes. E a gente pode ver, perguntamos! É secreto,
sigiloso e complementou: é bom a presença de vocês aqui para animar o setor,
estamos sempre precisando... Enfim, seguimos com nossas sacadas e aí logo
encontramos outras pessoas e enquanto atuávamos entrou um grupo grande de
estudantes, médicos e aí, eu que tava comentando que estava carente e doida pra
casar vi Iuri, um loirinho lindo, ex aluno meu, meu não, de Carol! Aí falei pra
elas: achei! É ele, é com ele que eu quero casar! Ele me abraçou e sorriu:
professora! Aí eu disse: Eu? Você deve tá me confundindo... E fomos passando,
brincando com um e outro e aí encontrei a professora Lucimara, que falou:
Palhacinhas... Paramos e brincamos com nossos styles e seguimos. Mais na frente
encontramos numa enfermaria um senhor com a perna edemaciada e nem por isso
deixou de ser sorridente. Perguntei: Você sabe cantar? Ele disse que não, como
quem quer dizer sim. Aí eu disse: se tu canta, eu danço! Aí o residente Albert
disse que ele parecia com Adelmário Coelho. Não prestou não! Logo estávamos eles
cantando e eu dançando e eu cantando e dançando e puxei o paciente para a pista
de dança que ali se formara e ele dançou com a residente Laís e comigo e fomos
seguindo leito a leito tentando que os outros também dançassem, sem mais
adesões, infelizmente, só queriam contemplar e admirar a ação. Eles
agradeceram, disseram que foi muito boa nossa presença tão alegre entre eles.
Em outra enfermaria conhecemos um senhor que muito assanhadamente nos convidou
a sermos suas ‘esposas’, uma para a noite e uma para o dia e eu querendo que a
situação “rendesse”, achando eu que ele ficaria sem coragem de levar adiante
tanta gaiatisse, disse que era casada e tinha um filho e ele logo disse que não
contava para ninguém, não! Quanto a minha companheira, que também disse ter
dois filhos ele complementou: veja bem! De vocês cuido eu e dos seus filhos
vocês podem cuidar a vontade... Cabra da p..., e haja amendoim pra esses homens
do nordeste! Adiante entramos em outras enfermarias respeitando a realização de
procedimentos, até que fomos nos despedir no posto de enfermagem em nosso
trenzinho e fomos embora.