domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ramon Del Tamborete - 31/01/2013


Incrível, não há em absoluto palavras que descrevam o que é atuar, entrega talvez sirva, mas não descreve por completo a sensação de, após um dia extremamente cansativo, subir o nariz, brilhar o olhar e sorrir. Quando as nossas energias internas estão se acabando, o simples ato de subir o nariz as reintegra, esse simples ato transforma um Rafael cansado em um Ramon espevitado, elétrico, brincalhão. Esse simples ato é capaz de criar feitos inimagináveis como crianças subindo em árvores de moto, médicos colando ossos com cimento, e uma danada de uma moça chamada pressão, que na verdade ninguém quer que suba. Sinto-me infinitamente feliz por cada vez que ouço as frases  "fique mais um pouquinho", "muito obrigado", "que coisa linda que vocês fazem", e é isso que me impulsiona, isso que me faz levantar o nariz e me tornar Ramon, toda essa energia, que mesmo quando eu baixo o nariz, está ali, modificando e moldando quem eu sou.

Obrigado!

Jujuba Magrela, 31.01.13



“Vá em frente, entra numa boa
Porque a vida é uma festa
Não controle, não domine, não modere
Tudo isso faz muito mal
Deixe que a mente se relaxe
Faça o que mandar o coração” 

Antes de entrar no universo da palhaçoterapia, dois alunos de Medicina. Cansados. Talvez chateados com o decorrer estressante dos últimos dias. Depois que subissem o nariz não poderia haver mais desgaste. Será que
Jujuba Magrela Ramon Del Tamborete conseguiriam? Como é surpreendente o poder do sorriso!
A cada paciente que encontraram era como se uma bomba de ânimo fosse injetada nos dois. “Não vão embora”, “fiquem mais tempo aqui”, “obrigada pela visita”, “voltem mais vezes”, “gostei de receber vocês”. Isso não tem preço!
Conexão entre pessoas através do lúdico. O despertar da imaginação e da criatividade no outro. Ver a outra pessoa libertar-se do medo de fazer comentários vistos socialmente como bobos. Gratificante.
Jujuba e Ramon conversaram com os pacientes do HUT sobre o que estavam fazendo ali. A partir desse primeiro contato vinham comentários sobre como lidar com aquela situação de forma inusitada. Outros assuntos apareciam e não tinham fim.
Encontraram meninos que subiram no pé de azeitona com uma moto, lutador de boxe agressivo, senhoras com cimento na perna, homem com antena multifuncional embutida, mulheres com medo de a Pressão subir (nada que uma cadeira na porta não resolvesse), enfermeiras gulosas e muitas outras figuras importantes.
Saíram de lá melhores do que entraram e espero que tenham deixado um pouco de conforto para os que ficaram por lá.
 

Fefê Xogás - 29/01/2013

Querido Diário de Bordo

Meu querido! É sempre bom vê-lo! Gostaria de compartilhar com você uma história belíssima que tocou meu coração e estou certa que vai tocar o seu. Tive um minuto?
Ontem estive no HUT com Priscila e Fabinho. Tivemos um pouco de dificuldade no local da atuação, que pela escala seria na sala verde, mas encontramos os pacientes dormindo por lá. Alternativas? Fomos para o 1° andar e lá ficamos. A princípio, eu fui uma má jogadora, derrubando as cartas dos meus companheiros com cartas ruins e deixando os problemas da Camila interferir na Fefê. Que bom que eu tinha companheiros maravilhosos que subiram o meu jogo e e me lembraram que o importante é o jogo e não a minha jogada.
Um fato em especial me marcou muito, e vai ser lembrado nã importa quanto tempo passe, eu vou me lembrar de um senhor chamado Antônio. Primeiro que seu jeito engraçado e espontanêo me lembrou muito do meu avô que morreu a dois anos e de quem eu sinto muito falta. Esse senhor é cego e teve uma das pernas amputadas decorrente de uma doença degenerativa agravada pela diabetes. Mas a forma como ele riu conosco, fazendo adivinhações e declamando lindas poesias tipicamente nordestinas, era simplesmente contagiante.
Em um determinado momento, esse senhor pediu que eu me aproximasse dele, e segurando uma de minhas mãos ele contou sua história de vida. Todos no quarto pararam pra ouvir sobre sua vida simples, seu casamento jovem e sua falecida esposa. Num impulso, eu perguntei se sua amada estava bonita em seu casamento, e eçe me respondeu: "Ela era bonita como você."
Como assim, seu João? rs, Quero dizer, seu Antônio? Como um homem cego pode enxergar uma beleza que eu, com uma visão perfeita, não consigo enxergar? E eis que o que era história virou exemplo e uma marca eterna no meu coração,

