sábado, 21 de dezembro de 2013

Diários atrasados da Rosinha dos Retalhos

  Me sentindo muito mequetrefe com todos meus diários, desde que retornamos as atuações, atrasados. Ficava dizendo pra mim mesma, na correria do dia-a-dia, nas ferias boto tudo em dia, e eis eu aqui no meu primeiro dia de "férias" recordando minhas atuações, mas então eu percebo o quanto do que senti nos dias que atuei se perdeu, se perdeu porque não transcrevi logo para meu querido diário. Agora vejo a importância desse registro imediato. (para um contato imediato). Bem, vou tentar resumi-los aqui, em um único diário.

  Primeiro dia da minha atuação com minha mais nova companheira, Olivia Traço Preto, e aquele nervosinho de estar em nova companhia. Pois a gente se acostuma a um tipo de jogo, mas então a vida te mostra novas maneiras de jogar, de compartilhar e de se equilibrar.
  Nossa primeira atuação contou com participações especiais, a de Julinha e Railma. Nossa segunda atuação contou com a presença surpresa do João Canelão, o que foi incrível (eu sempre quis atuar com ele:)
Depois éramos só eu e a Loy dessa vez. Loy e toda sua sensualidade inata, e eu e meus retalhos, nos equilibrando em jogos.

  Agora gostaria de falar da nossa última atuação, essa não poderia deixar passar, pois conhecemos pessoas incríveis. Logo de cara nos deparamos com uma senhora que foi incrível, nossa guia naquele labirinto de quartos. Ela nos levou a vários quartos, sempre entrando nos jogos, e dando a maior força. Entramos em um que a filha estava alimentando sua mãe entubada, e quando ela nos viu não conteve o choro.
  Ficamos sem saber o que fazer nesse momento delicado e apenas ficamos ao lado dela. "O difícil é fazer o simples."
Depois encontramos.a.Ingrid, que menina esperta, doida pra pegar nosso nariz, e isso, claro, nos rendeu muito jogo, muito bom mesmo atuar com ela. Na despedida ela pediu um abraço, meu deus, quase não contive a alegria naquele abraço.
Mais uma vez, "O difícil é fazer o simples.”.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Diário de bordo do Joaquim Marmiteiro – Sala verde HUT – 10/12/2013

Esse é o diário de bordo da minha melhor atuação. Sem qualquer dúvida. Desde os tempos de formação, passando pelas dificuldades iniciais e pela oficina de aprofundamento, essa atuação foi simplesmente a melhor de todas. E vou deixar bem claro o porquê.

Na ocasião, estávamos eu, a Bruna e a Raquel. Lembro-me que logo de imediato um sujeito, um tanto quanto suspeito, ficou nos seguindo. Era como se ele observasse o nosso jogo de perto. Talvez por causa disso tivemos uma demora para pegar o ritmo.

Uma das pessoas que nos ajudou a funcionar foi um senhor que estava deitado na maca de uma maneira nada convencional: ele tinha seu braço direito apoiado em sua testa e sua perna esquerda descansando em sua perna direita. Parecia uma pose de fotografia. Foi só imitarmos sua pose exótica que surgiu uma pessoa para tirar uma foto. Depois dessa foto, mudamos todos para as imagens opostas à da foto anterior e fomos pegos por outro flash. O sorriso desse senhor foi de uma sinceridade incrível. Estávamos pegando no tranco...

Já na sala verde propriamente dita, uma outra pessoa me chamou a atenção. Um indivíduo que só ria e não falava. Perguntamo-lo, então, se ele sabia falar. A resposta foi um “mais ou menos” conjugado com um sorriso zombador e ao mesmo tempo vergonhoso. A partir de agora, tínhamos como amigo o senhor Mais Ou Menos.

Certo. Enquanto conversávamos ainda mais com o senhor Mais Ou Menos, aquele cara (o suspeito do início) continuava a nos seguir. Pedimos ao Mais Ou Menos que nos protegesse, e um jogo se instalou. A tristeza era que o Mais Ou Menos só nos protegeria de uma forma mais ou menos.
Nessa brincadeira, notamos uma senhora chorando no leito ao lado. Por incrível que pareça, ela chorava de rir. O nosso diálogo mais ou menos com o Mais Ou Menos havia contagiado outros espaços. E o suspeito continuava à espreita...

Brincamos com a senhora que o nosso serviço estava de ruim qualidade, uma vez que estávamos trazendo tristeza ao espaço ao invés de alegria. Ela se acabava de rir. Pedimos então que ela nos auxiliasse a tirar de perto aquele suspeito, e essa senhora nos doou uma bala, na qual colocamos um veneno. Amigavelmente, demos a bala para o suspeito que, por magia da fantasia, começou a passar mal (de brincadeira, gente, calma!). O Mais Ou Menos ria um pouco mais que mais ou menos, a senhora chorava de rir e eu e minhas companheiras nos encontrávamos numa situação de EXTREMA verdade. Eu nunca havia me sentido tão entusiasmado assim. Parece que todos na sala haviam entrado na brincadeira, e todos riam do fato de estarmos sendo perseguidos pelo suspeito. Todos nos ajudavam a nos esconder dele. Inesquecível.

Acho que a graça do palhaço de projetos da palhaço terapia está em estar com o paciente em qualquer ocasião, circunstância ou lugar. Dar a ele um auxílio, que pode ser um sorriso, umas palavras, um olhar, ou um riso. Ressalto, contudo, que o riso é só um coadjuvante nesse caso. A verdade é que é a protagonista. Com ela, tudo é natural, tudo é claro. Tudo acontece como é necessário que aconteça.

Aprendi a ver o além-físico das coisas. E afirmo, com toda a autoridade, que o além-físico é tão importante e bonito quanto o físico, que é tão ovacionado e adorado por (quase) todos.


E o por que de essa ser a minha melhor atuação? Foi porque nela é que cheguei à pureza das conclusões acima elucidadas.


Joaquim Marmiteiro (William Araujo)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Paputcho - Atuação no HDM II – 13/12/2013

Bem num dia de uma sexta-feira 13, advinha o que aconteceu!? A maquiagem sumiu, ninguém sabe ninguém viu! Muito estranho isso, vocês não acham!? Acho que isso era uma premonição. Bem vamos aos fatos, então, pois é, nesse dia, voltamos à fábrica de menino de Petrolina-PE, íamos (Eu e Pedrita) passeando por entre quartos, enfermarias e corredores, visitando quem ainda não tinha visto e revendo aqueles que ainda estavam por serem vistos, e com isso o jogo ia acontecendo, nesse ínterim, encontramos um pai da mãe da mãe da menina, que no final, tudo ficou esclarecido, pois na realidade ele era o pai da mãe da menina, então o que será que ele era mesmo da mãe da mãe da menina!? (Todos pensando juntos numa corrente sem ser de ferro, para resolver esse enigma da impingem).

Pegamos um bonde em seguida em direção à produção de meninas e inos, também, para não haver discordância de gêneros alimentícios. Então, chegando, antes da chegada, num é que surge uma jovem cantora chamada Tyla, dizendo que “nós”, imagine só, eu e a Pedrita, éramos as coisas mais bonitas da América oriental, ela disse assim, bem instintivamente, “Oh, que lindos!”, rapaz fiquei logo emocionado e perguntei se ela estava com os exames de "zóios" em dias, mas foi um jogo muito legal, tanto que fomos contratado para uma apresentação na sala de UTI, pois somos da UPI (é só pra rimar, viu!?), chegando ainda nos vitrais, vimos o Kaique, que já quase dono da área, pois já faz alguns meses que ele mora lá, de longe ele até que se esforçou para ver a gente, mas eis que surge uma moça doutora e deu uns bilhetes de acesso e adentramos sem nem pedir por licença. Quando cumprimentamos o Kaique, eita que o menino num entendeu como é que existia gente tão esquisita como nós e ficou mais assustado do que cheque extraviado, e demorou um "bucado" para conseguir decifrar um código de “bolhinhas de cuspe” e realmente começar o jogo de palabolhas e por fim receber uns sorrisinhos.

Ao lado tinha outro coleguinha de nome bem difícil, até que brincamos, aliás, tentamos e no final fomos embora, pois de vez em quando o coração dele aumentava as batidas que eu estava até assustado, mas de longe ao acenar ele ficava olhando com cara de riso, mas depois ele chorou e aproveitamos para zarpar de vez (riso).

