Um tempo bom já se passou desde a última vez que vesti essa roupa. Relembrei com esforço dos traços da maquiagem, não podia esquecer nada para que me sentisse completinha pra atuar. A distância entre uma aparição e outra fez surgir um frio na barriga, um medo de não saber mais o que fazer, mas ainda bem que o ambiente lhe mostra o que quer de você. Como sempre, nenhum roteiro pré-definido, nenhuma ala específica, foi sair pro que der e vier. Deixei de lado minhas lembranças da última vez que ali estive, por que senão tudo poderia ter ido por água abaixo se saísse daquela porta pensando que a atuação poderia não ser das melhores, que parece que as crianças não vão com a minha cara... justo eu que todo mundo olha e diz que tenho jeito pra criança. Hoje não pude reclamar de nada. Amei cada momento compartilhado sejam os que nos receberam de cara, ou mesmo aqueles de cara fechada. Ainda bem que foram poucos que não quiseram interagir. Vi futuras mamães na sala “Cristal” quase prontas pra dar a luz a suas preciosidades como o próprio nome da sala sugere, mesmo com dor, interagir conosco. Vi também as mães das mamães preocupadas em fazermos ‘zuada’, mas como tudo é por amor, seguimos nossa rota em busca de novas jóias. Vi que chegar abalando nem sempre é a melhor entrada, chegar devagarinho, ganhando a confiança e atenção de uns pacotinhos de gente todos embrulhadinhos, os tornam verdadeiros presentes pra mim. Ver os olhinhos nos acompanhando, outros fechadinhos irem se abrindo, as mamães brincalhonas, as acompanhantes entrando nas jogadas foi o máximo e surpreendente pra quem está acostumada a ver uma superproteção cheia de ‘xiuuu... silêncio; não pode pegar... licença que o bebê vai mamar’. Todo lugar tinha um ar convidativo. Daí, nos falaram pra passarmos num lugar chamado “Pediatria”. Com esse nome, só podia ter um monte de pezão, mas tinham um monte de pezinhos fofos, uns que corriam no corredor, outros que balançavam na cama, na poltrona. Conhecemos uma menina linda super encantadora, um ano e falava mais com os olhos e gestos do que muita gente grande. Vimos um garoto que mais parecia um sábio com suas respostas às adivinhações e humildade ao dizer que não sabia. Tivemos duas chances de ajudar a nomear dois pimpolhos, porém nossas sugestões eram muito comuns, os nomes desejados eram outro nível além de nossa criatividade. Acho eu que como essas fofuras são únicas para essas mamães, elas queriam um nome exclusivo também. Aquele lugar é um mundo de grande e um universo de pessoas loucas pra regressarem a suas casas, mas sem fazer daquele ambiente um lugar triste. Uma das chefas de lá nos ensinou um novo cumprimento, denominado pela mesma de ‘colocar ovos’. Você pega suas mãos com a palma pra cima e as estende em direção ao outro que recobre as suas. Assim, aprendi a colocar ovos. Como essa terra chama Dom Malan é gigantesca, a nossa jornada por hoje estava se encerrando quando escutamos um chamado. Era Larissa, que como seu próprio nome diz, era a alegria em pessoa. Ela acabara de abandonar a brinquedoteca para nos dar o ar da sua graça e nos dar um dos abraços mais gentil e sincero que já recebi. A gente estava perto de uma placa em formato de uma lâmpada e falamos para junto conosco esfregar a lâmpada e fazer um pedido ao gênio, que tinha ido dar uma volta, por isso não apareceu, mas ele atende a todos os pedidos. Seu desejo foi que pudesse melhorar logo e voltar pra casa. E quando já estávamos nos despedindo, lá vem uma outra princesinha com a mãe pra nos dar um abraço e dizer que queria nos ver de novo, justo ela que nos olhava tão séria. A vida nos surpreende em pequenas coisas, gestos simples tomam outra dimensão e fazem o dia continuar melhor e sem a preguiça de quando acordei pra ir atuar. Essa atuação foi um presente para guardar em minha memória e lembrar com nota 10 de como foi participar da palhaçoterapia. Tunica se despede aqui com um aperto no coração e uma vontade de chorar que não tinha sentido antes ao tomar a decisão. Novos caminhos serão trilhados mas os diários de bordo estão aqui pra me recordar sempre que o jogo tem que ser verdadeiro e que, se não se enche um copo com uma jarra vazia, a minha encheu bastante com essa oportunidade que tive aqui.