"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos."

Até a próxima, meu querido!

Mariquita Porcelana - 30/01/2013

Querido Diário de Bordo,



Já faz algum tempo que não lhe escrevo, estava com saudades. Hoje, foi um dia muito feliz, pois me reencontrei com Mariquita Porcelana. Não foi dos nossos melhores encontros, sinto que com todo este tempo afastadas, nos perdemos um pouco uma da outra. A atuação foi deliciosa, muitos olhares lindos brilharam com os meus saudosos. Mas confesso que hoje fui muito Flávia e quase não deixei espaço para Mariquita radiar toda a sua lindeza! Foram muitas as distrações, uma dor nas costas me deixou o tempo todo incomodada, e sei que isso me prejudicou bastante. Meus companheiros João Canelão e Franchesca 1000 por Hora foram maravilhosos e me ajudaram muito. Conseguimos encontrar alguns jogos e fomos bem recebidos pelos pacientes, muitos iam ao nosso encontro ou pediam para entrarmos nesse ou naquele quarto para visitarmos seus parentes. Hoje, fica a vontade de mais, de ser mais, fazer mais, conseguir mais, brilhar mais, ser mais Mariquita... e espero que nos nossos próximos encontros sejam assim. Até a próxima!

João Canelão - 10/01/2013

Diário de bordo de Pedro - João Canelão - 10/01/2013

Pra mim, hoje foi um dia super bacana. Foi um dia que percebi, realmente, a importância da UPI para o hospital e para os pacientes.
Nunca. Nunca recebemos tantos obrigados como hoje. Obrigado! Obrigado por ter vindo! Escutei diversas vezes essa frase. A cada dia tenho mais e mais certeza da importância terapêutica que a UPI tem. Tratar com alegria, tratar com serenidade e disponibilidade, isso é o que devemos levar para nossas vidas.
Gosto de imaginar uma cena em que entro no hospital como clown em um dia e no outro entro como médico. Como será que aquele paciente que me reconheceu do dia anterior vai me receber como médico. Não sei, mas quem sabe um dia eu descubra.
Na atuação de hoje cantei bastante, ri muito, me diverti, brinquei e tudo mais. Continuo afirmando que a UPI serve mais de terapia pra mim do que para o paciente.
Também, quero aproveitar esse espaço para fazer uma autocrítica. Achei que hoje eu joguei muito só, que passei poucas vezes o jogo para minhas companheiras Mariquita e Milporhora. Tive a impressão que eu estava regendo o jogo da forma que queria, me senti grandemente autoritário com essa minha atitude. No final da atuação fui logo perguntar se eu atuei muito só e não joguei muito com elas, mas elas me disseram que estavam muito tempo sem atuar e que eu terminei foi ajudando. Me senti um pouco aliviado, mas ainda com um pouco de culpa.
Para não deixar de falar algo engraçado, teve um paciente cheio de tatuagens que nós não conseguíamos identificar qual era o desenho colocado na pele. Que animal era? Ele disse que era um tigre. Ainda descobrimos o nome da sua ex mulher tatuado no braço....kkkkk....isso foi muita onda.
Tudo não foi um mar de rosas. No final da atuação, estávamos todos com o rosto bastante marcado pelo fio de nylon do nariz. Parece que o nariz de todo mundo ficou apertado e isso incomodou bastante.
No mais é só isso mesmo!