Ao sair da UTI, advinha quem foi que a gente encontrou esperando uma carona no bonde, pois é, o próprio Dr. Marcelo (Coordenador geral), que foi logo dizendo “Ah, que bom que vocês estão por aqui de novo!” “Sejam bem vindos!” “As pessoas tem falado muito bem de vocês por aí!” “Voltem sempre, viu!”, com isso partimos felizes para o ponto de chegada, mas antes jogamos com dois garotos o Lucas e o seu coleguinha, esses gostavam de futebol e foi divertido, pois eles já eram grandinhos (riso).

Pelos corredores voltamos a brincar e receber saudações e até pipocas, mas a sexta-feira 13 ainda não havia acabado e chegamos ao pré-camarim, lá encontramos uma pessoa fazendo uma reunião sozinha, depois apareceu o “Meu querido monstrinho malvado 22”, querendo a toda hora jogar a gente numa enrascada, mas com jeitinho e alegria fomos contornando os obstáculos e se divertindo e divertindo ao mesmo instante, no final até ganhamos convites para assistir a sequência do filme “Meu querido monstrinho malvado 23”, que por sinal deveria ser um filme de vigésima terceira categoria, pois nem o próprio monstrinho malvado ia, imagine só!?

Bom, só sei que foi quase desse jeito!

Ah! E a sexta-feira 13!? A premonição falhou, pois a gente nem ganhou um menino na fábrica!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Atuação Traumas - 13/12/13 - Chiquita Pequena Sombra.

E hoje a atuação foi bem atípica... depois de muitos encontros, olhares, risos, verdades, emoções e aprendizagens, houve também o encontro com a tv grande rio que foi fazer uma matéria sobre o nosso projeto. Confesso que fiquei um pouco nervosa na hora de dar a entrevista, mas bastante feliz em poder mostrar o nosso projeto tão lindo a várias e várias pessoas.
Feliz em poder compartilhar, de forma nova, esse momento da minha vida que tem se tornado cada vez mais parte de mim!
Quantas verdades que Chiquita descobriu hoje, verdades estas que fazem parte de nossa vida e que muitas vezes não percebemos o quanto são importantes, amor, amizade, felicidade, família. Muita emoção rodeou Chiquita hoje, quantos risos, gargalhadas, dança, até o pai de Chiquita e Florentina foi encontrado hoje, Bozo, mas ele estava disfarçado rs
Quero cada vez mais de tudo isso, quero muitos olhares brilhantes, encontros, risadas, alegrias. Já começo a sentir saudades disso, recesso chegando e confesso que aquele apertinho no coração vai dando =/

Diário de Bordo - 13/12/13 - Jamaisvista de Listras

Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, não consigo me aguenta de tanta felicidade dessa atuação. Foi simplesmente perfeita. Quantos jogos nos fizemos hein! E o mais lindo foi que ninguém quebrou o jogo do outro, só houve acréscimo durante toda a atuação. Fico muito feliz em saber que as dicas de Gentileza para que o jogo dê certo continuam sendo muito bem aproveitadas. O que eu achei muito legal também foi a maneira que conseguimos para acabarmos a atuação: o tabret e tudo mais. Eu tenho quase certeza de que rimos mais do que os pacientes nessa sexta... não conseguimos nos conter. Estou ansiosa para a próxima. Beijos

Fim de ano UPI.

Queridos,

Independente de crença, raça ou comportamento social, o Natal é uma época do ano bem bonita, quando paramos para refletir um pouco sobre o que estamos fazendo, o que queremos fazer, onde queremos ir. Momento que, geralmente compartilhamos com pessoas muito queridas, amigos, parentes. Tempo de desejar coisas boas, desejar que as pessoas sejam felizes.

Que bom seria se todo dia fosse Natal, pra todo mundo, em todos os lugares. Se todo dia nos dedicássemos um pouquinho a realmente encontrar as pessoas, enxergá-las, escutá-las. 


Sei que muitos de vocês ainda não conhecem a Unidade de Palhaçada Intensiva – UPI. É um projeto de extensão desenvolvido por estudantes da UNIVASF desde 2011. Esses estudantes se vestem como clowns e vão para o hospital com o objetivo de sensibilizar de alguma forma as pessoas. Seja com palavras, seja com dança, seja com riso... pau pra toda obra. 

Hoje, esse grupo quer encontrar com os outros estudantes da UNIVASF. Estudantes, professores, servidores, visitantes... quem estiver passando. Quer desejar que nesse Natal possam descansar, comer direitinho, dormir direitinho, sorrir, sair abraçando todo mundo por aí, de graça. E se for bom, se for uma experiência que gente curta, que se repita durante todo o ano de 2014. E que este venha recheadinho de coisas boas.



  

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Chiquita Pequena Sombra - Atuação HDM - 06/12/13

      E depois de alguns (muitos) dias sem atuar, depois de viagens, MCA, lá fomos nós, para um lugar totalmente diferente do que antes eu atuava, agora com crianças, na maioria das vezes, e aquele friozinho na barriga voltou novamente. Será o que iria encontrar?
       Depois de alguns contratempos a procura da make rs, lá estávamos nós a nos arrumar, fazer a make e enfim subir o nariz *---* Que sensação maravilhooosa, que não sentia a algum tempo e aquela sensaçãozinha de que ali era a primeira vez, a mesma emoção do início e a certeza de que é aquilo mesmo que quero, apesar da ansiedade que sempre acompanha.
      Atuar na oncologia e na pediatria, quanta emoção para um dia só! Um ônibus que quando chegava mal cabíamos, um super-herói que com sua luz vermelha nos assustava, muitos bichos, Borboletas e vários sorrisos, gargalhadas que me enchia, ou melhor, enchia pouca sombra, de alegria. Quase que não íamos para a pediatria, pois, um pequenino quase não nos deixou sair do seu quarto rs.
     Enfim, pediatria, quanta gente, quanta criança, quanta recepção maravilhosa, até dor nas costas Frida (minha atual melhor companheira do mundo) estava, tudo para receber um tal atendimento HAHAH.
Sensação maravilhosa de acolhimento, de receptividade, muitos encontros e muitas emoções que com certeza jamais irei esquecer, até porque, a primeira vez a gente nunca esquece ne!? E que venham muito mais sextas-feira para dar sentido e alegrar os meus dias =)





35 pessoas

domingo, 8 de dezembro de 2013

Paputcho - Atuação no HDM I – 06/12/2013

Eita, que hoje, primeiro dia no HDM, faço igual ao Gonzagão “Menino que eu nunca tinha visto”, era menino demais, homi.
Confesso que fiquei meio atrapalhado, primeira vez com os meninos dos outros, mas recebi muita ajuda da minha melhor companheira do mundo, a Pedrita Bombom, o início foi meio capenga, bem mequetrefo mesmo (riso), mas do meio por fim, já estava cantando as músicas de Roberto Carlos, até mesmo as que não era dele passou a ser, nesse dia (riso), até uma moça reconhecer o Falcão, que há em mim, pronto acabou meu anonimato (riso), mas ganhamos uma tia, que gostava do Roberto Carlos, depois de muito improviso letral, eu e Pedrita demos um show de desafinação e falta de conhecimento musical, mas na saideira, quando cantamos “Como é grande o meu amor por você”, no qual fiz uma ligação entre o irmão (acompanhante) e a irmã (paciente) na sala de oncologia e tanto ele quanto ela se emocionaram, com lágrimas, o mesmo aconteceu comigo, apesar do disfarce.
Mas também teve um pessoal de Terezina-PI que estava por lá, e fizemos um jogo interessante, inclusive, tentei fazer uma troca de sapatos com um cidadão, mas tinha que convencê-lo disso, a Pedrita me ajudou fazendo a apresentação das qualidades do meu tênis, dentre elas que o bixo dançava sozinho, era só dá o comando, depois de um samba e uma gafieira, achei melhor num entrar em outro ritmo e ficar sem fazer a troca mesmo, pois já estava esgotando os recursos dançarinícos.
Tinha uma senhorinha ao lado que tinha um sorriso bem suave, mas muito aconchegante, do tipo que faz a gente querer sempre mais.
Mas quando saímos do quarto e chegamos no das crianças lá estavam as outras duas coleguinhas (Seriguela e Pequena Sombra) esbaforidas de cansadas, devido a um menino que num cansava nunca, que quando cheguei, vi  logo que o menino era incansável, pois em 5 minutinhos já estava querendo rede, é que ele tinha um bonequinho de super-herói, com uma luzinha no peito, a toda hora querendo derrubar o “inimigo”, no caso eu, e só dava risada quando eu fazia que tinha sido acertado e ficava dando a impressão que ia cair no chão, mas com o cansaço tive que pegar um escudo mágico da menininha que estava na cama ao lado, era um escudo de 2 cm2, feito de material super-resistente, ou seja, de madeira. Além disso, dei sorte, pois o bonde passou e pulei, com as coleguinhas, dentro e sumi, mas o menino foi atrás, estava parecendo aqueles filmes que por mais que o “mocinho” corra quando menos se espera o “bandido” está do lado dele (riso), mas pegamos uma porta mágica e chegamos noutra ala, a “fábrica de meninos”.
Nessa fábrica encontramos vários meninos que brincaram, passearam e sorriram com a gente, mas fazer os meninos sorrirem e diferente do que fazer as mamães e papais, portanto, tem que fazer um revezamento de besteirolagens para que todos possam se beneficiar com os hormônios da alegria.