sábado, 26 de janeiro de 2013
Xena Macaxeira, 22.01.2013
Minha primeira vez no Dom Malan me deixou ansiosa, fui a primeira a chegar e não sabia por onde entrar nem onde ficar. Percebi que havia esquecido uma parte da minha roupa que em si não afetaria minha atuação, mas achei melhor só tirar foto, até porque eu nunca havia atuado com Formiga e Tunica e queria ver a dinâmicas das duas...
Ao aguardar as meninas se arrumarem, soube que esta seria a última atuação de Tunica Caqui, por isso senti que mais do que não atuar por causa da roupa ou outra coisa, eu tinha que registrar aquele momento.
Adorei o Dom Malan, aqueles bebezinhos lindos, recém-nascidos, vermelhinhos, as coisas mais fofas do mundo, me fazem pensar em porque eu quis fazer medicina, porque eu queria ajudar as pessoas mesmo sabendo que muitas delas não querem e às vezes nem merecem ser ajudadas, e vendo novas vidas ali, na minha frente, eu lembro que existem sim pessoas que querem ser ajudadas e que podem fazer um mundo melhor dali pra frente.
Não só os bebês, mas as crianças da pediatria também, ver aquela pureza, aquela inocência... Foi muito bom! Encontramos duas crianças ainda sem nome, gostaria que tivéssemos ajudado a escolher, sei lá. Seria muito legal né? Saber que uma mãe não vai esquecer de nós porque nós ajudamos a escolher o nome do filho dela, mas infelizmente ninguém teve uma ideia boa!
=/ mas isso não significa que ela não vai lembrar de nós né?
Ao terminar, uma menininha, já maiorzinha, veio correndo pelo corredor atrás de Formiga e Tunica, querendo abraça-las e tirar foto com elas. Muito bom ver isso. Uma outra mãe com uma menininha de colo também veio atrás das meninas para se despedir, dando um abraço bem gostoso nas duas!
Bom, termino meu primeiro diário de 2013 com a ideia de esperança de um ano melhor e de um mundo melhor, por que não? É possível acreditar nisso vendo os olhos cheios de vida das crianças, e essa vida traz um verdadeiro mundo de possibilidades.
Formiga Espiroqueta, 22.01.2013
“Tentei não fazer nada na vida que envergonhasse a criança que fui.” (José Saramago)
Parando pra pensar, crescer é tão difícil! Vêm muitas responsabilidades, muitos compromissos, tantas coisas que precisam da sua atenção e de seu tempo. Quando me falavam, anos atrás, que eu ia sentir falta dos meus tempos de criança, achava bobagem, achava que aquilo era só conversinha de adulto. Hoje, atolada em um monte de afazeres, com agenda lotada, paro e percebo que era verdade. Coisa boa é ser criança!
Subir o nariz me permite isso. Me permite ser criança de novo. Me permite sentir potencializados todos aqueles sentimentos bons, de ingenuidade, de pureza, de alegria. Formiga não precisa acertar o tempo todo... Muito pelo contrário, ela pode errar muuuito também! Pode ver que fez besteira e rir horrores disso tudo. Formiga faz um bem danaaaado pra Dani!
Ainda no comecinho da atuação, encontramos um moço no corredor... De cara fechada, por isso dei um BOM DIA daqueles bem caprichados, pra tentar arrancar um sorrisinho dele. Não deu muito certo. Pra falar a verdade deu muito errado! Ele não foi nada simpático comigo. Não sei se ele estava com pressa, com problemas, triste... Só sei que a criança que ele foi um dia deve ter sentido muuuita vergonha dele nessa hora...