Juju Danoninho - 25/01/2013



É querido diário de bordo, hoje vai ser um pouco diferente. Não venho para contar sobre uma atuação no hospital de traumas ou no Dom Malan, venho dividir minha maravilhosa experiência na reunião mais divertida que eu já tive, e claro que só a UPI poderia me proporcionar algo assim. Tudo começou na cabecinha de Lis, Hortis e Vits, e então começamos com o picadeiro, e deu aquele friozinho na barriga pra variar, mas foi uma delícia! MIMICA! eu AMO mimica! passaria a noite brincando, mas elas tinham outros planos e fomos para o chão respiração, e assim eu sabia que ali se iniciaria uma jornada e tanto. Aos poucos fomos nos percebendo, focando em nós mesmos e fomos ganhando espaço e deixando a música me invadir nada mais de deteria, eu estava livre, livre e feliz, nossa como eu amo essas formações/reuniões. Preciso confessar que amo mais até que atuar nos hospitais, claro é incrível interagir com os pacientes e tudo mais, mudar um pouquinho do dia daquelas pessoas, mas quando temos esses momentos eu cuido de mim sabe? e acho que não costumo fazer muito isso. Bem, deixando minhas autorreflexões de lado, explodir o olhar e encontrar o Ramon (Rafa) foi delicioso, havia tanta verdade, cumplicidade e vontade naquele olhar, e enquanto tentava captar tudo que ele me passava me veio a cabeça que se tivesse que usar uma palavra pra definir esse olhar do Ramon seria AMIGO, é, amigo, meu amigo, meu melhor companheiro do mundo. Como sempre terminei inundada de lágrimas e por elas só tenho a agradecer a Hortis, Vits, Rafa, Lis e todos que participaram dessa reunião e que vêm participando dessa jornada comigo! Eu amo vocês, de todo coração.
Beijo
!

Bibelô Titchely - 25/01/2013




DIÁRIO DE BORDO 25-01-2013



Boa noite!!! A atuação de hoje eu achei meio morna, quando a gente fica algumas semaninhas sem atuar, parece que fica um pouco enferrujado, mas o válido é não esquecer que “o essencial é invisível aos olhos”.
Bibelô está sempre disponível, e diz SIIM! E junto com Valesca Recheado, encaramos o desafio. O hospital estava com pouco movimento, muitos estagiários e estava difícil fazer jogos, não sei se estive pouco alerta, mas a atuação foi bem difícil e um pouco passiva; não me lembro de ter atuado com Valesca, não sei se fui boa companheira, estava cansada, e acho que atuarmos apenas em dupla é ainda mais difícil.
Enfim, uma menininha no quarto da Mônica me encantou, conseguimos fazer um jogo com ela, e envolvemos o quarto. A menininha linda e “banguelinha” salvou nossa tarde!
Espero que voltem os rodízios porque gosto de atuar com todos, e fico na expectativa que na próxima atuação Bibelô esteja mais alerta!
Mas o dia UPI não acabou com a atuação; no diário de hoje não posso deixar de mencionar a reunião com meus companheiros que foi simplesmente linda e difícil de descrever. A nossa coordenação organizou um encontro lindo; e depois da atuação morna, esquentou, borbulhou, encheu de vida meu coração e o de Bibelô.
O vínculo entre o grupo ampliou, encontrei o olhar de Dani, e que olhar lindo, e quanta emoção e sentimentos compartilhamos. Obrigada, Dani. Precisamos reviver em nós, como Miojita falou, a cada dia, essa proposta, esse olhar, essa cumplicidade! Como pessoa, como profissionais, como clown! Somos lindões, somos inacabados, somos os melhores companheiros. Sou muito feliz em fazer parte dessa família!
Obrigada aos que passaram, aos que ficam, aos que cruzam nossos olhares. Vamos seguir cativando!
Beijooooooos.