Foi assim, ainda me adaptando ao modus operandis de lidar com o novo contexto, mais tive ajuda de Pedrita, minha nova irmã de belezura, ela a “bela” e eu “zura” (zura=sei lá), (riso).

domingo, 1 de dezembro de 2013

Diário de Bordo de Joaquim Marmiteiro – HUT 26/11/13 – Sala Verde

Dona Raimunda. Esse meu relato pode ser sintetizado na figura de uma pessoa: a Dona Raimunda.

Era uma senhora que me parecia estar um pouco de saco cheio de estar deitada na cama de um hospital. Sua filha a acompanhava. Foi justamente sua filha que nos lançou um olhar que nos permitia aproximar um pouco mais. A Dona Raimunda estava um pouco cabisbaixa e, aos poucos, conseguimos conquistá-la. Sua filha estava totalmente aberta à melhoria de sua querida mãe. Gradativamente, a Dona Raimunda começou a sorrir. Não a rir, mas a sorrir. Nesse instante, não nos contemos e constatamos: “que sorriso lindo esse seu, Dona Raimunda!”.  Ela começou, nesse momento, a sorrir. Com essa pequena convivência por nós compartilhada, a Dona Raimunda decidiu falar um pouco e nos disse que não queria estar naquele espaço chamado hospital. Não fosse por isso: afirmamos que ela não estava em um hospital, mas, na verdade, num spa. Fomos explicar a ela o que seria um spa, e toda essa nossa fantasia, na qual englobáva-mos carinhosamente a Dona Raimunda, tornou-se uma escolha a ser feita e um motivo de perseverar. Uma escolha totalmente acatada pela Dona Raimunda. Todos juntos deixamos aquele espaço brilhante. E esse “todos juntos” se refere a paciente, a acompanhante e aos clowns.  Concluo que a Dona Raimunda brilhou naquele dia e, junto com ela, todos nós brilhamos.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Paputcho - Atuação no HUT VIII – 28/11/2013 (1º Piso)

Quando Mira perguntou se eu podia atuar no lugar dela, nem pensei muito, pois já estava com o figurino pronto (risos). Então, antes de encontrar a minha melhor companheira do dia, eis que emerge, novamente, o problema da chave do cadeado das tintas de embelezamento, que teima em sumir nos momentos mais indesejados.
Pronto e com Jamais Vista de Lista, partimos à busca de encontros, na primeira enfermaria encontramos o Seu Teodoro de 96 anos (tocador de banjo) que estava forte, mas querendo ir pra casa, jogamos um pouco, estava também, o “Lula” (bom pelo menos parecia com ele), o problema que enquanto ele jantava jogava com a gente e foi legal, pois ele estava com “um olho gato e outro no peixe”, mas que era só alegria e por fim, tinha um rapaz, que nasceu só com um rim, a cara do “Geanecchini”, o problema dele era que estava doente de “rir” (trocadilho de rim), e deu tanto jogo que o Paputcho que nasceu com 3 rins, doou um para ele e eu e Jamais Vista de Lista fizemos a cirurgia, com direito a foto e tudo mais com a equipe de cirurgia.
Entramos em outra enfermaria e só deu um jogo com uma senhora com o filho filmando a gente, mas foi legal.
Depois fomos ao primeiro quarto, no qual estava a Dona Valdete, lá de Rui Barbosa-BA, que num estava muito alegre em está por lá, mas quando chegamos ela fez uma festa com direito a fotos e filmagem para levar e mostrar aos netinhos, muito divertido.
Depois encontramos a Dona Zildinha, a senhora que gostava demais da letra “e”, pois tudo respondia “é”, mas ela tinha uma particularidade, ela não queria ir para casa, apesar de o médico ter dado alta, mesmo dizendo que estava o dia todo sem se alimentar, e pelo que a acompanhante e filhas, que estavam por perto, comentaram é que ela não sorria muito, mas digo-lhes, entretanto e todavia que Dona Zildinha sorriu bastante, dizendo “é” (risos).
Em outro quarto, encontramos a Camilinha “pé de goiaba”, uma jovem de Salgueiro-PE, ela é uma garota de 16 anos que sofreu um acidente seríssimo de carro, sendo a única sobrevivente, aliás, ela e a criança que ela traz consigo e não sabia até então, ela ganhou esse pseudônimo devido ao fato de beber suco de goiaba no hospital todos os dias e como ela relatou que ia perder o pé, ai propus um pé de planta caso ela perdesse o pé por ai, então ela disse que podia ser um de goiaba, devido a história do suco, então ficou registrado assim, mas no final, meio que fora da máscara, dei um apoio psicológico em relação a sua situação, ela se mostrou bastante convencida do que ouviu, ou seja, confiante que num ia ter maiores problemas em relação ao seu pé direito, fiquei duplamente feliz nesse jogo, pois sorrimos bastante e sai com uma sensação de fiz aquilo que devia ter feito se tivesse sem máscara (esse é o caminho que acredito ser o ideal).
Visitamos ainda um casal, juntos a 17 anos, de Belo Jardim-PE, no qual a esposa estava companhando o esposo, mas já estava indo embora e fizemos um jogo bem legal.


Definindo, foi um dia de fama, com muitas filmagens e fotos, mais menino!

Diário de Bordo - Jamaisvista de Listras - 26/11/2013

Querido diário de bordo,  estou muito feliz com a atuação de ontem...
Conheci dona Zildinha, uma senhorinha maravilhosa que adora rir! Por incrível que pareça ela adoora o hospital, não quer ir embora de jeito nenhum... o dr. já deu alta e naaada!! Dona Zildinha continua afirmando que não pode ir embora pois ainda não está curada rsrs. É muito bom volta à atividade, conhecer pessoas novas e histórias de vida novas... Renovou minhas energias a história de vida de Camila, uma mocinha de 16 anos que sobreviveu a um grave acidente, a única sobrevivente. Descobriu que está grávida de 2 meses e o seu bebê também sobreviveu ao acidente... é muito bom ver a garra das pessoas quando uma nova oportunidade de vida é dada ao indivíduo. Estou muito feliz com as atuações...

sábado, 23 de novembro de 2013

Paputcho - Atuação na CIENTEX VII – 22/11/2013

É de ciência e para minha consciência vou participar da CIENTEX VII, e dessa vez é diferente, é a primeira vez na Univasf de Petrolina. Então, vamos fazer um pouco de não ciência para quem está hipnotizado na racionalidade do saber supremo das letras superiores.
Portanto, o produto apresentado foi o FELICITEC, que tem como prescrição fazer com todos potencializem aquilo que todos têm quando é criança, mas que esquece quando fica adulta e ainda mais quando precisa escrever um livro de Lattes, que é a alegria do riso espontâneo, que se dá no encontro.
Encontramos muita gente por entre os corredores da sabedoria racional, e para espanto dos cachorros (animais canídeos) que fazem parte da Univasf, todos estavam a revisitar a criança que habita em cada um, com sorrisos maravilhosos no rosto.
Encontramos as meninas do 2º Período de Enfermagem no banquinho que não era da praça, cada um com um livro de Histologia, que segundo os meus conhecimentos esculhambísticos, no qual “logia”, vem do Grego logos, que significa “estudo”, e “histo” que vem num sei de onde e significa “isto” mesmo, pois na gramática portuguarani, a letra “h” é mudinha, então, num necessita falar, né!? Portanto, Histologia quer dizer “estudo do isto”, e assim estudamos por um bom tempo e foi muito engraçado, em contrapartida cada uma recebeu uma pastilha de comprimidos “diet de alegria”, que além de proporcionar a máxima alegria, ainda emagrecia, pois tinha que tomar um a cada refeição, substituindo-as, por durante uma semana.
Ainda pude deparar com uma administradora importada, pois ela tinha os zoinhos bem puxadinhos e falava sotucatês de outras regiões para longe do Sertão e tentamos montar uma estratégia de venda para ficar rico com apenas três “jujubas de alegria”, mas como ela estava muito científica, foi logo direto e disse, acho melhor a gente comer, pois num vai dar certo, não!