Bem, mas não vamos começar com a bola pra baixo! Afinal, hoje eu e Tunica estávamos com muita sorte. Começamos ganhando um bingo! O prêmio? Uma caixa de chocolate?? Um carro??? Uma casa???? Um navio????? Nããããããããão! Muito melhor que isso! Ganhamos um abraço beeeeeem apertado da “bingueira”. E ainda ganhamos um sorriso tão lindo que valeu mais que qualquer outro prêmio. É lindo quando você pára e percebe a beleza que tá contida num singelo abraço... E, seguindo, fomos até advinhas! Era impressionante como sabíamos os nomes de todos que encontrávamos. Era tudo mágica [e, claro, também tinha uma ajudinha da identificação nos papéis que estavam em cima dos leitos, mas isso é segredo! ;) ] Mais impressionante ainda foi quando um pequeno tentou adivinhar nossos nomes. Dei todas as dicas: “Meu nome é o de um bichinho beeeem pequeno que adora doce... Quem é?” Adorei a resposta dele: “Sou eu!!” Kkkkkkkk Linda essa mistura de inocência, de pureza. Ainda tivemos uma amiguinha que nem deu tanta bola na nossa frente, mas depois que saímos, pediu pra mãe nos seguir... Tímida e fofa.
Já no finzinho, na hora que estávamos indo pegar o ônibus de volta pra casa, junto com a galinha do pescoço quebrado, encontramos uma princesinha! Uma princesinha muito simpática que veio nos encontrar pra dar beijo, pra abraçar, pra mostrar um desenho muito bonito, querendo foto... Era a alegria em pessoa!
Quase dentro do ônibus, eis que eu ouço um “Daaniiii”. Me virei para o lado e, como que no modo automático respondi: “oooooooi!” Ops! Jornalada em mim!! Tentei negar, mostrar que era Formiga ali, que Dani não tava respondendo naquela hora. Meu momento crise de identidade. Ficou a lição!
Por fim, baixar o nariz foi um tanto difícil... Hoje, sem dúvidas, foi o dia que demorei mais tempo pra fazer isso. Acho que Dani não queria voltar naquela hora. Queria que Formiga ficasse ali pra sempre. Ficasse ali junto de Tunica, da melhor companheira do mundo... Sabia que o espírito de criança tinha se renovado, que não ia deixar Dani. Mas sabia também que o mundo de adulto ia voltar. Com sua correria, seus compromissos, e, dessa vez, deixando muita saudade! Tunica, a melhor companheira do mundo, que começou as atuações do meu lado quando Formiga ainda engatinhava vai deixar muitas saudades. Mas tudo bem! Como dizem por aí, a saudade é a prova que o passado valeu a pena.
“Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena não ter pressa pra passar [...]”
(Fernando Anitelli – O Teatro Mágico)
Bjooo gigante!!
Formiga Espiroqueta
Chiquita Furacão, 19.01.2013
Pela primeira vez Chiquita atuou com Likita e Sancho juntos. Antes de entrarmos nos personagens, estávamos preocupados porque muitos dos pacientes estavam dormindo, então nos arrumamos com bastante calma. Quando saímos do quartinho nos deparamos com diversas situações: dança da chuva, pessoas famosas, papai-noel, globeleza, uma moça de uma festa dos anos 70, e Sancho acabou encontrando seu irmão.
Não sei se pela falta de atuações ou se pelo cansaço físico, acabei não dando o melhor de mim. Achei que faltou muito e que permaneci a maior parte do tempo como coadjuvante. Já relatei minha dificuldade em atuar com mais de uma pessoa, mas a experiência desse dia foi melhor que a das outras atuações com três pessoas juntas.
Meus melhores companheiros estiveram ótimos, tiveram sacadas incríveis, foram maravilhosos!
PS: Likita é uma exibida com aquele cabelo.