E antes do trem passar, ainda espiei os trabalhos dos moços sabidos da razão e da academia dos cérebros.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Joaquim Marmiteiro - Atuação no HUT – Sala Verde – 19/11/2013

Cansaço: s. m. que exprime deterioramento físico. No meu caso, foi essa a palavra que me caracterizava antes do momento da volta das minhas atuações pela UPI. Após a visita ao hospital, o cansaço incrivelmente esvaiu-se e se transformou em uma aura de leveza e de vibrações positivas.

Fiquei um bom tempo sem atuar, algo como um mês e meio. E já não via a hora de voltar à ativa. O curso de aprofundamento em clown que foi ministrado a mim e a alguns dos meus outros companheiros meus acabou por instigar uma vontade urgente de vestir a máscara vermelha uma vez mais.

Agora, minhas companheiras de atuação são a Carol Raquel e a Bruna. Por problemas técnicos, apenas a Carol Raquel atuou comigo. Ela havia me dito que não tinha tanta prática em atuar com não-crianças e ficou a apresentação da minha conduta – também inexperiente -  sobre como se portar com esse tipo de público ficou como uma responsabilidade saudável a mim designada. Eu também tinha meus receios: eu atuaria na sala verde do HUT, um local conhecido pelo grande número de pessoas com olhares fixos nos clowns. 
Apesar de eu também ficar um pouco nervoso, posso dizer que nos saímos bem perante a insegurança mútua que em nós residia. E uma coisa tenho a dizer: que melhor companheira do mundo é ela! Dona de vários olhares e de uma meiguice deslumbrante, ela conseguiu cativar tudo e todos. Espero ter conseguido acompanhá-la com seu carisma ofuscante.

Um pouco mais maduro, e colocando em prática aprendizados do aprofundamento em clown, consigo agora perceber pelo olhar dos pacientes aqueles que melhor estão dispostos e aqueles que não. E isso é ótimo.


E como foi bom voltar a ajudar quem precisa de um pouco de descontração, de atenção e de carinho. Acredito que assim, e pouco a pouco, fazemos deste mundo um lugar mais acolhedor.


Joaquim Marmiteiro

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Paputcho - Atuação no HUT VII – 19/11/2013

Depois de alguns muitos dias sem atuação no HUT, eis que surge o sinal para que eu voltasse à cena do palco das poucas multidões do 2º piso do HUT, e o sinal foi dado pela sábia natureza, que fez chover no sertão, imagine só que negócio mágico, mas antes disso ela desmanchou todos os peteados maravilhosos das meninas da Univasf e encheu os zóios da gente de areia, pois foi uma ventania da mulestcha.
Dado os sinais, vamos à atuação, pois lá estavam o Joaquim Marmiteiro e não o Zeca Aventureiro (como havia dito outrora, rsrs), a Lupita Toion-oin-oin, a Cidoca dos Babados e o Paputcho Bico Fino no espaço do encontro. Logo de início, ficamos a ver navios, quer dizer a esperar um lugarzinho só para se abelezar nos figurinos, mas deu certo, entre banheiros e corredores, acabamos no lugar de descanso das meninas de enfermagem.
Aprontados, partimos, eu e a Cidoca para o palco que se apresentasse a nossa frente, logo na primeira enfermaria, tivemos que pular um poça de água que escorreu pela janela e ficou bem na porta de entrada, após passarmos percebidamente percebidos, chegamos até dona Carmelita, que estava de repouso, só aguardando uma cirurgia, por causa de um aneurisma, segunda sua filha Vera, como ela num tava podendo falar muito, eu e a Cidoca desenvolvemos um código linguístico novo, ou seja, por gestos aleatórios e sem sentidos, com explicação verbal para cada gesto.
Logo ao lado tinha um casal, a esposa paciente e o esposo nem tão paciente assim, mas estava feliz, pois estava falando com a sogra da esposa dele e que ele ama tanto quanto a sua própria mãe e nessa ladinha de sogra-mãe deu um jogo bem legal, que quando a gente saiu, eles colocaram a cadeira no corredor, aí, nós aproveitamos para tirar fotos de coração do casal namorando na calçada, deu jogo de novo. Porém, na saída, eis que a gente precisou esperar a barquinha para fazer a travessia, pois estava cheio de água, ainda.
Chegando à outra margem, quer dizer na outra ala (direita), no caso Juazeiro, adentramos de vez, e tinha um “caba” com uma bota de gesso num pé, surgiu daí a história do cachorro que pulou em cima da pata da pata da pata que quebrou a pata, foi uma falta de sentido só, mas que deu liga.
Voltamos para a ala Petrolina, encontramos um senhor que havia levado um tombo da moto, dizendo ele que ia na garupa e que pulou por cima da moto e caiu lá na frente, esse foi um motivo para começar um jogo que gerou até modos operandi de cair e levantar, mas sem execução, só na teoria (risos), e quando o filho dele colocou logo a música do Victor e Léo (Na linha do tempo), o negócio ficou animado e rolou até declaração de apaixonamento sem paixão pelos moços que ali não estavam, mas que um ficaram velhos e não tão moços assim. Até a Dona Neide, que estava com um filho na cama ao lado, apesar do sofrimento (está a 30 dias no hospital) entrou no jogo, e como os óculos dela estava com a lente quebrada, foi a forma de dizer que a aterrizagem não precisa ser a pessoa, pois erá só jogar os óculos no chão.
Na volta para Juazeiro (ala direita) entramos num quarto a procura do pai da Cidoca, no caso o Seu Sebastian, e no jogo do reconhecimento de paternidade só nas aparências belezísticas, o jogo durou foi tempo, que até perdemos a noção das horas, ao lado dele estava um paciente moçambicano, que não jogou, mas a esposa (brasileira e nordestina) dele caiu na brincadeira, num quis nem saber se a chuva era de verdade ou se o povo da Univasf estava pregando um trote com os calouros de Astronomia e estavam colocando eles para lavarem o telhado do HUT e fez parte daquele momento muito legal, sem contar a Soelma, a irmã que Cidoca estava querendo. No final eu quis apresentar a minha vovozinha ao Seu Sebastian, mas quando disse que ela tinha só 103 anos, ai ele disse que num queria não, pois era muito velha, mas olha só o Seu Sebastian com 75 anos, disse que se fosse a Cidoca era outra coisa, mas espia só (risos), mas ele foi muito respeitoso, diga-se de passagem, aliás, foi um grande encontro, o nosso, naquele quarto de enfermaria.
Ainda teve a senhora do N7, na ala de Petrolina, que estava meio esquecida das coisas, mas que era uma graça de pessoa e deu boas risadas.
E quando a gente estava de partida, algumas falas ressoavam, do tipo: “Vocês voltam quando agora?”, Você vão vir amanhã!?”.

Ah! Teve uma coisa interessante, nesse dia eu falei tanto e eu nem falo tanto assim, vocês sabem, né!? (risos), quase num deixo a Cidoca falar, mas garanto que noutro dia, nesse mesmo horário, numa volta ao passado, eu vou procurar colocar mais pausa nessa minha ladainha toda (risos). Desculpaê, Cidoca dos Babados, minha melhor companheira do mundo nesse dia tão alegre.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Pedrita Bombom - 17/09/2013 - HUT

Querido diário,

Essa declaração será diferente e sucinta. Nós nos metemos em situações constrangedoras e pela primeira vez teve alguém para observar nossos passos, nossa querida Horts. E pela primeira vez descobrimos que não temos limites de tempo. E pela primeira vez nosso ônibus já ia partir e tínhamos que nos apressar. E pela primeira vez eu fui desafiada a atuar sem enxergar. E nesse mar de primeiras vezes eu me vi acuada, mas eu tinha os melhores companheiros do mundo. E com eles eu mais uma vez eu corri, brinquei, viajei, naveguei, sorri, cantei, contornei situações e me renovei.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Lisbela Duracell, algum dia de Agosto 2013

Nem preciso comentar o quanto este diário esta atrasado. Ele começou na verdade no período de seleção dos novos. Quanto fui invadida por uma esperança imensa, naqueles novos meninos, na medicina, na saúde. Vejo o quanto é necessário ao longo do curso, procurar elementos que nos mantenham no caminho que escolhemos. Pode ser amigos, pessoas queridas, músicas, poesias, lugares, sonhos. Já escutei em várias palestras perguntarem o pq de nós estudantes entrarmos de uma forma na universidade e sairmos de outra, como se ao longo do processo houvesse uma corrupção de valores e ideais. Porém, é muito pesado carregar um peso tão grande. Bom encontrar ou reconhecer no caminho companheiros, que seguem caminhos bem parecidos, e que te oferecem o ombro sem grandes questionamentos e que te erguem nos momentos difíceis de continuar.

Na UPI eles se misturam. São de vários cursos, de várias idades e de vários cantinhos do Brasil. E é uma maravilha promover um espaço em que possam se comunicar, antes de compreenderem na prática profissional o quanto isto é importante. Ficava me questionando como chegar às pessoas que o projeto não consegue comportar e como garantir que as que estão dentro promovam o encantamento da arte do clown. Mas não tem como. Não tenho como garantir isso. Porém, acontece. Porque é bom abraçar as pessoas, sentindo todos os músculos quererem aquilo. É bom beijar, sabendo que aquele é o nosso melhor companheiro do mundo. É uma relação de cuidado que permite dizer adeus por imaginar que aquilo será o melhor para o outro, por mais que doa. Com isso, o projeto chega onde nem todos precisam virar clowns. E os que são, promovem o projeto quando se permitem ser sem a máscara, em espaços além do hospitalar, com todas as pessoas, independente de cor, classe econômica, profissão, sexualidade, condição de saúde.

(uma imagem disponível em algum lugar aí)
Pouco tempo depois lá estavam eles no hospital. Lindões. Eu só precisava, juntamente com os outros da coordenação, agir na organização dos horários, dos grupos nos hospitais, e conversar sobre as primeiras impressões. No “palco”, retornei com uma grande amiga, das antrolas, Miojita e um presente, um menino, o Marmiteiro. O caminho de quem começa é bem tímido, cheio de receios, de inseguranças. Mas o de quem já esta na estrada, só carrega a experiência de saber que é sempre novo e que o “estar em branco” é um dos nossos melhores amigos e que estar disponível é nosso melhor estado. Já conversei tantas vezes sobre isso. Não há cansaço. É bom vê-los começando, acreditando no que estão fazendo, vendo ou sentindo “os resultados”.


Sobre esta atuação, para comentar, teve um ponto que foi sinalizado pelo Marmiteiro e que é interessante compartilhar com o grupo. Tinha um rapaz numa cama, mas sem companheiro de quarto. Estava sendo acompanhado pela mãe, do lado, fiel, uma gracinha. Ele estava com uma cicatriz enorme no rosto, com sangue ainda saindo e com lesões na boca que o impediam de verbalizar muito. Uma queda de moto, de leve. Que coisa, como atuar com um rapaz naquele estado? Como é possível fazer graça? Aonde existe graça? Mas ele nos queria lá e atuamos... como é possível um tatuador fazer um erro daquele tamanho? Como pode um desenho sair torto daquele jeito? A mãe logo entrou no jogo... A graça, a risada, não é o foco, não é o principal. O caminho para chegar lá é que é mais interessante.
 

Por essas e muitas outras, é bem difícil dizer quem “ganha” mais. Por essas e muitas outras guardo a UPI no coração, sem pagar aluguel, sem cobrar pedágio. Pois não funciona como um refúgio onde posso ser o melhor de mim, mas o ambiente em que o que sou, do jeito que sou, com todas as características, histórias, e danças estranhas, são simplesmente naturais, minhas, e me tornam Ana e Lisbela. Onde o amor combina com amizade, com coisas bregas, com prosa, com poesia, com abraços e até com palavras que nos colocam no eixo.  

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Rosinha das Alturas - HUT - 30/09/2013

Sorry, Diário, acabei esquecendo de postá-lo. Então... Como nem eu nem Paputcho íamos viajar essa semana, então bora atuar! Bom, uma vez uma grande companheira disse que nem ela nem sua mãe agradeciam uma a outra, porque tudo que elas faziam, era por amor. Da mesma forma, todos nós atuamos e brincamos, não para recebermos elogios, mas porque realmente gostamos, realmente queremos aliviar a dor do outro. Essa atuação de hoje tocou a mim e a Paputcho, não esperávamos nada em troca, mas a senhora nos perguntou:'-Vocês voltam quando? Toda vez que vocês vem aqui, me sinto aliviada'. Sabe aquele momento que você percebe que você conseguiu atingir seu objetivo? Que embora o setor estivesse cheio de tristeza, mães e filhos, parentes e amigos, estivessem lamentando os acidentes de motos, que embora tudo isso, você conseguiu atenuar parte da tensão que eles tem em seus ombros? Sabe aquele momento que você percebe que os pacientes se permitiram estabelecer o encontro com você, que gerou um lindo encontro e que não só ele precisava de você mas você dele? Sabe... Precisamos cuidar uns dos outros, a cada segunda eu vejo que estou onde deveria estar. Estamos crescendo a cada dia, meus melhores. Ansiosa para segunda. ;D

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Rosinha das Alturas - HUT - 16/09/2013

Mais uma vez, eu e Paputcho atuamos sozinhos, mas hoje com a supervisão de nosso companheiro Pedro. Quanto a atuação, foi muito interessante, Rosinha e Paputcho encontraram um casal que pareciam irmãos e o rapaz estava ali porque tinha chutado uma abelha 'italiana', assim concordou. Encontraram também um dupla de irmãs que disseram que Rosinha e Paputcho pareciam modelos, mas, na verdade, ambas é que eram as modelos. Foram criados os jogos não só com as pessoas dos quartos, mas com um policial que estava pregando a palavra com um paciente, as enfermeiras e um interno/médico que chutou uma flecha que Rosinha lançou do longe. É muito bom ver que a cada segunda, surgem e acontecem encontros. Ansiosa para segunda. ;D

Rosinha das Alturas - HUT - 02/09/2013

Essa segunda teve um toque diferente. Nossa monitora Flavoca disse que eu e Paputcho estávamos prontos para atuarmos em dupla e que ela iria nos assistir. Bateu um pouco de medo, só nós e alguém nos olhando? Meu Deus!. rs Mas abracei a ideia, afinal não estaria sozinha, meu melhor companheiro Paputcho estava ao meu lado. E subimos o nariz ao som de Margaret Menezes ao lado de Ray, Sam e Karol e vamos, Paputcho. O primeiro quarto foi o de um rapaz e sua irmã que o estava acompanhando, e Rosinha e Paputcho entraram ao som de forró (eu acho!) e lançaram um concurso de dança, um jogo com onça e outras coisas, e eram só risos e sorrisos, quase não perceberam o tempo passar. Outro quarto que foram, foi a de um senhor que estava sentindo muita dor e não queria conversa, até tentaram fazer ele ensinar como andar na vida, mas ele pediu que não ficassem lá, pois estava mesmo com muita dor. Rosinha e Paputcho respeitaram e foram atrás de novas aventuras. Nesse caminho, encontraram uma senhora que logo chamaram carinhosamente de 'Vovó', que conversou, riu bastante, e disse que estava muito feliz pelo que estavam fazendo, que Deus os abençoasse por alegrarem a noite dela e de outras pessoas. Encontraram também um quarto com vários homens e uma mulher, e surgiram vários e vários jogos, com cada um, com todos, um cara que não é bom na cozinha, Big Brother, o senhor que encheu as garrafas d'água na torneira no banheiro e queria vender por 1,00. A atuação acabou e eu não parava de sorrir. Eu estava com medo logo no início e de repente, tudo aquilo passou ao entrar no 1º quarto. Na verdade, eu acredito que estava insegura, se eu conseguiria atuar e com alguém com olhos em mim, mas foi uma boa experiência, eu e meu companheiro entramos em sintonia e foi bastante engraçado, logo todo nervosismo passou. Ansiosa para segunda. ;D

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Capitulina lingua frouxa - HUT - 18/09/2013

Tô aqui devendo esse diário a uns 15 dias, mas a rotina louca me fez esquecer de posta-lo.
Hoje a noite foi excepcionalmente diferente, Cidoca e Capiutlina receberam visita, e lá vem Tempestade causar na atuação. Não sei se sou eu, ou se já formamos o costume do nós, digo eu e Cidoca, mas ter outra pessoa por perto foi, de inicio, estranho. Pois, primeiramente Cidoca perdeu a voz, deixou passar a vez, e depois o estar ou ter outro jogo dentro do seu não é bom, foi difícil a gente se encontrar, se encaixar.
Acredito que apesar de tudo isso, o jogo, finalmente se encontrou, finalmente se construiu, afinal o difícil é fazer o simples. E cadê o gato? É eeeita gato danado correndo naquele hotelzão. Mas observar Cidoca perdida não foi exatamente fácil, deixar ela se perder ou tentar encontrar a voz dela foi difícil mas a gente encontra e se encaixa. Sempre encaixa. Porque somos cachorros.
As melhores companheiras do mundo, acredito eu, também sentiram o que senti. Claro cada uma a seu modo, mas todas sabemos que no fim das contas somos companheiras, as melhores do mundo, e não nos deixamos nos abater. Sempre juntas sempre enfrentando o jogo da melhor maneira! No fim das contas foi lindo e valeu apesar das dificuldades!