Juju Danoninho, 21.01.2013
Querido diário de bordo,
Preciso admitir que não passei o dia pensando na atuação, talvez porque tinha tantas coisas pra fazer... Mas, depois de um pouco de sufoco estava lá, ao som do Gangam Style, Juju Danoninho e Fefêxogás entraram em ação, com a energia pra iluminar o hospital naquela noite chuvosa. E essa não foi a noite dos grandes jogos, foi a noite dos encontros singelos, da conversa, da brincadeira boba, as vezes infantil. Conhecemos a mulher do zezé di camargo e a mulher do seu cidade paulo afonso, e que danadinha essa última, querendo a pistola do rapaz! Vimos menstruação que sai pelo joelho e até como uma melancia cresce. E assim, de momentos sutis mas grandiosos fez-se a nossa noite, finalizada com um banho de chuva fenomenal até o carro!
Até mais,
Jú.
Fefê Xogás, 21.01.2013
Querido Diário de Bordo,
Já faz tempo que não nos vemos, meu amigo! Da cá um abraço! Pode entrar, sentar e ficar a vontade que eu vou te contar uma história...
Num belo dia de sol... Opa! Dia? Sol? PÊHN! Não, não... Numa bela noite de muito calor, agora sim, vamos eu e Júlia para o HUT dar o nosso mehor mais uma vez na atuação. E que atuação! Nunca encontrei tantos jogos diferentes num único dia. De cara, achamos a amante do Zezé de Camargo que acabou com o casamento dele. Ela estava hospedada num hotel e comprou sua mini Tv no dia 25 de março negociando em chinês com o vendedor. UFA!
Depois de protestarmos pelo direito de aumento de salário de uma nadadora (profissional em fazer nada), achamos um gnomo de máscara verde que tomou veneno de melancia na falta de uma maçã. Este mesmo gnomo tinha tentado suicídio e estava algemado em sua cama. Apesar da dificuldade de falar, foi maravilhoso ver seu sorriso enquanto eu me atrapalhava toda tentando casar a já casada irmã dele com um suposto irmão meu que é um partidão. E isso me fez lembrar de uma frase de Augusto Cury no livro "O futuro da Humanidade": "O suicídio é um grito desesperado pela vida. O suicida não quer dar fim à própria existência, mas à dor que o vem dominando."
Foi uma experiência maravilhosa, com muitos noivos em mim que foram abandonados no altar e menstruações de joelho, além da pistola bem reparada do rapaz e o marido chamado Cidade Paulo Afonso.
Agradeço a Jú por ter sido melhor companheira do mundo e estar totalmente disponível pra mim no jogo a ponto de falarmos juntas a mesma besteira... rs
Cada dia mais eu entendo e me lembro como e porque eu vim parar aqui, pra me tornar uma pessoa melhor, consciente de mim e do outro e promover o encontro entre o melhor desses dois mundos: a nossa verdadeira essência.
I ♥ UPI!
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Likita Ratatouille, 19.01.2013
Companheiros: Talita – Chiquita Furacão e Carlos Fábio – Sancho Pança -Fofa
Fazia tempo que eu não atuava. Leia-se muiiito tempo. Abri meu guarda roupa e pensei: cadê a roupa de Likita? Meu Deus,eu não lembro nem da maquiagem dela! Que péssimo começo.
Chegamos no HUT bem no horário pós-almoço, os pacientes e acompanhantes todos com carinha de quem não queriam ser perturbados. Esperamos a comida baixar no bucho.
Fomos para a sala do Estar Médico e nos vestimos e maquiamos.Eu nem lembrava mais dessa sensação. Na verdade eu nem lembrava mais dessa licença poética de voltar a ser Fernandinha que conseguia tirar a paciência da família toda por não parar no lugar. Primeira vez que usei o novo nariz,estranho. Cheiro desconhecido.
Uma goteira dentro da sala. Pingou. No braço esquerdo de Likita . Peraí, de onde vem essa chuva? Não podemos ficar num lugar que chove tanto! A partir daí descobrimos que sim,chovia muito naquele lugar, as camas viraram barcos, todos sabiam nadar e remar.
A atuação foi incrível, Chiquita Furacão com o seu casaco de neve e Sancho Pança-Fofa com seu olhar brilhantíssimo fizeram dessa vivência um universo cheio de personagens incríveis..Globeleza, Dona Julieta da festa de 1970, Papai Noel, Zé Bunitin, O irmão de Sancho e tantos outros viveram conosco momentos de pura entrega, e , por mais que o ambiente hospitalar nos force a lembrar que ali existe barreiras, não existe sala de isolamento que resista a boas gargalhadas.
Fernanda Oliveira - Likita Ratatouille
Francesca 1000 por hora, 15.01.13
Querido diário de bordo, depois de muito tempo sem atua... Hoje seria minha primeira atuação do ano de 2013, infelizmente a atuação não pode acontecer. Minha companheira Jujuba(Fernanda) no momento da espera para atuação trocamos muito ideias sobre o papel da UPI, o motivo que levamos nos escolher esse projeto.
Miojita Espuleta, 12.01.2013
Um dia antes da atuação estava revendo um filme Lanterna Verde e a essência do filme falava-se sobre medo e vontade, duas forças que eram capazes de mover o mundo. Isso me fez lembrar as minhas oficinas de formação em clown, e das palavras do nosso mestre Gentileza, parecia que a voz do mequetrefe ecoava dentro de mim: “Vontade nisso! Sim pra o jogo Dona Hort´s! Tudo que eu quero eu quero muito!!! Eu sou o melhor astro de pop, eu arraso, sou lindãooooo!!!!!” (chego a me arrepiar enquanto escrevo essas coisas). Durante o filme uma frase ficou guardada e tinha muito haver com o Clown: O medo é inimigo da vontade! Frase forte e que me fez repensar coisas da minha vida, como está minha vontade? Será que estou levando a vontade em tudo que faço?? Acho que minha vontade ta meio murchinha, o medo está sufocando meu brilho e escondendo a senhora vontade.....Escrevendo tudo isso, escuto uma música bem baixinha e vários sentimentos tomam conta de meu coração:
Todo
o chão se abreNo escuro, se acostuma
Às vezes a coragem é como quando a nova lua
Somos a discórdia
E o perdão
E nos esquecemos da cor que tinha o céu
Assim como a saudade
Ou uma frase perdida
Durma, Medo Meu
Durma, Medo Meu
Um não, às vezes um "não sei"
Janela, madrugada, luz tardia
E o medo nos acorda
Pára e bate o coração
Em pura disritmia
O medo amedronta o medo
Vela, madrugada, dia,
Assim como a saudade
Ou uma frase perdida
Durma, Medo Meu
Durma, Medo Meu
E foi assim que retomei minhas
atuações em 2013 com VONTADE, de fazer o melhor, de querer o melhor, talvez não
tenha conseguido, mas a intenção existia e tomava conta de mim. Eu posso, eu
quero, muito e muitooooo!!!
Essa canção me faz lembrar de uma
macaca, Ana Vitória! Doce e suave como ela. Atuar com Vitis é sempre um
presente, cada dia mais generosa, cada dia mais companheira, a melhor do
mundo!!! Lisbella, Tiazinha e Miojita entraram no HUT e encontram pessoas
fantásticas que compraram e fizeram o jogo ficar mais bonito. Como é gostoso vê
o sorriso, o brilho no olhar das pessoas - o encontro se estabelecendo com
respeito, cuidado e carinho. Conversas, escutas ou simplesmente o está
disponível faz toda a diferença. E quero está mais disponível neste ano, pq
isso me faz bem, me trás o bem.
Sancho Pança Fofa, 19.01.2013
Querido diário de bordo, essa foi a primeira atuação do ano de 2013 do Sancho, ele estava acompanhado pelas companheiras Chiquita Furacão e Likita Ratatouille, foi um dia ótimo, Miojota, ops.. era Hort’s estava fotografando tudo e foi nossa DJ pra começarmos a atuação, até que o celular acabou a bateria e ela não quis deixar la fora pra carregar (essa foi a primeira brincadeira do sancho no ano). Enfim, Chiquita e Likita foram ótimas, encontramos muitas pessoas legais no caminho... papai noel, Zé bonitinho e ate o irmão do Sancho... foi muito divertido, as pessoas compavam muito os jogos. Ah, teve a Globeleza.. mas ela não quis ensinar a dançar, ela tava acompanhando a senhora Argentina que era brasileira e vó da garotinha q ouvia Ozzy (nesse momento não tive como não desenterrar uma piada antiga com a Fernanda, é... esqueci que era a Likita que tava ali).