Que venha o próximo período!
                 

Paputcho - Atuação no HUT VI – 30/09/2013

Daria para traduzir o dia de hoje, reduzindo apenas a duas frases que foram ditas, tais como “Vocês já vão!?” “Voltam quando, agora?”.

Essas frases traduzem bem como foi o dia de atuação, visto que as pessoas que jogaram com a gente, eu e a Rosinha das Alturas, gostaram e se alegraram com a nossa presença, inclusive, teve uma fala de uma acompanhante que disse “É muito quando vocês vem fazer palhaça para quem está aqui, a gente sorri um pouco!”

Tirando um quarto de isolamento e um em que os pacientes estavam incomunicáveis devido a sua debilidade, passamos por todos os quartos e enfermaras do 2º piso do HUT, sempre com um jogo legal e que proporcionou bastante alegria em ambas as partes, eles e eu.
Rosinha joga muito bem e isso facilita nossa jornada de alegria, ela que é a minha melhor parceira do mundo, agora é a minha mais nova irmã no ramo da palhaçada.

E no meio de tantas pessoas atingidas por desastres, principalmente, de motos, no qual é perceptível a tristeza no rosto das pessoas nesse ambiente, é muito gratificante poder levar um sorriso e uns momentos de alegria e de esperança, também, já que no encontro tudo é possível, quando se há afeto nesse espaço e isso me parece que estar presente, pois quando baixo a máscara e retorno às enfermarias e quartos, pois sempre procuro me despedir das pessoas, sinto que transformações ocorreram, mesmo que efêmeras.


Portanto, como eu gosto de dizer, às vezes: “Nenhuma palavra volta vazia quando há um público interessado nessa comunicação, tanto ela vai transformando seu interlocutor como volta transformando o seu mensageiro”.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Atuação HUT 22/09/13

Depois de (novamente) alguns dias sem atuar, chegou o grande dia e uma surpresa nos esperava rs Teríamos que atuar sozinhos, sem nosso monitor, depois do susto do primeiro momento, fui me acostumando com a ideia.
Troca de roupa, faz a maquiagem, se concentra pra encontrar meu clown e lá estávamos nós, lindões!
A atuação foi muito boa, muitos jogos foram feitos e que jogos =D
Fiquei um pouco sem gracinha em um momento, mas consegui fazer com que isso não afetasse muito na atuação e consegui levar tranquilamente.
Cada dia tem sido melhor, como é bom está ali no hospital, cuidar do outro e ser cuidada também, sempre que saio de lá um sentimento de preenchimento me habita, uma sensação maravilhosa e que cada dia que passa tenho mais certeza que estou no lugar certo =)

Beijos

Florentina Tempestade - DIÁRIO DE BORDO – HUT (28/09)

Querido Dream,

Sexta-feira (28/09) foi a ultima atuação desse semestre. Desta vez, a atuação foi em dupla, fomos apenas Talita e eu, Chiquita Furacão e Florentina Tempestade. De certo, foi uma atuação brilhante, do inicio ao fim, conseguimos dizer muitos “sim’s” , conseguimos entrar nos jogos que foram lançados tanto por nós como por alguns pacientes. Essa também foi a primeira vez tem que fomos fotografadas pela Lorena (que está fazendo o seu TCC embasado no nosso trabalho), isso foi até muito legal, eu sempre penso que nossos momentos devem ser registrados, mas percebemos em alguns instantes um tanto da resistência de alguns pacientes, na verdade, a timidez deles, porém não chegou a interferir tanto nos jogos. Bem! Posso destacar os primeiros momentos da atuação que tiveram a participação ativa de uma criança que estava internada, aquele menininho sapeca adorou a nossa presença ali, bem como conseguiu fazer com que entrássemos em seu jogo. Houve também alguns reencontros com outros pacientes, como aquele moço que sempre tem uma “graça” pra dizer sobre nós, e ainda aquela moça que teria encomendado a tal da “pipoca da rua” pra gente. Cada momento ali foi único, cada jogo também, o que como já falei aqui várias vezes, só me enche de vontade de seguir esse caminho. Amei atuar com a Talita, estava com saudade daquele sotaque e da sua energia “que contagia”.  

Beijinhoos,

Saminha ;)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Paputcho - Atuação no HUT V – 23/09/2013

Hoje, foi o dia sem supervisão, só nós, os “novatos”, e para começar tivemos que ficar alguns minutinhos trancados dentro do banheiro, enquanto um doutor, vestido todo de verde, dava a maior bronca num paciente que tava reclamando do serviço ou coisa parecida, pode um negócio desse, cadê o respeito com nós, os outros palhaços, até parecia que era serviço gratuito e pelo SUS, mas passado os momentos TPM (trancados pelo médico) partimos para a dança do nariz.
Ainda, nos bastidores, a noite prometia, tinha até assessoria, aliás, duas assessoras só nas fotografias, e as meninas eram boas no negócio, pois era um movimento e um clik, eu já tava até me sentindo palhaço de “roliudi”, mas deixei a empolgação para a entrada em cena que começou já nos corredores.
Por falar em corredor, o caba que levou a reclamação do outro que tava prestando um serviço, desses que a gente só num ver em clínica particular, estava andando pelo corredor, e ele ia de ponta a ponta, parecendo maratonista larga na poleposhition, desde o treino de largada. Até que tentamos uns jogos, mas funcionou pouco, pois ele foi logo para o pit stop.
As enfermarias estavam mais lotadas do que o Maracanã em dia de jogo do Ibis contra o UPI, num dia de plena segunda-feira, no horário da melhor programação “aberta” da televisão brasileira, porém como não tem mais aquele momento lindo em que num tem mais nenhuma programação e fica só o chiado na tv, então, o jogo do Ibis contra a UPI vai ter que ficar para gerações anteriores.
Encontramos velhos conhecidos de outras atuações, inclusive, o caba do fumo de Arapiraca, ainda tava no seu cantinho, porém renovado, pois precisou “tomar” um ar, sem ser em comprimido, é que ele disse que perdeu os fôlegos, quando já ia receber o passaporte para casa, e como num deveria de ser perguntei se ele, ao saber que ia embora e num ia mais me ver, tinha ficado triste e perdido os ventos da barriga, então, ele negou com um grande sorriso, dizendo “Rapaz, acho que deve ter sido isso mesmo”. E o jogo continuou com a mesma estória do fumo de Arapiraca, mas com outras grandes risadas.
De quarto em quarto e de enfermaria em enfermaria, que deve ter sido de mais de oite e menos de dez, que se juntasse o público presente no jogo do Flamengo com 200 mil pessoas e subtraísse pelo nosso público, a gente poderia computar algo assim em torno de uns 60 poucos desinteressados no horário político, mas com os zói em nós, os lindões do Sgt Gentileza. Ah! Tinha duas assessoras muito interessadas em nós, também, pois num saiam da cola, é que eu coloquei uma cola invisível para manter o grude e eu sair nos retratos, que eu num sou besta nem nada, sou o palhaço, é claro, mesmo que seja só um tan tim de nada, mesmo tendo que pintar os oi, mas eu vivo para isso e é isso que eu sou, a alegria de viver na pele que é minha e dos outros também, antes que seja só micróbios. Portanto, as meninas dos retratos estão convidadas, novamente, a compartilhar da nossa alegria.
Falar de todas as alegrias da noite é a parte mais difícil, pois comigo, junto com os outros migos, quando estou na alegria, só sinto alegria, e quando tenho que falar sobre ela, apenas sinto-a e descrevê-la, para mim, é vivê-la outra vez. Portanto, aproveitando o momento das belezuras assessorísticas de hoje, solicito que no meu novo contrato, estipulado em mais de meio metro de alegria, que além dos meus melhores companheiros do mundo, esteja presente, também, Forrest Gump, o contador de histórias.
Mas só para num dizer que num falei das flores de papel de guardanapo que sempre faço quando tô esperando lá na cantina, se somar todas as letras gastas pelos zóis do povo para entender o Forame Magno do professor, ficando alegre por tirar nota dez em sabedoria de buraco de quengo,  mesmo assim, não vai ser tão alegre e gratificante quanto os momentos vivenciados, hoje. Apesar de saber que existem pessoas com problemas de saúde nesse local (HUT).
No fim das contas, o que vale é

            ...estar com você, brincar com você... ai mamãe!!!!!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Rosinha dos Retalhos - HUT - 23/09/13