Enfim, foi muito bom... ñ sei mais o que escrever.. então vou ficando por aqui.
Abração
Fabinho
domingo, 20 de janeiro de 2013
Ramon Del Tamborete, 16.01.2013
É aqui que é o Big Brother? Não? Mas aquele ali não é o Pedro Bial? Aquela não é a Maroca? Não tá vendo ali a câmera? Isso é um tapa olho? Mas porque você tá preso? O que foi que você fez de errado? Salvar Jorge? Mas meu nome é Ramon. Já sei, você é o Saci. E foi assim, entre inúmeros jogos comprados, risadas e danças loucas ao som do gangnam style que foi nossa atuação, João Canelão, como sempre, o melhor companheiro, cheio de energia, diga-se de passagem, ele parece que é ligado na tomada.
Mas não é só de risos e da exposição do nosso ridículo que se faz um Clown, um clown se faz também de encontros. E foi o encontro com uma senhora na enfermaria que alegrou meu dia e me preencheu com muito mais energia ainda, ela me sorria com os olhos, e esse sorriso com os olhos que alimenta o Clown, que nos dá força e energia (Acho que foi por isso que o João estava elétrico, porque ele olhou muito mais do que eu nos olhos daquela senhorinha), são por esses encontros que eu subo meu nariz, por esses encontros que eu me encontro, que eu descubro toda a humanidade que há em mim, obrigado senhorinha, obrigado por aquele encontro, mesmo que você não saiba, você me fez ganhar o dia.
Obrigado João, seu fanfarrão, por nossa atuação (Que rima ridícula! Mas não é o ridículo um dos ingredientes com os quais se faz o clown?).
Ramon Del Tamborete,
Petrolina, 16/01/2013.
João Canelão, 16.01.2013
Trilouco. Hoje eu fiquei trilouco. Nenhuma droga, por mais forte que seja iria me deixar naquele estado. Euforia misturada com alegria, com tudo ao mesmo tempo com pulos, risos, encantamentos e olhares. Foi, sem dúvida alguma a melhor experiência que eu tive como clown.
Atuei com meu melhor companheiro do mundo, Rafael, na verdade foi com seu clown Ramon. Atuar com ele foi ótimo. Ele compra muito meu jogo, tem excelentes sacadas, me faz rir muito, me surpreende muitas vezes.
O jogo que praticamente norteou toda a nossa atuação foi de dizer que o hospital era o Big Brother Brasil, isso surgiu quando vi uma enfermeira que parecia com Anamara...kkkkk. Parecia que ela estava na casa de vidro, no posto da enfermagem.
Todos os pacientes do segundo andar estavam no BBB, alguns estavam no paredão, outros no quarto do líder vendo filme e recebendo massagem, mas todos eram participantes ativos que, na verdade, queriam mesmo era sair da casa.
Me divertir muito com todos os pacientes, mas tiver que perceber que sempre tem alguns que não querem nem conversa. É normal, mas a maioria, até os mal encarados, costumam comprar todos os jogos.
Vou falar logo da melhor parte da atuação. Depois de passarmos em todos os quartos do segundo andar, convidei Ramon para descer até a sala verde. Pronto, aí foi a maior folia.
Depois de jogar um pouco e falar com todo mundo da sala, resolvemos transformar o corredor do hospital em uma pista de desfile de moda. Kkkkk me diverti muito. Chamei algumas pessoas para desfilar comigo, fiz carões e poses nunca antes vistas e inimagináveis. Foi tudo muito surreal. Quando dei por mim tava todo mundo da sala assistindo a nossa presepada.
Mas, tudo ficou mais louco ainda quando pedi a Ramon para colocar a música do gangman stile. Aí foi muita loucura. Saímos dançando pelo hospital todo com aquele som do celular. Nossa, todo mundo ficou assustado, boquiaberto, surpreso e super curioso para ver o que estava acontecendo. Foi super divertido. Dancei, pulei, me diverti. Com certeza foi a atuação que mais me senti a vontade no hospital!
Jujuba Magrela, 15.01.13
Tempo, tempo, tempo, tempo...”
Fernanda e Priscila iam se transformar em Jujuba Magrela e Francesca Mil Por Hora. Transformar não é a palavra certa. Jujuba-Fernanda e Francesca-Priscila são seres indissociáveis. Essa consciência, na nossa concepção, é fundamental para o aprimoramento da humanização em Saúde. O “palhaço” é o instrumento, mas a “terapia” se dá pela pessoa por trás da máscara: na doação, na simples conversa e na certeza de que o palhaço está a serviço do paciente e não o contrário (o paciente não é público de um espetáculo). Infelizmente a atuação não pode acontecer, mas a conversa durante o tempo de espera foi gratificante e reforçou a ideia de que é preciso repensar a forma como o palhaço muitas vezes se apresenta, assim como o conceito de “boa atuação”.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Sancho Pança Fofa, 17.12.2012
Querido diário de bordo, esse deve ser o ultimo diário do ano (espero que o mundo não acabe para que eu possa escrever mais). Sendo assim, gostaria de começar agradecendo a você e a todos os meus melhores companheiros do mundo por ajudar a fazer, desse ano, um ano incrível.
Venho de uma atuação no projeto vincular, que foi muito legal e contou com a participação da Pinik, da Lisbela e da Chiquita Furacão, além de varios amigos.
Bom, partindo para a atuação de hoje. Atuamos no HUT eu, Juju Danoninho e Teca Lua Cheia. As meninas são duas doçuras e adorei atuar com as duas juntas, era a primeira vez que atuava com a Teca e gostei muito muito. Nos preparamos ao som de Samba Juliana, o que se tornou bem inusitado pois logo no começo da atuação enquanto estavamos aprendendo a sambar encontramos a Juliana e ela realmente não quis sambar..., mas foi legal mesmo assim. Os pacientes e acompanhantes estavam comprando os jogos e deixaram tudo bem interessante. Lembro agora de uma menina, adolescente acredito, que estava com muito medo, chorando ate... e ao interagirmos com ela, ela ficou mais tranquila, gostei muito disso. E assim foi a atuação... cheio de princesas, rainhas, sereias, pescadores, ônibus... bem legal. Não foi melhor porque ainda era cedo e muitos estavam dormindo.
É isso, abração. Feliz natal e Feliz ano novo.
Sancho Pança Fofa / Fabinho
Juju Danoninho, x.x.x
Querido diário de bordo,
Atuar é sempre uma delícia e um desafio, mais do que nunca estava ansiosa, iria atuar com Ray e Fabinho, como Danoninho estava com saudades de Teca, elas se dão muito bem, é uma explosão de encontros e verdades. Já de fabinho e seu sancho o que falar? Meu antigo companheiro, fomos nos descobrindo juntos, nos encontrando particularmente e entre nós, se é que me fiz entender, as palavras estão fugindo nesse momento.
Nesse passeio por um mar de possibilidades conhecemos marujos incriveis, até sereia encontramos! Aliás, supresas não faltaram, afinal, Danoninho já tem todo o direcionamento de de onde vai encontrar seu velho rico nesse cidade, hahaha. Também ocorreram situações delicadas, Juju percebeu uma paciente em momento íntimo e talvez constrangedor, mas Teca não, e como dizer a ela pra não entrar naquele quarto sem perder toda a verdade da juju? Não descobri, e lá fomos nós naquele quarto, tentando ser o mais naturais possível, enquanto Sancho ficou desconfortavelmente na porta.
E com esses pontos altos e baixos, ou melhor, fantásticos e confusos, finalizamos mais um dia de atuação, e com um sentimento de entrega e alegria comecei mais uma segunda-feira.
Beijo!