A noite hoje começou tensa.
Primeiro uma novidade: Lorena e sua arma, quer dizer, câmera (brincadeira Lorena, sua câmera é linda!), fiquei meio sem jeito nas fotos durante a maquiagem, mas nada demais, logo passou.
Depois um susto: um médico abre a porta da sala onde estávamos nos arrumando e pede pra irmos para o banheiro, pois ele queria ter uma “conversa” com um paciente, daí ficamos, 6 pessoas, uns 5 min, dentro de um banheiro escutando a bronca do médico com o paciente. Depois disso dá pra imaginar o quanto foi estranha a energia pra subir o nariz, mas assim o fizemos.
E só pra completar as novidades da noite: dessa vez eram só eu, Karol, Paputcho e Tathy, sem nossos monitores, o que me deixou bem ansiosa.
Então decidimos atuar no mesmo andar, (tanto para facilitar pra Lorena, quanto pra apoiar uns aos outros), porém cada um com sua dupla.
No início entramos todos em um quarto só, e isso me deixou super nervosa,  pois foi muito difícil lidar com muitos companheiros, os jogos ficaram confusos, o melhor seria continuar em dupla.
E foi assim, eu e minha melhor companheira do mundo Jusefina Perna Fina, felizes para sempre, ops, só até 21 horas mesmo.
Diário de Bordo (HUT- 20/09/2013)

Querido Dream,
Começo meu diário com a parte final da nossa atuação, um abraço em trio, sorrisos mostrando “os dente tudo”, uma alegria contagiante, olhares radiantes e o sentimento de “missão cumprida”. Foi lindo, foi lindo, foi lindo. Acho que Florentina, Jamaisvista e Pietra nunca estiveram em tanta sintonia, nunca estiveram tanto no mesmo jogo, nunca disseram tanto “siim’s” simultâneos. Aquele andar estava tão leve, sabe? Nosso trio se superou e como se superou!
Bem! Só lembrando que foi a segunda atuação da semana de Florentina e foi lindo ver aquelas pessoas tão receptivas e dizendo “Olha ela!” rs. Foi lindo ainda rever aquele paciente que na quarta, não estava nada bem, era o seu aniversário e ele tinha relutado em entrar no jogo. Mas, sexta-feira? Ah! Ele não entrou no jogo, ele fez o jogo e a gente foi quem entrou rs’. Cada paciente ali nos passou um tanto de sua força, mesmo em uma situação tão complexa, em alguns casos, tão cheia de “dor”. Não esquecendo, dos visitantes, alguns cansados, sem conforto, mas tão dispostos a entrarem no jogo, sabe?
Tivemos vários momentos lindos, não esqueço quando a Florentina que, bem no finalzinho, se atreveu a perguntar a um policial se ele cantava. Sabe o que ele fez? Ele cantou!!! Isso mesmo, ele cantou pra gente! Nós ficamos tão surpresas e ao mesmo tempo tão felizes... Como falei da outra vez, isso nos enche de emoção, nos motiva a continuar nesse caminho. Os olhares que recebemos são tão positivos, as expressões de carinho, as palavras. Cara! Isso não tem preço! Obrigada minhas companheiras lindas, esse de certo será um dia inesquecível pra mim! É isso querido dream, cada vez me vejo vivendo um “sonho”, por isso te chamo de “dream”, por que é aqui que registro esses momentos tão cheios de energia  que estou vivendo!
Beijinhoooos doces, felizes, radiantes ;)

Saminha ;) 

Diário de Bordo (HUT- 18/09/2013)

Diário de Bordo (HUT- 18/09/2013)


Querido Dream,
Minha atuação de quarta foi um tanto diferente, precisei repor uma falta e assim o fiz com minhas companheiras, Bruna e Camila. Confesso que fiquei um pouco apreensiva, já que as meninas já estavam acostumadas a atuarem juntas e eu estava acostumada a atuar com Mary, Talita e Aninha. Foi muito bom poder contar com as meninas, mas no inicio tivemos dificuldades com os “siiiim”, por alguns momentos vimos uma disputa de jogos entre Florentina e Capitulina, enquanto Cidoca tentava mediar a situação e nesse ritmo seguimos até que conseguimos nos equilibrar e entrar no mesmo jogo. Mais uma vez, foi um trabalho lindo, que me encheu de emoção e me motivou a continuar nesse caminho. É um trabalho difícil também, sim, “difícil fazer o simples”, e fazer de um hospital um cenário simples, mas acredito que cada experiência nos ajuda, vai nos moldando e remoldando, vai nos ensinando. De certo, foi um dia diferente, atuação diferente, companheiras diferentes, mas sempre a “melhor companhia” e acredito que ouvir daquelas pessoas a pergunta: “Quando vocês vêm de novo?”  só nos inspirou mais, mais e mais. E é isso, agradeço mesmo as meninas por me acolherem e me ajudarem nessa atuação. Foi bom e lindo estar com elas!

Beijinhos,

Saminha ;)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Rosinha Dos Retalhos - HUT - 16/09/2013

Segunda atuação sem a Ray e já me sinto muito mais segura, muito mais solta, quer dizer, eu não, a Rosinha (a San tá muito longe disso). E hoje teve uma surpresinha a mais: seria só eu e Karol, notícia que nos deixou um pouco triste e bambeou as pernas (finas) de Jusefina e as minhas.
Mas lá fomos nós para mais uma noite de muitas surpresas (minhas segundas-feiras têm sido muito mais interessantes que sábados à noite) e tem quem diga que não gosta de segunda-feira, tsc.
Bem, vamos lá, tentar contar aqui o aconteceu hoje… é difícil escrever aqui o que aconteceu essa noite, foi algo inefável! Já escrevi e apaguei várias vezes aqui, tentando descrever como as coisas aconteceram hoje, os jogos, as brincadeiras, mas tudo parece tão mequetrefe para descrever a mágica… Aprendemos a dirigir, encontramos guardinhas no trânsito, encontramos dor e amor em um casal lindo de se vê, disputamos a maior barriga com uma gravida de 8 meses (claro que ela ganhou), enfeitamos policiais com fitas coloridas, jogamos com algemas, fizemos a dor de um pé amputado desaparecer por alguns instantes, fizemos mágica! E é por dias como o de hoje que eu acredito no trabalho da UPI dentro do hospital, por esses  momentos breves de alegria que podem mudar noite, ou uma vida inteira.

Olivia Traço preto -16/09/2013 - Dom Malan

Aos poucos o nervosismo e o medo vão dando lugar a coragem e o enorme prazer de estar ali naquele espaço. Já consigo me arriscar mais no encontro com o outro, já consigo driblar certas situações que em outro tempo em deixariam constrangidas, tipo: um garotinho de três anos responder "bosta" depois de ter sido solicitado pra entrar no jogo e me transformar no que ele quisesse, até ele achou graça disso. Na oncologia, meu Deus, Gabriel tira o fôlego de qualquer um, quanta energia aquele menino, os jogos com ele fluem facilmente, é uma graça, mas dá um trabalho (risos). Gabriel chama tanto a atenção da gente que me esqueci do nome dos outros garotos com os quais brincamos e tiramos fotos.
Ali os encontros foram muitos, me sinto bem-vinda no espaço, olhos que nos procuram, bocas que nos chamam, mãos que acenam, dessa forma vamos percorrendo o espaço sem nem nos dar conta do tempo passar. Minhas segundas tem sido especiais, saio daquele hospital renovada, sinto que mais do que levando alegria, acolhimento e cuidado a todas as pessoas que ali encontramos, me cuido e me encontro a cada momento.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Diário de Bordo - 13/09/2013 - Jamaisvista de Listras

Querido diário, me senti muito lisonjeada por saber que Thalita confia no nosso recente trabalho a ponto de atuarmos sós... No começo uma apreensão de sempre e depois a interação, como é bom vermos pacientes das semanas anteriores, me sinto em casa, mas ao mesmo tempo é ruim já que significa que eles ainda nao estão prontos para retornarem para casa, e isso entristece. Nessa atuação tive dificuldade de deixar Jamaisvista atuar por completo, a noticia de um médico à uma acompanhante de que não havia mais nada a fazer com o seu pai me entristeceu muito, tentamos passar tanta energia positiva para essa mulher no nosso abraço que me fez desligar totalmente do clown e para retomar o trabalho só com muita alegria dos outros quartos. Achei uma coisa interessantíssima, o enfermeiro que dá plantão sempre no horario que a gente está é um tanto quanto rude, se essa é a melhor palavra, nos ignora totalmente mas dessa vez ele simplesmente se doou, mesmo que pouco, à brincadeira e isso me comoveu. Outra coisa que me deixou comovida foi chegar lá toda esperançosa de ver seu Antônio - o meu noivo que me deu seu telefone - e ele havia ido embora uma meia hora antes de chegarmos, fiquei feliz é claro pois seu pai havia recebido alta mas senti um vazio... isso é que dá se apegar às pessoas!!