Juvenal Gardenal, x.x.x
E quando tudo parecia perdido, surge Espiroqueta, absolutamente recíproca. O jogo foi um só o tempo inteiro. Muitas risadas e nenhum incidente. Fiquei impressionado. Bastante impressionado.
Dormi leve nesse dia. Foi fantástico.
Dormi leve nesse dia. Foi fantástico.
Teca Lua Cheia, 4ª atuação no HUT
Minha segunda-feira começou logo agitada com uma atuação marcada as 9h da manhã no HUT. Mas, antes disso eu precisava pegar a maquiagem no Dom Malan. Uma voz me dizia: Rayanna, não vá de carro ao HDM. Vá a pé, pegue a maquiagem, volte pra casa, pegue o carro e vá ao Traumas. Mas eu, teimosa como ninguém, não ouvi a voz da sabedoria, contei com a sorte e fui de carro, rezando pra encontrar uma vaga.
Vaga? Que vaga? Não tinha vaga! Dei uma volta ao redor do quarteirão e nada, segunda volta, nada. Depois de muito procurar encontrei uma vaguinha bem escondida e longe do HDM. Ok, tudo bem. Agora vamos comprar a zona azul, porque tenho medo de me multarem. Rodei mais dois quarteirões e nada. Nenhum lugar estava vendendo e, onde tinha pra vender, o sistema estava fora do ar. Ok, saí correndo e peguei a maquiagem no HDM. Resultado: cheguei no HUT atrasada, suada, nervosa e agoniada.
Tudo bem era minha atuação com Juju e Sancho. Eu estava tão ansiosa! Nunca havia atuado com o Sancho e tinha muita vontade de fazê-lo, porque já que aqueles olhos doces me cativam diariamente, imagina o que eles podem fazer quando o Sancho explode o olhar dele em alguém? Quanto a Juju, essa eu já conhecia de outras atuações. Linda, sempre disponível e verdadeira. Atuar com ela é sempre maravilhoso.
Mas, eu não conseguia subir o nariz. Não sei o que foi, só sei que não conseguia. A música tocava e eu não conseguia mexer o meu corpo, não estava bom pra mim. Depois de um tempinho, comecei a ouvir barulhos de passos de dança, pessoas que se movimentavam ao meu redor com mais vontade e eu pensei: p*ta merda, não vou conseguir atuar. Foi me dando um desespero e eu queria sair correndo dali. Não corri, fiquei parada. Juju e Sancho continuavam fazendo barulho ao meu redor, mas Teca ainda brincava de esconde-esconde comigo. Depois disso comecei a ouvir a respiração acelerada da Juju perto de mim. Acho que ela falou alguma palavra mágica, pq aquilo foi me enchendo por dentro e consegui subir o nariz. Sabe, eu adoro isso. Adoro quando as pessoas enchem a gente.
Então vamos ao que interessa: a atuação. Ela foi recheada de momentos bons e outros não tão bons assim. Começamos em alto mar nadando atrás de uma tartaruga, encontramos um pescador que tinha pescado uma linda sereia chorosa. Estar com a sereia foi o momento mais lindo do dia pra mim. Ajudamos no processo de perda de cauda e surgimento de pernas dela, vibramos com os primeiros movimentos dos pés e ensinamos a ela como andar. Legal mesmo foi ter conseguido desviar a atenção dela da moça que furava seu braço, enquanto vibrávamos com os movimentos que ela fazia com os pés.
Ah, também teve um momento complicado. Teca, distraída, entrou num quarto sem perceber que havia uma senhora num momento muito íntimo e, digamos, de muito calor. É, ela estava peladona mesmo, Teca não viu, entrou, viu quando entrou, não saiu, não sabia o que fazer e ficou lá com cara de pateta. Juju acompanhou a Teca e o Sancho ficou lá fora esperando o ônibus passar.
Eh, algumas coisas acontecem e a gente simplesmente não sabe o que fazer na hora. Fiquei pensando nisso depois da atuação e vi as mil possibilidades que eu tinha pra sair daquela situação embaraçosa. Mas a gente vai aprendendo.
Um forte abraço, Teca Lua Cheia.
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