Zeca Aventureiro - HUT - 16/09/2013

    Mais um dia de atuação, e eu cheio de preocupação! Adivinhem com que? PROVA! 
    E assim me encaminho para o HUT, mas antes de chegar recebo a notícia que não havia nenhuma chave lá...     Corre, corre, ansiedade, afinal, precisava atuar! Queria esquecer a prova por alguns instantes, e ter mais certeza de que além do conhecimento adquirido com o estudo das disciplinas do curso, o carinho com o próximo, que a UPI tanto promove, é essencial! Então mudo minha rota, corrro no Bodódromo, pego a chave, e todo suado chego no HUT...
    Lá, uma nova companhia se acrescentava a mim, ao Joaquim e à Pedrita! Horts, que hoje ia fiscalizar nossa atuação... 
    E começamos nossa atuação! Ao aparecermos no corredor, uma mulher nos pede para ir até um quarto onde havia uma paciente chorando. Chegando lá, uma surpresa! Era uma paciente que estava internada há 30 dias, pela qual já tinha criado um grande carinho, e que tinha tido alta no dia anterior. Isso mesmo, ela teve alta, mas continuava no hospital por não ter conseguido ambulância para voltar para casa. Aquelas lágrimas chegaram a baixar a energia do meu clown, mas com a ajuda dos meus companheiros, logo fizemos brincadeiras, ensinamos ela a nadar, quando de repente, entre a umidade daquele rosto, brotou o mais lindo sorriso, que me contagiou e contribuiu para aumentar ainda mais minha paixão pela UPI!
    Continuamos nossas atuações, e entre um quarto e outro sempre surgiam novidades! Encontramos um jovem, que não parava de rir, outro homem que afobou Joaquim, uma enfermeira fashion e assim seguimos...
No último quarto, algo especial! Mais uma atuação com crianças... Uma menina super simpática, junta com o tricolor baiano que apresentei aqui no último diário, nos proporcionaram emoções belíssimas... Horts virou um mega fone e começou a entonar: "Atenção, o ônbusu já vai partir..."
    Foi assim que guardamos nossa  energia na caixinha abaixo do umbigo e fomos conversar sobre o dia, com a opinião de Horts...
    Horts nos falou sobre o tempo, que a gente sempre se esquecia dele, e falou que devíamos prestar mais atenção nas pessoas que estavam fora dos jogos para inseri-las. Ouvimos direitinho a voz da nossa monitora, e com certeza vamos tentar aplicar as correções na próxima terça! 
    Ops, falando em próxima terça, acabei de perceber algo! Meu companheiro Marmiteiro já viaja semana que vem e essa pode ser a nossa última atuação juntos :/
    Pra finalizar, só uma coisa, esqueci da prova e de todos os outros problemas durante essa noite e isso é incrível!

Juju Danoninho - HDM - 16/09/2013

Hoje éramos três, sem espectadores, porque Julinha tava doente. E foi lindo! Passamos tanto tempo na oncologia, como nunca eu tinha feito antes! Foram tantos momentos ali, brincadeiras, doçuras, sorrisos! Maravilhoso! Na pediatria foi muito bom também, os jogos fluíram e os encontros aconteceram. Fantástico! Lindo! Maravilhoso! Fabuloso! Incrível! Inefável! Nada como um dia depois do outro! Sentimos sua falta Ju! Beijo

Juju Danoninho - HDM - 09/09/2013

Oi diário,

Hoje foi um dia meio atípico, eu não estava muito bem, aliás, já faz uns dias que ando meio assim, triste, bicho grilo sabe? Apesar disso, junto com minhas companheiros ganhei energia, e logo estávamos a mil. O negócio é que  o hospital hoje tava desacelerado, estava em outro ritmo e foi difícil manter essa energia depois de tantos nãos e tantos bebês assustados ou inertes à nossa presença! HAHAHA tinha muuito bebêzinho.. Mas fomos seguindo, conversamos, agarramos as oportunidades que surgiram e nos jogamos. Até conseguimos que uma garotinha tomasse um banho e brincamos da dança das cadeiras!
No final ficou tudo bem, mesmo que não tenha sido a mais iluminada e fantástica atuação, porque ela foi verdadeira, sutil e isso basta.
Beijo!

Cidoca dos Babados - HUT - 11/09/2013

Petrolina, 11 de Setembro de 2013

Esse é mais um diário atrasado, é que o semestre está mesmo tenso, fora todo o resto que

acontece na vida como sair um jato de gordura da sua pia da cozinha no momento exato em

que você termina de limpa-la. Mas enfim, tudo se ajeita.

Ainda atrasada não quero deixar de escrever e principalmente de atuar: são momentos tão

bons os que temos tido nas atuações que fiz um pacto comigo mesma para não deixar de ir por

mais que esteja tão apertada de coisa pra fazer. Isso tudo porque os pacientes nos esperam e

isso faz uma enorme diferença pra eles assim como faz para mim também estar lá. É tão bom

ter um momento em que nada do “mundo da Bruna” é importante a não ser a Cidoca, o jogo,

o encontro, a minha melhor companheira do Mundo!

A atuação foi gratificante mais uma vez. Só fomos eu e Camila (Cidoca e Capitulina) e dessa vez

mais confiantes pela experiência passada. Tivemos encontros e reencontros. Um fato curioso

foi um momento em que fomos chamadas para ver Samuel, um menininho de 8 anos, ou seja a

primeira criança com que atuei no HUT. Mas foi sem dificuldade, foi uma animação só!

Depois disso fomos embora pegar nosso trem!

=)

Cidoca dos Babados - HUT - 04/09/2013

Diário de Bordo

PNZ, 04 de setembro de 2013

É...bem.... eu sei que esse, é um diário atrasado (hoje na verdade é 16/09/2013 =X)... pouuuxa,

eu realmente tinha esquecido e ainda assim, depois que eu lembrei, eu tinha tanta coisa pra

fazer que acabei deixando de lado ...desculpa meu povo! Eu sei que mereço um bronca mas é

que a vida não tá fácil....

[....]

Mas, enfim, indo para o assunto que realmente interessa, a atuação do dia 04 de setembro, foi

assim diferente... um diferente muito bom, alias! Foi a primeira vez que eu e Camila atuamos

sozinhas. Não tinha ninguém nem pra olhar! #tenso

No início, havia um receio do jogo cair (sabe, Cidoca é meio assim calada). Confesso também

que nesse dia eu estava bastante agitada, meio surtando (sei lá, rsrsr), toda atrapalhada! Mas

tudo que eu quis pensar foi: “vamos arriscar, se ficar ruim vamos embora.”   E lá fomos nós,

Capitulina e Cidoca.... que dupla! Hahaha ... foi muito bom! Foram ótimos encontros e alguns

reencontros do tipo que nem era preciso dizer nada e o riso corria solto!

Saímos de lá ainda rindo. Fiquei muito satisfeita!  No outro dia, conversando com Camila

lembro que estávamos nos perguntando se tínhamos mesmo saído do clown depois da

atuação! #Será?

;)

Carminha Linguicinha - HDM - 09/09/2013

Não parecia ser um dia tão favorável a atuação. A cara de sono, minha
e de minhas companheiras, comprovava isso. Mas eis que atuar é um
santo remédio. E observar também. Não era meu dia como observadora
porém graças à problemas no figurino, troquei com Amandinha... Tão
compreesiva essa minha companheira! A cada dia que passo vejo que
nosso entrosamento melhora mais... já consigo diferenciar as
peculiaridades de cada clown, cada tipo de jogo. Observar é sempre
desafiador pra mim! Tento me concentrar nas meninas mas é inevitável
viajar um pouco e pensar no que eu faria se estivesse ali. Olha
Carminha enraizada em mim, rs. Era um dia com poucas crianças, muitos
bebês, o que dificultaria um pouco a atuação mas quem disse que isso
chegou a ser um  problema pras minhas companheiras?? Elas jogaram
muito bem com o que tinham, aproveitaram o máximo de cada situação e
até convenceram uma menininha a tomar banho. Não teve muitas
brincadeiras, foi uma atuação mais calma porém cheia de carinho,
verdade e disposição. Rolou mais atenção pros acompanhantes.... Boa,
meninas!! Missão completada com sucesso. Até a próxima, diário! :*